Glee apresenta: É o Tchan na Selva.
Depois da tempestade vem a bonança. Pelo menos, é o que dizem
por aí, então, confesso que após tantos percalços nos caminhos de Glee, estou
esperando por uma recuperação sólida e cheguei ao ponto em que não aceitarei mais
desculpas esfarrapadas para os momentos em que a série não entregar o que deve.
Sou uma fã bastante fervorosa quando o assunto é Glee e meu maior desejo é que
todos os episódios sejam um tremendo sucesso.
Falei tudo isso apenas para reiterar meu amor pela série,
mas também para explicar porque achei esse episódio pós-hiatus “mais ou menos”.
A coisa foi dividida. Adorei algumas coisas e gargalhei com elas, mas em
contrapartida não sei por que não conseguem sair do ciclo vicioso na relação
entre Sue e New Directions. Sempre achei esse plot muito cretino e até
divertido, mas por algum motivo a batalha boba entre Will e Sue não me animou
nem um pouco. Mas não esse o problema. Não dá para basear uma crítica apenas
num detalhe que, afinal, faz parte da mitologia da série e, portanto é talvez o
elemento mais consistente dela.
O que realmente incomoda é essa sensação de que estamos numa
espécie de looping. Como se a Season 4 não tivesse acabado e todo ranço ruim da
reta final (sim, porque até os últimos três episódios a coisa fluiu muito bem)
estivesse grudado. Como se a moral estivesse baixa. Não sei. Mas não é só um
problema nos roteiros, é quase que um problema na alma da série, que está
deixando a desejar em algumas coisas. Nas canções, inclusive.
Esse é um ponto chave. Dificilmente acharei ruim um episódio
em que eu goste do modo como os números musicais foram apresentados. E não é
uma questão de gosto ou de ser fã do artista X ou Y. Não é, para pegar carona
no título do episódio, uma questão de ser Katy ou Gaga, mas direi que as
repetições de certos artistas dão uma impressão de cansaço criativo que é
mortal. Glee já fez coisas brilhantes
com Britney (de), Katy, Gaga, Madonna e Cia, mas está na hora de sair um pouco
dessas batalhas que soam como repeteco e investir em coisas novas.
Para ser bem justa, as sequências musicais foram bem executadas,
mesmo achando as canções de Lady Gaga péssimas escolhas. Adam Lambert é o homem
mais espalhafatoso da indústria musical, tem imenso talento e detonou nos
vocais de “Marry the Night”, mas eu não pretendo ouvir a performance novamente. “Applause” foi feita para causar vergonha em
todos nós e cumpre o objetivo. Toda a parte teatral e o imbróglio entre Sam e a
enfermeira agregam humor à apresentação, mas sejamos honestos: a versão é um
saco de se ouvir e perde total valor sem o apoio visual.
“Wide Awake”, por outro lado é um número simples e honesto,
que leva o título de melhor do episódio (para mim, é claro) e “Roar”, também
focado no espetáculo visual é curioso de acompanhar. Não dava para não rir do
elenco vestido como se estivesse no clipe do É o Tchan na Selva. Também fiquei
desejando Demi Lovato (essa fofa) fixa em Glee e o mesmo vale para Adam
Lambert, porque, de tudo do episódio, o que mais me empolgou foi a
possibilidade do núcleo de NY ter uma banda maravilhosa como aquela.
Curioso notar que o recalque de Kurt bateu em Starchild e
voltou. Quem é ele para criticar alguém espalhafatoso? Mas também entendo a
preocupação, porque ao lado de Rachel, Santana, Starchild e Dani, Kurt
desaparece.
Em Lima, o que mais me fez gargalhar foram duas coisas: a
primeira foi Jake. “Eu pareço um Thundercat gay”. Palmas pro moço. Estava de
uma cretinice extrema em cena, lambendo as patinhas e tudo. A segunda cois que
fez rir demais foi Will suspendendo Marley por que mesmo? Foi a coisa mais sem
sentido do episódio, conseguindo superar até o momento em que Sue aparece e
suspende todo mundo por usarem fantasias escalafobéticas e caleidoscópicas
(causando epilepsia em alunos, como Artie alerta). Digo isso porque esperamos
qualquer golpe absurdo de Sue, mas o que Will fez foi muito sem noção. E se
querem minha opinião, foi bem ousado aparecer vestida de Katy no meio de uma
apresentação à La Gaga.
O problema é que Marley traz muito mimimi com ela e começo a
torcer contra. Ela é muito retardada. Influenciável. Sem personalidade própria.
Aquilo não é inocência, é apenas idiotice. A única coisa realmente forte que
ela fez foi se recusar a ser Gaga. No mais, ela é apenas uma vítima
profissional, tomando bordoadas de Kitty, de Bree, de Jake e de quem quiser
humilhá-la. É por isso que não dá para ficar ao lado dela quando Jake age feito
babaca, traindo e bancando o namorado compreensivo, que apenas finge não pressioná-la
por sexo, quando é exatamente isso o que faz o tempo todo. No fim, só quero o fim desse casal para
sempre.
Sei também que Sam já foi “dançarino erótico” e tudo mais,
mas não entendo que todo mundo ache normal ele se agarrando (moderadamente) com
a enfermeira da escola pelos corredores.
Não tem como algo assim ser permitido, mesmo no máximo das loucuras de
Glee.
Já que a linha do tempo da série está super confusa, pelo
menos nos disseram que estamos a seis semanas das Nacionais. Estava demorando
demais para tocarem no assunto e até lá, a série tem chance de recuperar o
fôlego perdido.
P.S* Nota 10 para o figurino de Artie e Blaine. Fiquei
assustada com os dois.
P.S*Tina, minha ídola, botando ordem no barraco.
P.S* Quero mais músicas cantadas por Véia!
P.S* Becky divando nos corredores e atirando na cara que
Véia está pegando sua babinha.
Músicas no episódio:
"Marry the Night" - Lady Gaga: Elliott
"Starchild" (Adam Lambert)
"Applause" – Lady Gaga: Sam (Chord Overstreet), Artie (Kevin McHale), Ryder
(Blake Jenner), Blaine (Darren Criss) e Marley (Melissa Benoist)
"Wide
Awake" - Katy Perry: Jake (Jacob Artist), Tina (Jenna Ushkowitz), Kitty
(Becca Tobin) e Wade "Unique" (Alex Newell)
"Roar"
– Katy Perry: New Directions e Pamela Landsbury