A volta dos terrores noturnos.
O tempo está voando rápido com
essa temporada de Grey’s Anatomy. Está tão boa de assistir que pisquei e já
estou praticamente diante da Fall Finale. Fiquei chocada com essa descoberta no
final de mais um episódio bem bacana desse 12º ano e com o fato de que não
quero hiatus. Vejam bem o meu nível de amor por essa série.
Como ainda temos mais uma
semaninha antes da despedida temporária, vou deixar para chorar de verdade no
próximo texto (preparem-se). Enquanto isso, o nosso eterno Seattle Grace Mercy
Death recebe um novo médico – dessa vez homem - para dar aquela mexida nos
sentimentos e equilibrar o ratio de gêneros.
Seria de se pensar que a presença
de Nathan Riggs deixasse as moçoilas em polvorosa, mas quem fica realmente
abalado e com o coração palpitando é Owen. Ele volta ao seu estado perigoso e
vulnerável, tendo pesadelos e terrores noturnos por suas lembranças de guerra.
Nathan, obviamente, deve ser o responsável pela morte de algum companheiro de
trabalho dos dois, já que se estabeleceu que a relação dos personagens vem
dessa vivência profissional em situações extremas.
Confesso que o retorno de um plot
já tão desgastado chega a me dar sono, mas acredito que não teremos uma
intensidade tão grande agora, afinal, Owen já superou bastante esse tema e já
lida melhor com tudo o que viu e viveu em seus tempos de guerra. Claro que
neste primeiro momento ficamos aguardando a revelação da história completa e
admirados com a amizade e sensibilidade que Meredith demonstra a cada episódio.
“Nos o odiamos?”. “Sim, nos o odiamos.”. Uma atitude super 5ª série, mas que é
adorável nesse caso, pelo histórico dos personagens e pelas perdas pelas quais
passaram.
Aliás, Meredith é mesmo a rainha
da porra toda, mesmo quando erra. Quando a mostram tentando ser melhor e
consertando atitudes, a deixam mais humana e mais próxima de todos nós. É o
caso com Penny, que também passa por um momento 5ª série, dessa vez estrelado
por Callie, que age feito a mamãezinha que liga na escola para reclamar da nota
da filha com a professora.
Com o caso do transplante de Jeffy
transformando Jo em uma criatura cada vez mais insuportável, vemos que
Stephanie e Penny podem se tornar amigas, assim como Richard é ótima companhia
para Arizona no bar, ajudando-a a se aproximar da mulherada. Em contrapartida,
no time dos “empata”, Avery não deixa Bailey e Bem consumarem o casamento e
ainda erra ao consumar o seu quando pensa apenas em divórcio.
Mas, um dos grandes temas da
semana foi o preconceito que mina chances e faz parte do dia a dia das mulheres
negras. Mulheres em geral são prejudicadas, mas mulheres negras? Essas sim,
convivem com mais dificuldades do que jamais terei, por exemplo. E mesmo que eu
não possa (e nem deva) falar por elas, é importante que exista o reconhecimento
de é um problema real a ser combatido. Grey’s Anatomy vêm fazendo isso de forma
aberta e esfregando nas nossas caras que é preciso mudar e mudar agora.
Valiosíssimo o diálogo entre
Amelia e Maggie, assim como o momento em que as duas e Meredith elencam para
Karev (desenham, na verdade) o que acorre diariamente no campo profissional.
Muitos (homens e mulheres) parecem não notar, porque afinal, as regras da nossa
sociedade podem nos cegar ou anestesiar quando é hora de enxergar o que está
diante de nós. É por isso que, a cada episódio, seja de Grey’s, Scandal ou
HTGAWM, sinto que mais uma brecha se abre para o debate. Os meios de entretenimento
são sim, fundamentais, para que a nossa percepção se abra e para que os
problemas do outro, sejam também os nossos.