domingo, 13 de abril de 2014

Glee 5x15: Bash


Respirando fundo e contando até 10.

Todo mundo sabe que uma das tarefas que mais odeio é a de criticar Glee negativamente. Essa semana, no entanto, não posso me furtar à obrigação e preciso dizer que “Bash” é um dos episódios mais sonolentos do ano e da série, como um todo. Apesar de terem colocado um tema importante e contemporâneo em debate, com todos os acontecimentos envolvendo Kurt, houve uma falta generalizada de função em todas as tramas e um tédio ainda maior na escolha de todas as músicas. Foi um festival de chatices e só posso imaginar que se na semana passada muita gente odiou o episódio, o número de descontentes aumentou, sete dias depois.

Vamos começar com Kurt e seu espancamento. É incrivelmente válido colocar esse assunto em Glee, afinal, algumas das notícias que mais aparecem são sobre intolerância com homossexuais, envolvendo espancamentos e mortes. Como podemos notar, não é exclusividade do Brasil, mas algo que acontece em todo mundo, inclusive numa cidade como New York, que passa a impressão de ser mais liberal. 

O problema com esse plot de Kurt é que ele não foi bem fixado. Começa com uma vigília e a gente fica vendo aquele número musical com velas por algum tempo até sacar o que diabo está acontecendo e, a partir daí, ficamos esperando o espancamento. E ficamos esperando o espancamento de Kurt, especificamente, porque ele força tanto na execução de “No One Is Alone”, faz tanta cara de drama, que só podia ser ele. Quando acaba, pelo menos nos livramos da primeira música chata do episódio. Uma música bem cantada, mas que não transmite nada de emoção.

Depois, vemos Kurt agir como herói anônimo, algo louvável, mas arriscado e a história fica nisso. “Nossa, que corajoso. E que burro”. Todos repetem, inclusive Burt e nada de realmente bom sai daí, porque jogam o assunto e não vão além. Fica por isso mesmo. Kurt apanha, vai para o hospital e volta no fim pra se apresentar em NYADA com “I’m Still Here”, outra musiquinha que nunca mais pretendo ouvir.

E falando em NYADA, uma das grandes polêmicas da semana é sobre a atitude de Rachel. Galera dividida entre os que concordam e os que não concordam com ela largar a faculdade. A situação é delicada e sou da turma que prefere ficar longe dos extremos. Vamos trancar o curso, voltar quando for a hora, não é, dona Raquel Framboesa? Um show na Broadway, obviamente, toma todo o dia do artista. São ensaios, compromissos, apresentações. Não tem como Rachel fazer isso e a faculdade. Só que ela não precisava ser estúpida com Dona Carmem Tibideaux, mesmo que Dona Carmem Tibideaux estivesse sendo bem estúpida também.

Não sei bem o que foi aquela apresentação de Rachel e Blaine com “Broadway Baby”. Especialmente porque não faz sentido que os dois, sabendo que a apresentação era individual, fizessem uma dupla. Fiquei extremamente confusa, nessa parte, porque pra mim, ela nem deveria existir no roteiro, de tão idiota que é. Ganhamos mais uma musiquinha pra esquecer e caras de nojo de Dona Tibideaux, que começa sorrindo e DO NADA faz carranca e fica urubuzando a apresentação.

Para coroar o festival de plots babacas, tinham que inventar o retorno de Samcedes algo que NINGUÉM ESTAVA PRECISANDO e que rendeu apenas uma coisa boa quando aconteceu pela primeira vez, sendo essa coisa boa a apresentação de “Human Nature”.

Não adianta colocar Sam repetindo mil vezes que ele tem uma química louca com Mercedes. APENAS, Não. Não tem. Casal chato, que traz à tona um debate realmente preocupante, que é o que a comunidade black vai achar de mulher negra namorando um rapaz branco. Pior: o que é que Mercedes está dizendo ao mundo (como se o mundo desse bola pra Mercedes) ao namorar um branco? Isso é sério? Não posso acreditar.

Obviamente existem ainda milhares de preconceitos de raça, só não achei muito boa a forma como tentaram colocar. A inversão de papéis tinha potencial, mas a questão maior colocada nem foi a do preconceito, foi a do EGO de Mercedes, uma personagem que ninguém queria de volta e que está aí, porque a atriz deve ter algo grave contra algum dos produtores e está usando isso pra voltar pra Glee.

Dessa vez, nem Sam salvou, com suas piadinhas e imitações. Foi tudo muito chato, ainda mais com cantorias desnecessárias como “You Make Me Feel Like a Natural Woman”. Péssima escolha de cenário naquele carrossel, para dizer o mínimo. E então, como num passe de mágica, percebemos de onde saiu o plot mais babaca do episódio: da vontade de promover o single de Amber Riley, “Colour Blind”. A música é até ok, eu já tinha ouvido antes e gostado (moderadamente), mas daí a criarem uma trama completamente imbecil só pra poderem encaixar essa música como finalização da história já é passar dos limites aceitáveis. 

Não se enganem. Não foi um insight do tipo “gente, olha só que coincidência, a música nova da Amber super cabe aqui”. Não foi. O que aconteceu foi o apenas isso: “temos de colocar a música de Amber porque ela sabe o que fizemos no verão passado. Cria um plot avulso aí e vamos mantê-la feliz mais uma semana”.

