Dando à magia uma nova chance.
Ano passado vi minha relação de
puro amor com Once Upon a Time se transformar em um oceano de decepção. Entre
episódios preguiçosos e cheios de erros de continuidade, o período de “paixonite”
acabou, mas o que não é o coração de um “Truest Believer”? Por ainda creditar
na possibilidade de recuperação, decidi, assim como muitos outros fãs, permitir
á série um tempo de recuperação. Esse episódio e cada diálogo contido nele,
portanto, parecem a metáfora perfeita do que espero de OUAT agora. Não
precisamos ser amigos do peito, mas cada um de nós tem de cumprir seu papel. A
série só precisa respeitar nossa inteligência e os produtores precisam parar de
achar que cada espectador vai correndo ao twitter deles para entender as pontas
que eles nunca amararam.
Sendo assim, no espírito da boa
vontade, assisti a esse episódio e se não fiquei impressionada também não o
achei ruim. Parece um começo minimamente decente para essa nova fase da série
em que saímos de Storybrooke e vemos o desenrolar dos fatos da Terra do Nunca e
de Far Far Away (Floresta Encantada é para os fracos!). Não faltou ação para
movimentar as coisas, com direito a voos com pó de pirlimpimpim, sereias
malignas e tsunami emocional, literalmente falando.
Todo mundo tentando chegar até
Henry, o nosso “crente”, que consegue ser sequestrado e arrancar todas as
informações de que precisa dos raptores com seu charme de menino príncipe, que
é cretino o bastante para ver uma fogueirinha e sugerir uma rodada de smores.
Henry acredita que será salvo e que tem apenas de se manter vivo até mamãe e
equipe de avós encantados chegarem. Claro que ele consegue se colocar mais
ainda em perigo e entra numa fuga doida ao lado de Peter Pan e essa jogadinha
foi a mais óbvia do episódio. Todo mundo sacou que o ‘menino perdido’ com cara
de tonto só podia ser o dono daquela sombra megaevil que acaba com Greg em
poucos segundos.
Aliás, fiquei feliz por isso.
Greg e Tamara foram péssimas adições como personagens e como atores no papel.
Vê-los morrer deu um fôlego considerável à minha vontade de continuar com o episódio.
Especialmente porque não tenho mais paciência para Snow e Charming que empunham
espadas, arcos e flechas e só ameaçam sem jamais concretizar nada. Sou muito
mais Rumples, que arranca o coração de Tamara numa cena muito boa ou Regininha
(rainha de nossos corações), que transforma sereia em madeira e taca FOGO NA
ÁGUA. Uma ideia apenas tão maravilhosa
quanto é ineficaz.
Gostei do que Emma falou sobre
essa busca ou nova batalha. Em resumo, “cada um que cuide de sua própria vida”.
Ela sabe que para ser bem sucedida precisa de magia e dos escrúpulos maleáveis
de Regina, Rumples e Hook. Snow e Charming, falemos a verdade, não servem pra
nada além de arrumar briga com quem resolve as coisas, o que me lembra do quanto
foi bom ver Snow e Regina numa briga de tapas, com Hook e Charming fazendo igual,
só para não perder a oportunidade. E esse monte de discórdia causava o tsunami
emocional. Sereia safadinha percebeu que era um bom dia para incitar
naturalmente as inimigas e ia mesmo deixar que eles se matassem sozinhos. Acho
importante notar que Regina transforma a dita cuja em madeira que SÓ OS
INTELIGENTES PODEM VER. E eu devo ser burra, porque durante a tempestade a
estátua da sereia SOME do barco, sem qualquer explicação. Mas enfim, magia pode
tudo, como já ficou estabelecido na série na temporada anterior.
Enquanto isso, em Far Far Away,
outro efeito miraculoso acontece. Neal fica magicamente curado de um tiro de
calibre 45 (como ele mesmo ressalta) e anda normalmente com Mulan pelo reino,
em busca do castelo de papai Rumples onde ele faz mais maravilhas com um cajado
e enxerga sua (agora) amada Emma numa bola de cristal. Era realmente para rir,
porque quem dá a dica de como usar o aparato é Mulan, que já pode virar
conselheira sentimental em programas de rádio AM. Ou isso ou ela é uma caça
macho talentosa, porque fiquei meio desconfiada de que vão investir em algo
entre ela e Neal e trabalhar um pouco a tensão sexual (pode isso em contos de
fadas?) entre Emma e Hook. Essa impressão vem do fato de que Mulan está meio
cansada de viver no poliamor com Aurora e Philip e também porque Hook fica
olhando para Emma meio faminto, observando sua malhação improvisada e
entregando espadas para moça, junto com goles de rum. Pura sedução.
Confesso que me diverti ao reparar
em como todo mundo acha normal Neal/Bael sair anunciando que é filho de Rumples,
como se apenas alguém muito louco fosse admitir algo do tipo. Faz algum
sentido, diferente da presença de Robin Hood no episódio, algo completamente
aleatório e que poderia ser retirado sem alterar o enredo em nada. E falando
nas criaturas fantásticas, aprovo esse viés de vilania para as sereias que,
afinal, na mitologia são tratadas como tal e ganharam essa visão de “bonitinhas
do bem” só nas versões Disney mesmo.
Resta esperar, agora, que essa
mistura toda faça sentido e seja interessante de acompanhar. É fácil deixar
para trás alguns episódios ruins quando uma série de potencial (e eu ainda acho
que OUAT tenha o seu) se recupera e consegue entregar boas histórias. Foi isso
que nos motivou desde o começo, junto com o carisma de alguns personagens. Que
a magia de Once Upon a Time volte a acontecer e que a maldição que caiu sobre
nós seja quebrada com a Season 3.
P.S*Fiquei com medo daquele monte
de moleque em cima de Henry. Sério. Foi meio assustador no sentido de “vamos
desvirginar esse pirralho”. Sei lá. Apenas pareceu errado.
P.S*Se matar Greg e Tamara foi
fácil, porque não é fácil acabar com o trio calafrio: Mulan, Aurora e Philip?
P.S* Por mais brigas no gel entre
Regina e Snow. A briga de Charming e Hook eu quero sem camisa, se possível.
P.S*Tomara que essa temporada
seja boa. Desejo do fundo do meu coração peludo.