Dream Team.
Com uma cirurgia ousada em destaque e uma gangue de
cheerleaders invadindo a emergência do hospital, Grey’s Anatomy mostra, mais
uma vez, que sabe fazer episódios de rotina muito bem e que nem só de grandes
acontecimentos se faz uma temporada. Pode parecer bobagem dizer isso, mas não
é. Essas tramas mais brandas e arcos curtos são essenciais para o alicerce da
história como um todo e precisam estar bem planejados e bem inseridos, caso
contrário podemos ficar com longos períodos de nada e relevância apenas em dois
ou três momentos da temporada.
Sem levantar bandeiras para temas polêmicos e sem grandes
dramas, esse episódio soube trabalhar três casos pontuais. O primeiro e maior
deles é o da arriscada cirurgia realizada por Bailey, Callie, Meredith e Avery.
Honestamente, fiquei tentada a apelidar a situação de “caso Saci”, mas não vou
fazer isso, embora já tenha feito, na verdade. Fiquei com a impressão, no
final, que o objetivo da tal cirurgia inédita era arrumar rabo de saia para
Meredith e Avery e nada além disso. Se foi isso, parabéns. Gostei do médico
militar que arrumaram para Meredith e para Avery, bom... Sabemos que não tem
futuro por que tem bebê chegando e tal.
A questão para Meredith é a de seguir a vida. Ela ainda está
fora de sintonia no quesito romance, mas essa tentativa e essa pequena abertura
que aconteceu são um progresso para ela. E não me venham com papo de que o
Derek morreu faz pouco tempo e nada disso, porque faz um tempão. UM TEMPÃO. Para
nós a contagem em episódios parece pouca, mas já deve ter quase dois anos, com
todas as passagens de tempo que tivemos.
Ainda falando de relacionamentos, eis que Maggie resolve
assumir seu namoro com DeLuca justamente quando ele começa a encanar com isso
por questões de hierarquia e favorecimento. Timing perfeito, não é mesmo?
Espero que não estraguem um casal tão simpático por bobagem.
Também é interessante ver Stephanie na liderança e como a
rainha do cheersquad. Quase nada acontece com ele de fato na série, mas nota-se
essa vontade dos roteiristas em fazer dela uma figura mais forte na equipe
médica. Difícil dizer quando vão realmente se esforçar para fazer algo mais
pela personagem, mas estamos na expectativa de mais do que nos apresentaram até
agora.
A atitude de Ben foi outra coisa que chamou a atenção e,
quando pensamos que ele vai ser mais que o marido da Bailey, vão lá e encerram
o episódio com ele tomando um bronca misturada da chefe e esposa. Foi bem confuso.
E todo mundo questionando a decisão arriscada dele, mas ninguém aparecia para
ajudar com rapidez. Pareceu uma daquelas situações em que todo mundo reclama da
situação, mas ninguém faz nada para melhorar. Claro que ninguém acha normal
usar um clipe de prancheta como utensílio cirúrgico, mas naquela hora, sem
ajuda e sem opção, não fazer nada poderia ser pior, aparentemente. O engraçado
é que já vimos um montão de cenas de gente entubando paciente com caneta e isso
tá tudo bem... Enfim. Pelo menos, depois da bronca, Bailey mostrou interesse
nesse inusitado e corajoso procedimento, que no fim das contas, salvou a vida
daquele cara e pode ter feito toda a diferença.