terça-feira, 14 de maio de 2013

Once Upon a Time 2x22 (Season Finale): And Straight on Till Morning


Um vilão que todos devem temer.
Depois de gerar frisson com sua primeira temporada, eis que Once Upon a Time encerra seu segundo ano empolgando muito menos. Ainda existe uma sólida base de fãs, mas o amor não é mais incondicional e expectativas são menores e contidas. Foi uma temporada muito instável e extremamente repetitiva, pelo menos a partir de seu quinto episódio.
Houve momentos bons e criativos, é claro, mas em menor quantidade. E aqui não estamos falando só de quantidade, mas também de qualidade. Once Upon a Time teve uma queda bastante significativa na qualidade de roteiro e tem investido, cada vez mais, em saídas de confortáveis e que nem sempre condizem com a mitologia que a série introduziu durante sua temporada inicial.
Com um miolo cheio de episódios ruins e que acrescentaram quase nada de novidade, rodeando em torno de assuntos já tratados, OUAT conseguiu se firmar nessa reta final, ao introduzir a figura de Peter Pan e sua história. Era algo que os fãs desejavam e que vem com sabor diferente do tradicional. Além de fazer uma ótima ligação com Baelfire (e agora Henry), Peter não é mais um aventureiro divertido, mas uma figura sinistra. Acho que a sombra mostrada no penúltimo episódio foi realmente uma excelente jogada, assim como a introdução de quem seria esse vilão que até Rumples teme enfrentar.
Esse novo inimigo quer alguma coisa com Henry e obviamente, só entenderemos mais sobre isso na 3ª temporada. É um cliffhanger interessante, mas no qual eu só confiarei de ver executado. Via tanto potencial nas propostas da Season 2 ( e me decepcionei com quase tudo) que agora é preciso alguma cautela antes de acharmos que algum assunto será bem aproveitado na série.
Ficamos, então, com três frentes distintas: uma em Neverland, com Hook, Regina, Rumples e a família Charming buscando por Henry, outra com Storybrooke sitiada (ou melhor, escondida) e a última em ‘Far Far Away’, com Neal sendo encontrado por Aurora, Mulan e Philip. De fato, só a primeira me parece bacana, mas quem sabe? Talvez Mulan e Aurora não sejam tão insuportáveis com Neal e Philip por perto. Storybrooke, que já estará desfalcada de Ruby, pelo menos, não deve render muito com Belle e outros personagens menores e sem tanta importância no quadro geral.
Mas se o finalzinho do episódio deixa coisas para a gente pensar, o resto do episódio (à parte dos flashbacks de Hook e Bael), é de um marasmo e de uma falta de emoção chocantes. O desenvolvimento da destruição sumária de Storybrooke é patético em níveis extremos e ninguém comprou a história de que Regina morreria ao atrasar a progressão da coisa toda.
A solução sai do nada, simplesmente, porque a ideia de Henry não chega a funcionar pela falta do feijão mágico roubado por Hook, então vemos Emma fazer dupla de magia com Regina, porque aparentemente era a coisa mais óbvia. E se era, porque não foi assim desde o inicio? Não faz sentido, porque Regina avisa logo que não dá conta daquilo sozinha, mas Emma sai para fazer suas coisas e reunir a cidade (a troco de nada também), enquanto a outra segura o rojão. Além disso, a destruição do dispositivo foi tão fácil, que me fez questionar ainda mais o poder atribuído a ele.
Mas a incongruência não fica por aí, porque de acordo com Greg e Tamara a missão de verdade era sequestrar Henry. Tudo bem, eles podem ter recebido instruções de última hora, mas é apenas estranho que duas pessoas que odeiam tanto magia se utilizem dela o tempo todo para se safar e até viajar entre dimensões. E o pior: sem notar que estão sendo usados.
Outra coisa insuportável é a “cura” para Belle. Quer dizer que do nada surge a solução, pelas mãos da fada azul (e com fio de cabelo de Pinóquio) e que Rumples não queria acordar sua amada para morrer? Não entendi essa, porque seja como Belle ou com Lacey, ela seria destruída.
O mesmo vale para o anão Atchim que não se lembra de sua família e não queria lembrar se fosse pra morrer cinco minutos depois. Essa cura milagrosa é mais um exemplo de solução confortável, criada pouco antes de o episódio começar, porque só isso justifica ser tão mal elaborada. Na mesma toada, Rumples não vai levar o troféu de pai do ano, porque sua reação para a possível morte de Neal é péssima, fria e forçada. Um homem que passou centenas de anos tentando se redimir com o filho jamais reagiria assim.
Pelo lado bom, temos a relação estabelecida entre Hook e Bael. Como Rumples já pontuou outras vezes, não existem coincidências, logo, essa ligação emocional de Hook com o filho de Milah, a mulher de sua vida, vem para criar essa colaboração. Ainda mais quando pensamos que os garotos perdidos já tinham uma ilustração e Henry, antes mesmo dele nascer e que sabemos disso no momento em Bael (futuro papi de Henry) é entregue ao grupo.
A ideia em volta disso parece boa e dá até a impressão de que os roteiristas sabem para onde vai a história daqui em diante, mas até aí, essa sensação também esteve presente na excelente Season Finale da 1ª temporada.
O que realmente precisa acontecer para que Once Upon a Time volte a ser a série mágica de antes (sim, com direito a trocadilho), é uma revisão, por parte dos produtores, descartando tudo que é repeteco, além de um corte brutal na enrolação.
 O grande lance da série era a novidade, o modo como cada história e cada personagem sempre teve um twist bacana, mas vimos muito mais do mesmo nessa temporada, com a insistência em reafirmar as relações entre os principais personagens à exaustão.  Prova maior de que é disso que a série precisa está no fato de foi só com a entrada de Peter Pan que as pessoas começaram a sentir uma ponta de empolgação novamente.
Lembro-me da loucura em torno de Once Upon a Time. Do modo como as pessoas (inclusive eu) falavam dela com carinho e admiração e, podem notar, o encanto se perdeu. Tanto que o “blá blá blá” em torno da série e dos episódios hoje é infinitamente menor do que era antes do inicio dessa temporada. Há arestas para aparar, mas ainda é tempo. Muitas produções duradouras e boas já tiveram seus períodos negros e conseguiram se firmar e recuperar a qualidade perdida. Acontece. É normal. Essa é a grande responsabilidade da 3ª temporada de Once Upon a Time.
Comentários
10 Comentários

