A personagem do momento.
Uma coisa evidente nessa terceira
temporada de Game Of Thrones é a evolução e o desenvolvimento de personagens.
Essa característica tem ganhado mais foco e mais atenção e o resultado é
extremamente positivo e faz toda a diferença para a qualidade dos episódios.
Um dos destaques fica com Olenna
Tyrell, que em pouco tempo já é uma das criaturas mais inesquecíveis dos sete
reinos, por sua astúcia e firmeza nos diálogos. Não é somente ela que está
sendo bem representada, é claro, mas há algo na atriz e no modo como ela tem
firmado seu papel que merece elogios. Qualquer diálogo de Olenna funciona e
chama a atenção e nesse episódio ela mais uma vez dá um show. Sua conversa com
Tywin é provocativa, hilária, tensa. Revela uma mulher inteligente e que não
tem medo de jogar. Como Tywin é exatamente igual, ganhamos uma das melhores
sequências dessa temporada, com um texto que fala sobre engolidores de espadas
e outras insinuações sexuais que, se confirmadas, causariam destruição mútua
para Lannisters e Tyrells.
Outro trecho que se destaca traz
Lord Varys e Mindinho, falando sobre o trono de ferro e a história de Westeros.
O duelo entre eles, que são dois dos homens mais bem informados de Porto Real,
revela que o melhor é se manter afastado de ambos, ou as consequências virão.
Quando vemos o modo como Mindinho usa a mulher que seria seu braço direito nos
negócios como “brinquedo” para suprir as doentias necessidades de Joffrey é que
entendemos o real perigo de se fazer política nesse meio.
Tyrion tem, portanto, toda razão
para temer por sua vida. E talvez o próprio Tywin devesse temer, porque no
momento em Joffrey se desprender de quaisquer amarras familiares, a coisa vai
piorar muito. Pelo menos Sansa livrou-se de Mindinho e, embora não saiba, saiu
até na vantagem e sua vida corre muito menos risco nesse casamento.
Com a temática de casamentos em
destaque, parece que até Sam arrumou uma “esposa”, mesmo que a coisa ainda
esteja na base do “deixa que eu acendo a sua fogueira”. Robb também consegue
convencer um dos tios a assumir um compromisso desses em seu nome, firmando uma
aliança para conquistar Casterly Rock, mas ainda olho para ele sem o menor
respeito. Um "casal" prestes a ser separado é formado por Jamie e Brienne. Como os dois desenvolveram essa relação estranha de confiança, aguardarei para ver como isso vai ficar.
Muito interessante o encontro de
Arya e Melisandre, ainda mais com as previsões que vieram acompanhando tudo
isso. A venda de Gendry não foi nem um pouco aleatória e já sabemos que Arya não
está aprendendo a usar diversos armamentos à toa. Continuo sem entender muito
bem porque insistem em cenas sobre os sonhos e visões com Bran e Jojen, porque
elas nunca levam a nada e só serviram de link para que pudéssemos o que
acontecia com Jon Snow.
A escalada da muralha foi, de
fato, emocionante, embora soubéssemos que nada aconteceria de concreto com
nenhum personagem principal. O que fica mesmo, além da sensação de frio (e de
medo, porque quem é que se meteria a subir uma parede de gelo naquelas
condições?) é a aliança firmada entre Jon e Ygritte. Na verdade, temos aqui
mais um casamento, porque Ygritte sabe que não pode confiar em mais ninguém
além de Jon e sugere, inteligentemente, que ele faça o mesmo.
Outra sequência excelente foi a
tortura de Theon. Continuo sem saber se ele é filho de Sastark ou se ele apenas
brincou com Theon e acho que esse é o grande lance, configurando a tortura
física e psicológica. Frieza, crueldade e sadismo numa única cena, uma das mais
chamativas do episódio.