Sobre atos indefensáveis.
Mais do que grandes cirurgias e
mais do que o claudicante recomeço de Meredith, esse episódio é sobre a busca
por validação de ações que não merecem nenhuma defesa. E aqui, o foco não é
apenas Arizona, mas também Owen e a própria April que, sucumbe ao egoísmo de
forma gritante, mas vamos por partes.
Primeiro, é preciso reconhecer
que Arizona passou dos limites de qualquer amizade, mesmo com motivos nobres.
Ela tem uma visão clara de quem é April e do que sua amiga/paciente iria fazer
(tanto que ela fez mesmo, no fim do episódio). Por isso, mesmo não concordando
e não defendendo de jeito algum essa intromissão monstruosa que foi contar ao
Avery sobre a gravidez, eu vejo o porquê de ter acontecido com toda a clareza.
Lógico que não é isso que está em jogo. Existe o certo e existe o errado e
ninguém vai dizer que acha normal e bacana o que Arizona fez, inclusive porque,
em perspectiva, nenhum de nós gostaria de passar por isso.
Com isso em mente, não consigo,
sequer, ficar aborrecida com Arizona. Sim, sim, sou dessas que tomam as dores
dos personagens e que escolhe lados (imagino que já saibam a essa altura do
campeonato), afinal, para mim, o que ela aprontou ali meio que perde o foco
quando vemos April agir com tanto egocentrismo. A atitude dela, seja motivada
por medo, por fé ou por qualquer outra coisa, é igualmente indefensável.
Jackson, que até agora foi
deixado à margem dos fatos, é a vítima de toda essa maluquice. Ele sim, tinha
todo o direito de ficar furioso. Não pela questão do divórcio, mas pelo longo
período de omissão. Não acho que filho/gravidez salvam casamento ou que deveriam
influenciar no processo, mas o que April fez, convenhamos, não foi nem um pouco
para deixar a escolha de Jackson livre de amarras. É cego quem não consegue
entender que ela escondeu porque quer tomar todas as decisões sozinha e isso é
imperdoável, de qualquer ponto de vista, especialmente porque, passado o
momento de raiva inicial, Jackson não foge de fazer o que um pai deveria: dar
apoio à mãe e colocar a criança em primeiro lugar. Bom, ele tenta. April deixa
claro que não que ninguém além dela envolvido no processo de decisão que
envolve a vida dessa criança. Não acho isso lindo nem aplaudo. É puro egoísmo e
não faz dela uma supermãe, de jeito algum.
Outra pessoa cada mais difícil de
defender é Owen. Ninguém aguenta mais esse drama sem fim sobre o
desaparecimento dessa irmã e adorei que Riggs, finalmente, fala a real: amigo,
para de projetar em mim a culpa que você sente por ter desistido. OBRIGADA!
Além do mais, daqui a pouco essa irmã vai aparecer de algum jeito, estou
apostando. E que seja logo, porque estamos numa tremenda cilada com esse arco
que só corre atrás do próprio rabo. Ah, isso sem esquecer de Amelia, nesse
romance que não ata, não desata e só empata a vida de todo mundo.
Até Meredith tem mais chances de
ser bem sucedida com Thorpe do que Amelia com Owen. E olha, Thorpe está sendo
um stalker maravilhoso, mesmo que seja meio estranho ele ficar esperando Mer no
saguão do hospital o dia todo e ser tão viciado em ketchup. Achei bonitinho
como Maggie deu força e como Karev também ajudou no processo, mesmo com os dois
batendo cabeça. Callie também excelente conselheira para assuntos sexuais no
banheiro!
Só fiquei chateada mesmo com Maggie
sendo punida (de certa forma) por seu relacionamento com DeLuca. Admiro
bastante a atitude dele em não querer ser privilegiado pela namorada, é
correto, para dizer o mínimo, mas gosto do casal e já vem problema para
separá-los. Nada que é bom dura para sempre, eis uma frase que resume bem a
felicidade de qualquer personagem de Grey’s Anatomy.