“Juro solenemente não te deixar por
muito tempo com o pai que você conheceu ontem.”
Toda vez que vejo a relação de Kira e Sarah
tratada tão positivamente uma pergunta aparece: Que tipo de criança,
especialmente uma perceptiva, aceitaria ser abandonada a cada cinco minutos e
continuaria amando a mamãe do mesmo jeito? A resposta é que Kira faria isso,
porque sendo filha de um clone ela deve ser diferente. Mesmo. Assim, depois de
longas temporadas com Mrs.S, agora ela vai passar um tempinho com o novo papai,
que ela descobriu faz 48 horas, enquanto mamãe Sarah fica livre para a ação e
para outros encontros de família cheios de impacto.
Obviamente esse é apenas um
comentário e não uma critica ao episódio que, afinal de contas, foi muito bom
de acompanhar, muito por causa da melhor sestra do mundo, Shakira
Helena. Primeiro porque as cenas em que ela lembra de ser inseminada, tal qual
a vaca no outro episódio, foi aterrorizante. Parecia um daqueles relatos de
gente abduzida que vai procriar com os extraterrestres. Não é o caso, mas
quase. Depois, cada passo de Helena em
sua fuga da seita dos Proletheans criava expectativa, mas o que gostei mesmo
foi de vê-la na cena final, eliminando Daniel e deixando Sarah completamente
apavorada.
Confesso que se minha sestra
fosse tão sinistra ficaria na mesma. E Sarah, que atirou em Helena, tem ainda
mais motivos para temer, porque agora a previsão é de que elas se unam (de
alguma forma) para tentar recuperar o bebê de proveta em poder dos Proletheans.
Já sabemos que eles enxergam as clones e suas crias como divinas, então a coisa
vai ficar feia. Sempre que religião ou algum tipo de crença entra em jogo muita
gente morre.
Aliás, achei que Helena já foi
mais eficiente. Como é que ela não matou todo mundo naquela fazenda. Só botou a
filha do maridão para dormir e fugiu. Dava para fazer um estrago. Especialmente
se Art, o detetivão mais esperto do mundo, ajudasse. Do nada ele está ali, fotografando
e pedindo as licenças das armas de grande porte, mas não move um dedo pra
ajudar Shakira de verdade.
Com mais algumas ideias a
respeito do projeto Leda, ficamos ainda com questionamentos meio babacas sobre “porque
Rachel é megaevil”. Honestamente, quem se importa? Rachel é a clone criada para
ser odiada e apenas isso. Até o momento, ela não fez nada de verdade e vive de
ameaças que nunca se concretizam. Cosima, por sua vez, continua no plot da
tosse e não vai muito além disso faz tempo. Aparece no Skype, tosse e some.
Aparece no laboratório, tosse e some. Virou rotina.
Alisson, por outro lado, foi para
rehab e enfrenta o medo de perder os filhos para o marido fake. No fundo, esse
retiro será bom para ela, que anda mais estressada do que todas as clones
juntas, mas gostaria de ver o marido fake se dar mal, até porque, ele é um
personagem meio inútil.
Com o destaque para Cal, Paul
sumiu da série e isso é um triste fato. Confesso que achei que ele poderia ser
o homem de Rachel e não foi sem alívio que vi David como o dono daquela metade
do armário. O engraçado é ver que tentam preencher o quesito “sensualidade” com
Mrs.S tocando o terror com seu velho amante, mas não é isso que a gente quer
ver, atenção pra essa dica, produtores.
Outra coisa que quero saber é
porque Sarah não pode dizer pra Cal o que está acontecendo. Seria tão mais
fácil do que deixar o coitado pensando que ela está roubando corporações. Ficaria,
inclusive, mais fácil para ele proteger Kira, o deixaria mais atento, mas
aparentemente, quem tem mentira e trailer tem tudo.