Se você tiver de colocar camisinha em qualquer coisa que
pareça um abacaxi, fuja.
Alguma coisa muito estranha está acontecendo com Parks and
Recreation nesse comecinho de temporada e, muito embora esse episódio não tenha
sido um completo desperdício, sinto que nem de longe ele possui a qualidade dos
que foram exibidos na temporada anterior. Falando com bastante honestidade, por
enquanto, apenas um dos quatro episódios da 5ª temporada foi engraçado de
verdade, os demais são praticamente esquecíveis. Basta tentar lembrar de algo
que te fez gargalhar mesmo. Talvez a imagem de Ron – Fucking-Swanson com
maquiagem e florzinhas no bigodão seja a única coisa a pulular em sua mente.
Sendo assim, essa semana não passa de mediana, isso porque
não gosto de ofender Parks com palavras como medíocre (que é o mesmo que
mediano, mas aprece pior). É possível assistir ao episódio sem se ofender e até
gostando de uma coisinha ou outra. Mas nada que se compare a muitos episódios
em que é difícil selecionar destaques e melhores cenas. Comédias geniais como
Parks não podem se permitir entrar na temperatura morna ou perdem o público que
conseguiram conquistar e manter.
A trama criada para Tom, com seu vício por eletrônicos e
redes sociais parecia ter muito potencial, assim como todos os exageros
relacionados ao personagem. Gostei da abertura no tribunal, mas depois fiquei
tentando ver graça na repetição da mesma piada. Pinterest num quadro, Iphone de
papel... e ele reclamando que queria poder clicar nas coisas. Nem mesmo o
retiro espiritual com Ron rendeu e só serviu para dar mais ideias erradas para
quem é viciado como Tom (Eu? Jamais). O livro de mecânica também deveria ter
surtido algum efeito, mas nada aconteceu.
A coisa mais desnecessária talvez tenha sido Ann vestida de
vaqueira por causa do novo namorado. Não tem graça nem quando Leslie aponta a
tendência da amiga em se travestir de acordo com a personalidade do homem da
vez. O lance da educação sexual para a 3ª idade foi o que se saiu melhor no
episódio, mas a participação dos figurantes com perguntas idiotas foi
fundamental. O falatório de Leslie e a colocação de camisinhas em bananas e
pepinos não serviram para muita coisa.
Até que o casal conservador trouxe uma boa dose de absurdo,
assim como o programa do Perd, com os Perd-vertidos. Longe dali, só comecei a
entender o porquê das cenas com o deputado avulso e seu estilo robótico ao ver Ben
e April na onda da imitação, fechando o episódio com um pouco de dignidade. Só
sinto a obrigação de dizer que esse núcleo de Washington não funciona muito e
que a melhor coisa seria reunir os personagens novamente. Muito das interações
de escritório se perdeu e elas são essenciais para o sucesso de Parks and
Recreation.