A semana em que The Lying Game virou o Jogo da Verdade.
Tem que respirar fundo, muito fundo para tomar fôlego e
aguentar o ritmo do episódio dessa semana em The Lying Game. Já podemos dizer
que é o melhor da série e provavelmente um exemplo do que o público quer ver em
tramas de suspense adolescente. Tem série por aí (Pretty Little Liars? Quem
aqui falou em Pretty Little Liars?) que deveria seguir o exemplo da irmã mais
nova e começar a se resolver. Porque se tem uma coisa que TLG está mostrando é
que dá para apresentar soluções e respostas e criar novos interesses.
Prolongar demais o que todo mundo já sabe é não respeitar a
inteligência do público e é por isso que gostei tanto desse episódio. Ele é
prático, direto e sem frescuras. Ele pega fatos já conhecidos por nós e começa
a torná-los parte da vida de quase todos os personagens, eliminando o ranço de
coisa velha, de assunto ultrapassado. É isso mesmo que tem que ser feito,
afinal para que serve insistir no mistério “pais biológicos das gêmeas”? Não
faz sentido, até porque já estamos cientes de tudo faz um tempinho.
Não tenho nem palavras suficientes para dizer o quanto
fiquei feliz em ver as tramas andando, enquanto Ted fazia a mesma expressão fácil
para reagir a absolutamente TODAS. Esse homem está ganhando meu apreço. Franze
a testa e aperta os olhinhos, faz expressão de quem tá #cacaranochão e quase
rouba o posto de mestre da interpretação do nosso idolatrado Promotor Voador.
Quase, porque o nível de cretinice desse homem é
insuperável. Melhor cena, para mim, é quando Ted questiona Alec sobre a separação
de Emma E Sutton. Promotor Voador faz sua
cara de “Latin Lover” que está nem aí pro resto do universo e fala, displicente
e se achando o melhor amigo do mundo: “Separei mesmo. Você morava embaixo da
ponte e não podia bancar leite em pó de duas gurias. Te fiz um bem”. É tudo
absolutamente surreal, conseguindo vencer as sequências em que Ted assume ser
pai de sua filha adotada e depois, quando descobre que não teve uma, mas duas
menininhas com Rebecca.
No meio de tanto teste de paternidade sendo distribuído, eis
que Promotor não desiste e ainda tenta convencer Thayer de que é o melhor pai
do mundo. Ele também tenta convencer Rebecca de que é o melhor marido do mundo
e de que a bitoca em Kristin, no meio do clube e em plena luz do dia, foi só
amizade. Como não amar?
E não podemos esquecer que tudo isso acontece no meio da
investigação pelo sumiço de Theresa, com direito a Dan mostrando que toma bomba
e faz flexões antes de gravar para ficar com o braço mais massudo na tela. Ted,
é claro, dá outro show de interpretação com sua cara de #mimijeidemedo, quando
Dan esmaga seu pescoçinho e diz ironias cruéis, condenando nosso Médico
Trapalhão a voltar para casa a pé ou pedir carona mostrando as pernas numa
rodovia.
O núcleo jovem, que já virou uma grande família onde todo
mundo briga e todo mundo sabe da vida de todo mundo, não perde a chance de reunir
a todos para acusar Rebecca de todos os males, mas nada supera a cena em que a
caixa misteriosa é roubada por alguém que derruba Mads de modo patético,
enquanto Jordan se esforça muito (só que não) para ver quem foi e recuperar o
conteúdo que seria, tecnicamente, tão importante.
Num episódio que teve de tudo, a tensão sexual não ficou de
lado, com Emma sofrendo pressão de Thayer e sendo seduzida por Ethan, toda lambuzada
de chá quente. Kristin mostra que meter a colher é ótimo quando o problema é
dos outros e avisa Thayer que, sei lá, é melhor voltar a jogar videogame na Califórnia
em vez de investir na “suposta” Sutton. A resposta dele é absolutamente
fabulosa, embora saibamos que, mais uma vez, quem vai se dar mal é Thayer,
sempre tão fofo e atencioso. Por isso que sou a favor de ele investir em
Laurel, porque aí não vai mais ter erro, já que os dois estariam livres e
desimpedidos.
Também tivemos momentos fraternais, com Sutton, Emma e
Laurel comemorando por terem laços de sangue. Melhor ainda foi a cena em que
laurel chama Sutton de ingrata, sem o menor problema. Sem dúvida, ela ganhou
confiança ao longo da série e não é mais menina boba dos primeiros episódios.
Para completar esse caldeirão de drama familiar, o corpo de
Theresa é encontrado boiando na piscina do clube. Achei sacanagem com Dan, que
agora vai se acabar ainda mais em anabolizantes e esmagar o pescoço de todos os
presentes. Foi um ótimo gancho para nos levar até a Spring Finale, mas chego a
questionar se esse episódio não funcionaria melhor sendo o último, antes da
pausa. É claro que, com tantos
acontecimentos, todos estão ansiosos pela próxima semana, já torcendo para que
seja tão boa quanto essa. Tudo o que The Lying Game precisa fazer agora, é
continuar exatamente assim.