Um episódio de Glee pra ver
usando camisinha.
Não sei dizer exatamente que
rumos estão tentando dar para a finalização dessa 5ª temporada de Glee, mas é
de notar que os roteiristas não estão muito preocupados com desenvolvimento de
alguma storyline ou que simplesmente
escolheram levar tudo em banho-maria até que cheguemos à temporada final que,
segundo consta, terá salto temporal e será um recomeço (ou o recomeço para o
fim).
Fato é que, tirando pequenezas,
nada de impacto está acontecendo com os personagens. Tirando Rachel e sua
carreira na Broadway com a estreia de Funny Girl, ficamos presos numa estática
de relacionamentos. É a espiral de conflitos entre Kurt e Blaine, Sam e
Mercedes. Um pouco de Artie aqui e ali,
para dar uma variada, mas basicamente, o tão esperado núcleo de NY se resume a
isso.
Semana passada, não escondi minha
frustração, sentimento que diminuiu com “Tested”, porque confesso, consegui me
divertir em muitos momentos. Não foi assim, um episódio maravilhoso e a série
enfrenta os problemas que já citei, mas tudo bem, não acho que desperdicei meu
tempo. Dei algumas risadas, gostei de 50% das músicas e principalmente, vi
vantagem nos diálogos pontuais entre Rachel e Mercedes.
Desde a morte de Finn na série eu
me perguntava como iriam fazer com a vida amorosa de Rachel. Extingui-la? Até
agora, o foco da personagem foi apenas profissional, mas em algum momento o
assunto “romance” precisava aparecer. Os diálogos sobre sexo e relacionamento
foram bons, maduros. Um desses momentos em que vemos sanidade em Rachel, sendo
boa amiga, boa conselheira e consciente de que, apesar de tudo, não poderá se
fechar numa bolha pra todo sempre.
A história toda de Mercedes, por
mais que eu deteste a personagem, é aceitável e acontece de verdade. Só que eu,
no lugar dela, teria de ir para Las Vegas, me casar com Sam na mesma hora,
porque esse lance de esperar até o casamento não seria uma opção viável. Não
deixei de notar a ironia dela cantando na igreja e pensando em “dar ou não
dar”.
Enquanto ela berra loucamente e
me faz revirar os olhos e afastar os fones de ouvido com “I Want to Know What
Love is” e “Let’s Wait Awhile”, Sam é só doçura e gostosura, com suas piadinhas
pontuais em diversos momentos do episódio. Ele fez o plot de Artie ser muito
melhor do que era, com cada reação ensaiada às revelações sexuais do amigo.
Aliás, pobre Artie, vestido de
clamídia nessa campanha maluca de Glee contra DST’s e bancando o pegador, agora
que está na faculdade e o “alternativo” impera. “Addicted to Love” é uma das músicas
de que gostei no episódio.
Sobre a campanha pelos testes d
saúde e uso da camisinha: É um tema pertinente e foi tratado com bom humor,
então, honestamente, apesar de ser super randômico, aprovo a iniciativa que
vestiu os meninos de marinheiros e abusou do estilo de propaganda de uns 50 ou
60 passados.
Não é sem constrangimento que
assumo ter me divertido demais com as cenas de comilança desenfreada de Blaine.
Eu o olhava debulhando comida como um animal, se lambrecando de cheetos e
folhados açucarados e apenas ria. Era tudo tão absurdo que eu ria sem parar. Tirando
essa parte de gordices, no entanto, não entendo a insistência nesses plots com
Blaine e Kurt em eterna briga. São sempre discussões idiotas e que diminuem a
inteligência dos dois personagens. Agora, Kurt é um deus grego e Blaine come até
pneu para compensar a frustração de não ser mais um macho alfa, mais gostoso,
mais bonito e mais protetor que seu namorado. É de uma mesquinharia tremenda,
apesar de Blaine ser bastante egocêntrico, tal qual Rachel, em muitos momentos.
No meio disso tudo, “Love is a
Battlefield” foi interessante de ver, especialmente pela coreografia. Fico
imaginando como deve ser bom ser aluno de NYADA e ter aulas de como ser um
lutador greco-romano ou algo assim. A cada semana conhecemos mais uma classe
bizarra e pelo menos nisso, Glee ainda não perdeu a mão.
Músicas no episódio:
“Addicted to Love” - Robert Palmer: Artie Abrams
“I Want to Know What Love Is” – Foreigner: Mercedes Jones
“Let's Wait
Awhile” - Janet Jackson: Mercedes Jones & Artie Abrams
“Love Is a
Battlefield” - Pat Benatar: Kurt Hummel & Blaine Anderson