Um episódio que te leva direto para Nunya.
Continuo sem compreender porque Partners, de longe uma das
sitcoms mais legais lançadas nos últimos tempos, não decola. Não é possível que
algo ‘Mike and Molly’ esteja aí, cheio de público (desculpe a comparação, se
você é fã) e a simplicidade de Partners não conquiste mais gente. É sim, como as
boas comédias da década de 1990, fazendo humor com o dia a dia e com as coisas
mais bobas que se pode imaginar.
Foi apostando nisso que Partners me fez gargalhar alto com o
episódio dessa semana. Se eu estivesse numa cadeira teria caído dela com os
trocadilhos babacas de RoRo. Aquilo era tão imbecil que os atores não estavam
acreditando no texto. A cara de David Krumholtz para cada tiradinha foi
sensacional. Ele estava rindo genuinamente, porque convenhamos, essa piada
tinha 75% de chance de ser um fracasso. Graças à interação com timing perfeito
de Joe e RoRo a coisa fluiu e se não tivesse fluido “It’s Nunya”. “Nunya of our
business”. Obviamente esse é o tipo de coisa que só funciona em inglês e eu não
vi a legenda para saber como adaptaram, mas espero que tenha sido algo de alto
nível.
Depois disso, vem o momento em que Louis faz “queixo de
Claire Danes” para demonstrar tristeza e conseguir o que quer. Sério. O que foi
aquilo? Melhor que o clássico olhar de cachorro abandonado e funciona muito bem
se você usar junto com os e-mails do futuro. Estiolo Win-Win. Se é que vocês aí
sabem o real significado da expressão. Só sei que Joe e Louis estavam pegando
fogo nos diálogos e adorei cada pedacinho dessa parte, cheia de detalhes
visuais.
Em seguida somos brindados com a presença sempre claudicante
de Wyatt. Já o elegi como meu favorito, não tem jeito. Esse homem tocou o
espaço onde o céu começa, ele faz pessoas de brinquedo, pede almoço, busca bolo
e organiza suas ideias em ‘já existem’ ou ‘péssima ideia’. O melhor secretário
do mundo, pelo menos para Joe. E para os demais funcionários do prédio de escritórios.
Wyatt estava hilário e pontual como sempre. Também adorei ver a convivência na
área comum do prédio e o retorno dos gêmeos. Eles são tão bizarros que já não
imagino mais a série sem eles.
Wyatt só não estava agradando muito a Louis. De olho na
dieta, na barriguinha do namorado e nos sites impróprios que “alguém acessou”.
Wyatt é um gênio. Colocou alertas e agora sempre vai saber quando Louis estiver
em sites de má procedência moral, mas tudo na maior inocência. Louis, depois de
obrigar Joe a demitir Wyatt, até pensa que está maluco e começa a ver coisas no
espelho, mais uma situação Win-Win, pelo menos para o público.
Mas Win-Win mesmo é ver Louis de garçom no lançamento da
nova coleção de joias de Ali. Primeira vez que a loja fica cheia, não é mesmo?
Merecia até show de fogos. Dessa vez, Ali ficou um pouquinho de escanteio, mas
tudo se justifica, porque nos primeiros episódios ela teve muito mais destaque
que Wyatt e o próprio Joe. Bom ver que quando estão sob os holofotes todos os
atores conseguem entregar boas performances, à despeito da critica que insiste
em dizer que tudo em Partners não passa de porcaria. Situação Lose-Lose para
eles, afinal de contas.