10 comentários:

Aslam disse...

Camis,

fiquei achando que o garoto perdido Loiro, pelo jeito que falou no finalzinho, seria o Peter Pan. Voce teve esta impressão também?

Camila Barbieri disse...

Foi isso que eu entendi. E que a sombra que rouba as crianças tb é desse cara.

Flávia disse...

Achei que a serie nao tinha conseguido os direitos autorais pra colocar o Peter Pan na historia, não teve uma coisa assim? De qualquer forma, eu gostei do final, embora não tenha sido muito elaborado foi um pouco surpreendente.

Fernanda S. disse...

E a Ruby? Por que ela sumiu? Há tempos que ela não aparece... Teve alguma explicação e eu perdi?

Marcelo Antunes disse...

O garoto loiro se chama felix e é descrito como líder dos meninos perdidos, uma espécie de braço direito da sombra do peter pan ...

Mari disse...

Só sei que após o fim desse episodio horrível, abandonei OUAT. Nunca vi uma SF tão morna. Uma pena que a série não nem mais sombra do que foi.

alex disse...

Torçendo pra que aquela série que a Ruby vai azede, e ela volta pra Storybrooke

Fran Caulfield disse...

Camis,

O príncipe de Aurora não tinha morrido? Será que Neal foi parar no passado? Aí a coisa ficou séria. Espero ter perdido alguma coisa.

Fran Caulfield disse...

Pra mim, ficou confuso quem é Peter Pan, o loirinho ou a sombra...espero que seja assim: o loirinho é Peter Pan[lado menos mau dele] e a sombra é o lado mais dark dele...Porque um vilão que Rumples tem medo não pode ser só aquele loirinho, já aquela sombra tem jeito de vilão!

Julio César disse...

Agora que acabou, posso perguntar sem culpa: Foi a Glória Perez que escreveu essa segunda temporada? Porque né.