Uma temporada que,
definitivamente, já deveria ter acabado.
Nunca questionei muito o fato de
Grey’s Anatomy fazer temporadas de 24 episódios. Para mim estava tudo muito
bom, tudo muito bem e, mesmo no que julgava serem os momentos ruins da série,
eu nunca senti como agora. A série está capengando num infinito sem motivação e
a temporada de 24 episódios é um fardo para os fãs (ou pelo menos, para uma
parte deles).
Tenho achado incrível que existam
pessoas felizes com o atual “desenvolvimento” da série. Dou ênfase nas aspas,
porque dizer que a série está se desenvolvendo chega a ser ofensivo. E assim,
ficamos com episódios idiotas como o dessa semana, em que personagens que
deveriam ser inteligentes dão um show de burrice e no qual temas repetitivos
continuam nos assombrando.
É simplesmente insuportável a
conversinha do “let’s make a baby” com Arizona e Callie. Só não é tão ruim
quanto a briga homérica de April e Avery, que afinal, já estão debatendo um
filho real, como se isso salvasse o plot de ser uma porcaria. O que é preciso notar é que tudo o que April
diz serve para Avery. Então ela acha que é desrespeitada e julgada? O que ela
faz sobre a opinião do marido a respeito de religião é o quê? Ela pode julgá-lo
por não ter fé (ou por não ter fé no que ela tem), mas ele não pode fazer isso
com ela. Entendi direito? É simplesmente isso. Ainda vejo em Avery um desejo de
chegar num acordo, mas April apenas surta e berra como a imensa chata que
sempre foi. Achei que a personagem tinha melhorado, mas foi apenas um engano.
Como todos sabem, Amelia Shepard
deve ficar fixa na série, então trouxeram a personagem num maravilhoso plot de “quero
casar, mas ao mesmo tempo não seguro essa barra”. Nossa, muito interessante,
não é mesmo? Faz questionar o que está acontecendo com os roteiristas da série,
porque não é possível que alguém ache que nós ligamos para a irmã avulsa
(desculpem, a irmã que eu gostava morreu num acidente de avião) surtando com a
fictícia vida de casada. E com um cara de quem eu nunca ouvi falar. Ou talvez tenham ouvido falar em Private Practice, não sei.
Mas nada supera as cenas de
médicos burros e incompetentes. Internos que titubeiam com um paciente aberto
na mesa de cirurgia? Grey´s tem. Vamos ficar debatendo quem faz o quê enquanto
o paciente sangra até a morte. Ou
façamos como Bailey, que está na maior pilha para continuar o tratamento no
paciente sem ter o consentimento da família.
Para começar, não existe isso de
um médico criar um retrovírus e inserir em alguém sem que esse tratamento seja
testado POR ANOS E ANOS, aprovado pelo FDA e por um zilhão de especialistas. A
palavra experimental não justifica tudo e não permite essas barbaridades. A
única pessoa sã é a mãe do menino dando piti, porque ela sabe que isso não está
certo nem na ficção. Ficamos com a insinuação de que Bailey vai simplesmente
destruir a própria carreira. Claro que em Grey’s Anatomy os médicos escapam de
tudo, mas existe um limite aceitável. Torço para que ela não faça essa
imbecilidade que é grande demais para qualquer pessoa com dois neurônios
conseguir compreender.
Como Meredith e Derek só querem
arrumar alguém pra desovar a criançada e Karev fica debatendo seu novo salário
na clínica aleatória do personagem aleatório que apareceu naquele episódio sem
importância alguma, nos resta olhar para Cristina Yang, a mais ilustre
perdedora do Harper-Avery Award.
As reações dela, a frustração,
são todas naturais. Ela se volta para o trabalho, sofre o baque com a perda de
uma das pacientes daquela família em que os três filhos sofrem de problemas
cardíacos, fica confusa por achar que não é exatamente tudo que ela achou que
era como médica e cirurgiã, mas é preciso notar que usam o ego machucado de
Cristina para criar a desculpa mais torpe e mais chula para a saída da
personagem. Segurem a onda de que Yang vai sair do hospital porque ali ela
nunca vai ganhar um prêmio. Essa saída é tão, mas tão pobre que não sei nem
mensurar direito.
Fica a impressão de que querem
que a gente odeie a personagem. Sabemos que a atriz é quem está louca pra pular
fora desse navio naufragando, mas e se fosse numa circunstância normal? Seria aceitável?
E a resposta é não. Não seria. Muito
triste ver a derrocada dessa série que já foi brilhante.
E por incrível que pareça, as
únicas coisas que fazem sentido são sobre a interferência da Harper-Avery
Foundation no hospital e nas bolsas de pesquisas, além da briga de Richard com
a irritante Catherine. Pois é. Ele pode até gostar dela, mas ama ainda mais o
que construiu naquele hospital e o que conquistou com seus pupilos. No momento,
Richard é o único personagem com a cabeça no lugar.