Uma tigela cheia de Rachel Berry.
Chegou o grande momento de
Rachel. Anos e anos de preparação e de inseguranças convergem nesse episódio
que só não foi melhor porque pesaram a mão em tramas paralelas completamente
desnecessárias. Tudo ia muito bem, até decidirem
que precisávamos daquele plot completamente avulso com Sue Sylvester. Por mais
que a gente goste da personagem e de seus momentos de pura agressividade
gratuita, a coisa foi feita de um modo bastante “nada a ver”, na falta de
melhor definição. É por isso que já
começo eliminando isso do nosso caminho, porque não existe nada que justifique
Sue ir para NY, aparecer na casa de Rachel, se hospedar lá e ter um romance com
um homem ainda mais avulso do que o plot como um todo.
Provavelmente, esse novo amor de
Sue seja a desculpa plantada para levar a personagem para NY no ano que vem.
Algo que não faz sentido, se me permitem a opinião. Sue é, como ela mesma diz,
uma garota de Lima, um peixe grande nadando no lago pequeno e não vejo como
encaixá-la com a atual realidade nova-iorquina. Jeito tem, é claro. Jeitos
ruins, como o que vimos nesse episódio. Glee sempre faz essas coisas. Criar uma
desculpa esfarrapada e deixar tudo solto, mas no atual momento, não dá para
aturar. E o destaque para Sue nesse episódio foi um grande erro estratégico,
porque o foco em Rachel, como fiou provado, já era o suficiente para segurar a
onda.
Talvez todo o imbróglio com Sue
tenha servido apenas para que Rachel pudesse dizer tudo o que cada membro do
New Directions queria dizer e nunca pôde. Mas fora essa cena o resto todo é uma
peça que não se encaixa nesse quebra cabeças. O caso de Will já é diferente.
Ele tinha motivação para ir a NY e o nascimento do bebê coroa também o que foi
proposto para o personagem nessa temporada. Sim, as aparições de Will são raras
e muitas vezes também sem sentido, só que essa fecha um ciclo. Ele estava ali
para ver uma de suas pupilas realizar um sonho, um sonho que também é o sonho
dele, mas ao mesmo tempo a realidade chama. O pequeno Daniel Finn Schuester
acaba de nascer e Will tem nova motivação na vida.
Sobre Rachel e seu momento de pânico,
acho que é apenas natural. Ela é jovem e insegura, apesar de talentosa. E um
pouco de nervosismo é bom para manter o pé no chão e não deixar a fama subir à
cabeça. Claro que Rachel deve se tornar diva das divas e pedir mil toalhas
brancas com uma estrela dourada bordada a partir de agora, mas esse lado sensível
e amedrontado dela foi bem humano e revela a faceta de atriz. Rachel precisa
dos holofotes para se sentir amada e reafirmar seu talento. Ela sabe disso e
foi interessante ver na tela. Geralmente as pessoas mais inseguras são as que
buscam a fama, para tentar compensar o desnível no ego.
Obviamente, não dá para não amar
a aparição de Tina e toda sua delicadeza paquidérmica. Ela detona Rachel como
se fosse um trator e revela que há hábitos que nunca morrem. Pobrezinha da
nossa #asiannumberone continua procurando amor nos braços de homens gays (ou
g0ys, já que está na moda), iludindo-se sobre seus relacionamentos e escrevendo
péssimos bilhetes que personificam a falsa Barbra (e não Barbara) Streisand.
Como era de se esperar, os números
musicais não poderiam fugir muito do teatral. Gostei de “Lovefool”, apesar de não
entender bem a escolha dessa canção apara ilustrar o pesadelo de Rachel. “NYC”,
com Will e Sue me pareceu como uma dessas sequências que entraram só para não
dizermos que eles não cantaram no episódio, embora seja bem dispensável. Não
entendo porque sempre que alguém vem para NY (ou Los Angeles) é preciso cantar
uma musica sobre essa grande viagem. Uma vez, duas vezes a gente aceita. Mil
vezes já são além da conta.
Os musicais de Funny Girl, “I’m
the Greatest Star” e “Who Are You Now?” não tem lá muito brilho, mas passam
pela média e porque não tinha como escapar de ambas as cenas. Acho só que,
repito, Sue Sylvester não tinha que cantar com Rachel. Não vi o menor sentido e
continuarei não vendo. Para encerrar, “Pumpin’ Blood” foi uma dose de animação,
mas também não entra na lista de números memoráveis. Aquilo de todos os gays
reconhecerem Rachel na balada foi bem... BOBO? Talvez coisa pior. Mas esse é,
afinal, o nascimento de uma estrela e, daqui em diante, Rachel Berry terá
sempre uma estrela dourada perto de seu nome, marcando a porta do camarim e
deixando claro que sim, ela veio para NY e conquistou a Broadway em sua
primeira tentativa.
P.S* Não gostei muito de Santana
ser responsável por tirar Rachel da fossa. Honestamente, muito clichê.
P.S* Tive a sensação de que
Rachel iria cair das escadarias sem fim daquele teatro e literalmente “quebrar
a perna” na noite da estreia.
P.S* Boa a lista de personagens
que faltaram à estreia de Rachel ser lembrada, mas ninguém estava realmente
esperando a aparição de Quinn, Puck, Brittany e outros.
Músicas no episódio:
Lovefool: The Cardigans - Rachel Berry, Blaine Anderson, Kurt
Hummel, Sam Evans, Santana
Lopez & Tina Cohen-Chang
NYC: Elenco de Annie - Sue Sylvester
& Will Schuester
I'm the Greatest Star: Elenco de Funny Girl - Rachel
Berry
Who Are You Now?: Funny Girl - Rachel Berry &
Sue Sylvester
Pumpin' Blood: NONONO - Rachel Berry, Santana Lopez & Mercedes
Jones