segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Grey's Anatomy 10x01/02: Seal Our Fate/I Want You with Me


 Dez anos depois...

Essa semana completamos dez anos ao lado de Grey’s Anatomy. Uma relação longa, recheada de risos e lágrimas e que justamente pelo constante vendaval de emoções sofreu algum desgaste. Essa percepção vem das primeiras impressões após assistir à Premiere da Season 10. Para quem, como eu, vinha num onda de puro amor com a série, pareceu estranha a sensação de que o episódio duplo foi desnecessário. Longo e moroso, causou pouca emoção com os casos apresentados e enrolou preciosos minutos em assuntos desgastados. Não foi uma boa Premiere. Esse episódio não será lembrado por ter feito ou trazido algo novo. Foi apenas o mais do mesmo da série, talvez o mais do mesmo do que Grey’s tem de mais monótono, porque até as mortes de personagens já viraram rotina e não impressionam mais ninguém. Essa é a grande verdade.

Desde a Finale passada eu já sabia que Richard não morreria. Até aí, tudo bem. Mas levaram mais de um ano (foi como pareceu em medida de tempo para mim) para encontrarem o coitado eletrocutado. Outro ano para decidirem a cirurgia e mais um ano com a mãe de Avery berrando como uma viúva desesperada. A história valeu por Bailey, pelos diálogos com Cristina e Meredith, mas foi só. Não havia nada ali que instigasse que te levasse às lágrimas ou te fizesse rir. Foi apenas uma trama boba que tinha que acontecer porque, enfim, estava no roteiro e não dava para excluir.

Já o acidente com Brooks era dispensável. Para quê matar a menina? Para chocar? Porque não cumpriu a tarefa. Não assusta, não emociona, nada. Não causa nenhum único efeito além de “ah, mataram mais um interno, olha lá”. Está na hora de “a showrunner que não deve ser nomeada” repensar seus conceitos e hábitos.  Especialmente porque um dos maiores trunfos da série (Cristina, não se vá!) está oficialmente de saída e de uns tempos para cá, nenhum personagem novo consegue cativar de fato. A não ser que alguém aí surja e diga que é super fã dos internos ou até de April, que parece um disco riscado e volta monotemática como sempre. Excluo apenas Avery da lista porque o personagem conseguiu se firmar nos últimos tempos, mas não perdoo nenhum outro.

É claro que houve coisas boas. Mas elas poderiam ser melhores. Callie, por exemplo, teve momentos excelentes e cheios de histeria, demonstrando que assim não dá mais e que existe um limite para tanta coisa errada acontecendo. Callie foi ótima desabafando, chorando, bêbada, furiosa. Ela só pecou ao não realizar nosso sonho de espancar Arizona usando a pena postiça como arma. Mas também não quero culpar a personagem. Arizona não merece nosso ódio, afinal, quem está destruindo tudo é a “showrunner que não deve ser nomeada”.

Vi alguma graça na relação de Alex e Izzie, digo, Jo. Também foi bom ver Cristina e Owen num looping de “despedidas”, colocando em xeque um pouco da fragilidade emocional de Cristina. Não imagino essa série sem ela, mas estou curiosa para saber qual será o rumo das coisas.

A homenagem ao trabalho incansável dos bombeiros e paramédicos não passa incólume. É justa e merecida, mostra profissionais que arriscam suas vidas para salvar outras pessoas, mas no final das contas, não me apeguei a nenhum caso especifico e acho que o objetivo se perdeu entre o banho de cocô em Stephanie e a bactéria que se alimentava de carne humana. Também forçaram a barra por horas sobre a casa daquela senhorinha e não vi qualquer valor emocional embutido nas cenas que conectavam o caso.

A narração de Richard foi boa e talvez um dos poucos toques de sensibilidade que realmente funcionaram no episódio. O foco massivo nos internos mais inexpressivos da história da série não ajudou em nada e eu não via a hora de mudarem de cena quando eles apareciam mostrando o quanto são desligados uns dos outros e incapazes de expelir uma gota de carisma.

O tempo todo eu torcia para saírem dos internos e nos levarem para o quarto de Meredith, enquanto ela encomendava papel higiênico para o estoque do hospital, em crise depois de mais um desastre que atingiu a região. Infelizmente, insistiam em mostrar Jo, Stephanie, Leah e Shane numa espiral de babaquice. E isso não acaba por aqui, já que a morte de Brooks deve causar algum efeito na vidinha dessas criaturas que queremos ver pelas costas.

Minha conclusão é a de que toda a história caberia em 40 minutos. Episódios duplos não deveriam ser usados como um artifício comum. São apenas para ocasiões especiais e grandes histórias, o que não se encaixa nem um pouco com o texto apresentado. Uma pena que, mais uma vez, o ego de sua criadora coloque Grey’s Anatomy numa posição ruim.

P.S* Uma série que vinha num ritmo tão bom e que fez uma temporada tão bacana no ano passado não precisava disso para “chamar a atenção”. Grey’s Anatomy funciona melhor quando aposta na simplicidade.
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

Breno Pinheiro Soares disse...

Esse episodio me lembrou um pouco E.R, eram pacientes, atras de pacientes que pra mim não importavam em nada. Não gostei dos 4 internos tb.

Anderson Luiz disse...

Fiz essa mesma pergunta sua: precisava ter matado a Brooks? Se o Ross já era chato vai ficar mais ainda com o mimimi da culpa a não ser que Shondanás me surpreenda com isso. Pra mim os piores internos é ele e a Leah,que tem carisma 0,0000%. Gosto da Jo e tolero bem pouco a Stephanie.

Mariana Lima disse...

A Jo pra mim tb é uma Izzie 2, pra que repetir personagem? Izzie original já era chatinha....

Márcio Matias de Andrade disse...

Concordo com algumas coisas, mas só queria dizer que Grey's estreou em 27/03/2005, ou seja, há 8 anos :)