terça-feira, 22 de abril de 2014

Grey's Anatomy 10x20: Go It Alone


Sobre médicos e super-homens.

Não é que Grey's Anatomy tenha tomado jeito, mas pelo menos, no episódio dessa semana, as coisas fluíram um pouco melhor e o assunto da semana não foi tão maçante, embora estejamos longe até mesmo do "arroz com feijão" bem feitinho que a série costumava apresentar. Pelo menos, quando o assunto é a rotina no hospital ainda há coisas a explorar, mesmo com assuntos repetidos e nossa atenção maior fica em Cristina Yang.

E o Harper-Avery Award vai para.... Um avulso qualquer. Pois é. Depois de tudo, Cristina Yang não levou o Oscar da medicina, mas essa é a grande lição do episódio. Não é o prêmio que realmente importa, quando o que se faz todos os dias é salvar vidas. De um modo bastante natural, vimos em Cristina uma cirurgiã que realmente merece reconhecimento, não apenas por inovar e ser um gênio, mas por se doar aos pacientes.

Esse foi um episódio simples e que mostra boa melhora na qualidade do roteiro, embora ainda não saia muito do lugar comum. No entanto, o foco em Cristina e em alguns pacientes nos mostra o valor da personagem e de uma história bem contada. Já dava para prever um pouco o que aconteceria, se considerarmos o discurso sobre Ellis Grey no episódio anterior, mas ainda assim, ver Cristina tendo que fingir aplausos foi espetacular, porque pela descrição que fizeram dos demais concorrentes a impressão era de tínhamos um milagre concorrendo com um monte de projetos sem importância. Não sei se irão mais fundo no tema, mas a questão é que Cristina levou mais uma lição sobre humildade e por sorte não estava sozinha. Gostei muito de ver Meredith e Owen ali, para apoiá-la. Foi um gesto de amizade lindo e que fez a diferença.

Outra coisa que fez a diferença foi ver a dedicação de Cristina com a família das crianças internadas, todas com o mesmo problema. Cheguei a achar que ela nem viajaria pra receber o prêmio, para ficar no hospital cuidando para que todos não morressem em efeito dominó, como ela mesma destaca.

Fora isso, a louca rotina dos médicos chama a atenção. Sempre fiquei impressionada com essas jornadas de trabalho de milhares de horas. Na minha cabeça, se você é cirurgião ou qualquer profissional de saúde, dormir e estar descansado é essencial para evitar erros e vidas perdidas. Sério. Para mim, médicos e motoristas (em geral) que não tem o descanso apropriado são um risco para a sociedade. Mas aparentemente é supernormal trabalhar 32, 48 horas seguidas, sem dormir e ainda ser competente. Obviamente, a série apenas está mostrando a realidade, mas nos deixa pensando no assunto. Por isso não culpo o cochilo do marido de Bailey. O coitado estava no limite e existe uma hora em que o ser humano precisa recarregar as baterias, seja ele médico ou não. Quem garante que a atitude precipitada de Murphy, que poderia ter deixado a paciente com sérios problemas e lesões permanentes, não foi causada pela estafa?

Derek, por sua vez, demonstra ser quase um super-homem. Faz cinquenta coisas ao mesmo tempo. Ensina e opera na madrugada e a única coisa que esquece é de avisar Meredith que deixou as crianças com Callie e Arizona. Parabéns! Você venceu as probabilidades de fazer merda e fez a menor de todas, apenas.

Como os pequenos “dramas” familiares parecem estar dominando essa temporada, ainda ficamos com o debate sobre quem ficará barriguda, agora que Callie e Arizona resolveram ter mais um bebê e também com o inflamado debate religioso entre Avery e April. Duas tramas bem bobocas e que não acrescentam nada em nossas vidas ou na série em si. Não entendo porque temos que acompanhar brigas sobre crianças que ainda nem existem e nem porque isso seria interessante. Até que começaram bem, no assunto do implante coclear e poderiam ter desenvolvido mais esse TEMA MÉDICO, mas optaram por discutir se os filhos de April e Avery vão ou não rezar antes de dormir ou ir ao estudo da bíblia.

Muito mais interessante seria se explorassem o que Bailey está fazendo com o vírus da AIDS que na verdade será usado para curar o menino sem defesas contra quaisquer doenças. Nem sei se a explicação é válida cientificamente (parece claro que não, não é), mas quem se importa? Foi uma resolução bem inventada e que causa mais curiosidade que as brigas de casal que aparecem episódio após episódio.


P.S*Queria falar sobre Karev, mas nem tem muito assunto, não é mesmo? Mais um médico trabalhando no esquema super-homem, até que alguém morra porque ninguém mais dorme e todo mundo só trabalha sem parar. 
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