Teria sido melhor distribuir picles.
Alguns episódios de Modern Family tentam, mas não conseguem
chegar lá e essa semana temos um exemplo disso. É difícil dizer que foi ruim,
mas também não dá para definir o todo positivamente, porque o resultado da
maioria das propostas de tramas foi bastante sem graça, com exceção de um ou
outro highlight.
Raramente o núcleo Dunphy não funciona e, nesse episódio,
acontece exatamente isso. O imbróglio de Phil no Dia das Profissões não
alcançou o objetivo e muito menos suas discussões com Claire, sobre a
possibilidade de a esposa voltar a trabalhar. Tudo bem que o poder de veto só
entrou em jogo por causa de Gil Thorpe, mas ainda assim, não esperava esse
comportamento tão retrógrado de Phil, que sempre é um cara antenado. Prova
disso é que ele produz um “vídeo-chat” para arrasar e ser o pai mais popular
entre os colegas de Luke, mas a empreitada falha, porque, convenhamos, com ou
sem Gil, não tinha como dar certo.
Aliás, não gosto de Gil. É exagerado demais e já fez o poder
dos trocadilhos de Phil perder força, transformando tudo numa repetição
dispensável. Essa sequência toda só valeu mesmo pelas crianças sendo muito
diretas quando questionam Claire. Não que seja engraçado, mas é algo que se
aproxima da realidade.
Manny, Gloria e Jay fizeram o possível para segurar “a vida
entrando no caminho” dessa carreira de escritor que obviamente está fadada ao
fracasso. Muito boa a observação de Gloria sobre a máquina de escrever, ao
perguntar se a noite de autógrafos desse “best-seller” seria em 1975. Fora
isso, pouco se salva, como as tentativas de Manny em explicar sua prolixidade e
o uso de certos recursos literários.
A história de Lily e a fada do dente foi melhorzinha. A
menininha é terrível e transparece isso nas cenas, ao dizer que não tem outro
lugar para estar, se preparando para capturar a pobre fada. Cameron e Mitchell
começam até a temer que seja Lily a responsável por ele na velhice e não tem
como não achar que eles estão mais do que certos. Isso não vai acabar de um
jeito bom.
A participação de Haley
também foi ótima, especialmente quando ela fala sobre o Papai-Noel e dá uma
aula de psicologia infantil, para, em seguida, fazer insinuações sexuais sobre
o uso daquela inocente fantasia. Realmente perturbador. No fim das contas, todo
esse plot só me fez lamentar a falta dessa entidade mágica aqui no Brasil,
porque nunca ganhei um tostão furado pelos meus dentinhos caídos. A fada do
dente deveria ser uma tradição globalizada.