Honestamente, Glee? Assim, nem com boa vontade e muito amor pela série dá para suportar.

Músicas no episódio:
"No One Is Alone" - Into the Woods: Rachel (Lea Michele), Kurt (Chris Colfer), Blaine (Darren Criss) e Sam (Chord Overstreet)
"(You Make Me Feel Like) A Natural Woman" - Aretha Franklin: Mercedes (Amber Riley)            
"Broadway Baby" – Follies: Blaine (Darren Criss) e Rachel (Lea Michele)            
"Not While I'm Around" - Sweeney Todd: Blaine (Darren Criss)             
"Colour Blind" - Amber Riley: Mercedes (Amber Riley)              

"I'm Still Here" – Follies: Kurt (Chris Colfer)
Comentários
8 Comentários

8 comentários:

lightweight disse...

Tô achando cada vez mais ridículo. Continuo vendo pela Lea, porque Glee ja foi minha serie favorita e por dó, mas o prazo de validade de Glee ja venceu há muito tempo.

Gustavo disse...

Não posso opinar sobre as músicas pois só escutei o dueto Rachel/Blaine. As outras passei à frente nos primeiros segundos. O episódio foi um tédio só. Aliás, não só nas músicas, mas eu fiquei passando o episódio pra frente toda hora. Acho que assisti nuns 20 minutos. Realmente, Mercedes é um saco. Uma inútil pra série. E, pra mim, não é de hoje. Queria a Tina em Nova Iorque em vez dessa mala. Mas enfim... Continuo com a série pois é uma das minhas preferidas e não vai ser um episódio que vai abalar isso. Mas que foi chato, isso foi.

Lucas disse...

Camis, que revire foi essa?! Expressou tudo que eu pensei sobre esse episódio e um pouco mais! Vc ainda foi guerreira em ter escutado todas as musicas, eu, por exemplo, pulei 4 canções chatas. Pelo menos assim a tortura durou menos tempo.
Não aguento mais Kurt e Mercedes! Quero Tina, Santana e a loira mais sagaz da série, Britanny! Cd vcs, girls!? Até Sam conseguiram estragar!

Lucas disse...

Review*

Gustavo disse...

Só acho que a Yang não ganha este prêmio não. No voiceover a Grey fala sobre como foi quando a Ellis ganhou e ela cita exatamente o contrário da Cristina. Acho que pode ser um indicativo de que ela não ganha. De resto, concordo com tudo. Ótima review (como sempre). Mas não tenho medo de ficar sem assunto quando Yang sair (já que só ela mesmo que está tendo plot). Provavelmente na finale venha um incêndio, um acidente, uma invasão alienígena, um ataque zumbi ou qualquer coisa do tipo pra dar assunto pra série. E sim, que este evento mate TODOS os internos.

Doctor Sam disse...

Concordo em partes com você, Camis.


Quanto a parte da Mercedes, do plot do racismo e tal, concordo em tudo. Ainda que não tenha tantos problemas com a personagem quanto você, realmente a abordagem do assunto preconceito ficou um pouco deslocada e não funcionou. Fora que quando começou A Natural Woman eu quase gozei, porque amo essa música, mas a execução foi tão fraquinha! Digo, foi boa até, mas cadê os graves maravilhosos no refrão? E a gritaria da Amber foi over the top. Juro que não sabia que aquela música era single da Amber... achei chatinha.


AMEI a apresentação Blaine e Rachel. Particularmente, super gosto quando tem dueto dos dois. Agora... realmente, como os dois me fazem um dueto quando a tarefa não era essa? Foi meio forçado mesmo. Mas a música eu curti. E a Tibideaux começou sorrindo porque tava gostando da Rachel, mas fez cara de bunda quando o dueto começou, porque não era isso que ela queria.


E super Rachel mesmo largar a faculdade e distribuir ofensas pra quem ousa questiona a decisão, né? rsrsrs É super errado, é. Mas acho que condiz com a personagem. Rachel nunca foi de ter moderação e bom senso até alguém enfiar a força na cabeça dela ou a vida se encarregar de fazer ela cair do cavalo. O que eu super acho que vai acontecer em breve...


A parte dos espancamentos... Bom, eu super fiquei sem entender o começo. Até pausei pra buscar alguma referência do cara que apareceu no flyer da vigília, achando que era da vida real. E claro que já esperava algo acontecer com o Kurt, não só por causa da cena da vigilia, mas porque era meio óbvio que isso ia rolar com ele. Apesar da burrice do que ele fez, no overall eu gostei dos momentos proporcionados e da ideia que a trama passou: de que você tem que saber se impor também, se defender, lutar.


Ao ver o episódio, eu fiquei mais contente do que repensando sobre ele depois, mas no geral me diverti. Daria uma nota 7.

Analice disse...

Detesto quando tem tragédia em Greys (tipo o acidente de avião), mas se essa tragédia matar todos os internos (todos! não só o insuportável do Ross, mas se matar todos mesmo: a xerox da Izzie, a Sandra Bullock e a garota que tinha óculos) eu fico muito, muito, muito feliz!

Pati Melo disse...

Grey's da depressão