Uma dose de drama familiar.
A temporada de Grey’s Anatomy vem numa boa maré de episódios
e mesmo sem apostar em ineditismos, consegue entreter e cumprir seu papel
semanal. De alguma maneira, a série voltou a ser interessante e a vida
particular dos médicos ganha ainda mais destaque. Esse é o mote da temporada.
Não que antes não víssemos essa parte. Víamos, mas a vida
fora do hospital vinha com menos frequência. Grey’s sempre mostrou as coisas sendo
debatidas ou resolvidas numa sala de cirurgia e nos corredores e agora os
cenários externos estão mais inseridos. Basta olharmos, em episódios passados,
a história de Callie e Arizona. Um fim que não podia ficar só no bate papo de
corredor e merecia ser mostrado. Um fim que aliviou uns 50 quilos de bobagem
das costas do fã da série e fez todo mundo andar para frente.
Callie tem mais que buscar sua felicidade e Arizona tem um
longo caminho a percorrer depois de ter sido transformada na chata da vez, superando
até a voz irritante de Kepner em seus arroubos de histeria. Agora, com esse
desafio de ser aprendiz de moribunda, ela pode se tornar mais simpática. Já
sabemos que ela vai encarar a loucura de se tornar mestre em cirurgia intrauterina
e que quando a Drª Rabugenta –sigaminhasanotações – morrer vamos dar aquela
choramingada básica.
Falando em Kepner, embora eu ache essa ladainha da visita da
mãe bem fraquinha, não dá pra dizer que não tentaram. Ela e Avery estão tão de
escanteio na temporada que qualquer plot é plot. Foi até bacana por um lado.
Vimos a fofura do casal de volta, mas nunca tive muita paciência para Kepner,
de forma geral, quem dirá pra brigas com a mãe dela.
Outro personagem que sai um pouco do ostracismo, mas ainda
luta para ter um lugar definido na série é Owen. Tenho a impressão de que
sempre que não sabem o que fazer com ele inventam alguma coisa com militares e
pronto. Foi mais ou menos isso, mas ele precisa de motivação e de conteúdo ou
jamais saíra da sombra maligna de seu romance fracassado com Cristina.
O surto de Wilson foi... Bonitinho? Nãos ei bem como
classificar. Karev sim, vai ficando mais bacana ao defender Arizona e exigir
dela mais atitude. Bailey é um caso à parte. Achei até importante essa ideia de
colocá-la como exemplo do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, mas
estou com uma ideia fixa de que ela ficará grávida em breve. Essa ideia não tem
nenhum motivo, apenas surgiu quando olhei pra ela mancando e escondendo o
donnut nos bolsos.
Na mesma toada de Arizona, Derek passa pelo processo de “desbabaquização”.
É bem legal o modo como ele vai colocando um rumo na relação entre Meredith e
Maggie, incluindo ainda Richard. Claro que existe o esforço (ainda que mínimo)
da própria Meredith para desenvolver uma relação com essa meia-irmã, mas Derek
vem dando o exemplo.
Richard, por sua vez, sofre alguma injustiça, mesmo que seja
fácil entender a mágoa de Maggie. Para mim, Richard é uma vítima das
circunstâncias tanto quanto ela e seu choque diante da descoberta é apenas
normal, assim como sua reação de se calar. No momento, espero que ele ganhe a
chance de ser pai e não apenas “doador de material genético”. Ele sempre quis
filhos, afinal, e sua relação com os internos vem daí. Nada como ter uma filha
e colega de trabalho para juntar dois aspectos que fazem parte da criação do
personagem.