Candidato a pai do ano.
O Dia dos Namorados chegou em Switched at Birth, mas isso
não significa que nosso casal favorito está de volta. Muito pelo contrário. A
novidade vem como um balde de água fria para os shippantes de E-Bay (que ganhou
citação e foi chamado de romance épico) que vão ter que esperar mais um pouco
(ou mais um muito) para ter os desejos realizados.
Talvez, o lance de Bay e Noah seja exatamente o que
precisamos para sair dessa lenga-lenga. Não entendi muito bem o motivo de terem
atirado tanto para Bay quanto para Daphne, quando o assunto é esse rapaz, mas
acho que ainda não haviam decidido os rumos do personagem, que é até
interessante por estar no processo de perda de audição e traz uma nova
perspectiva. Aliás, esse assunto foi bastante abordado no episódio em todas as
falas de Melody, também aproveitando o caso do trailer roubado para exaltar
preconceitos.
Esse modo de informar, por meio do entretenimento, é um dos
grandes trunfos de Switched at Birth e dá bastante conteúdo à série, levando-a
para além do drama familiar leve. Gosto do modo como os surdos são retratados e
como eles abrem para quem é considerado “normal” uma porta de observação.
Achei curioso o modo como John, Kathryn e Regina são
colocados quase um triângulo (mas sem a parte amorosa), o que exclui Angelo de
qualquer discussão sobre como educar as meninas. O caso do trailer vendido não
deixa mentir. Enquanto isso, Angelo tenta se reconectar com Bay e até que faz
isso de modo correto, sem tentar destruir a autoridade de quem a criou para
ganhar seu afeto. É óbvio desde já que ele vai assumir a criação do bebê para
tentar se redimir, mais com ele mesmo, do que os demais, provando que também
pode ser responsável e arcar com as consequências do que faz.
A festinha de Bay até que rendeu uma briga, mas achei tudo
muito frustrante. Não só pela questão com Emmett, mas pela falta de fofurinha
mesmo. Entendo que o tema era “anti-dia dos namorados”, mas mesmo assim, esperava
algo mais além de casais forçados, porque conseguiram determinar que Daphne e
Travis não combinam nem um pouco. Começo a pensar que os roteiristas sabotam os
namoros dela para poder ter alguma ação nesse quesito. Só isso justifica.
O que não fez nenhum sentido foi o que rolou com Toby e a namorada.
Declarações de amor e presentes para, do nada, ela decidir que ele não ama Jesus
e precisa terminar? Tudo por causa de uma pulseira de couro com uma cruz
desenhada? Raso e bobo. Poderiam até ter seguido com essa intenção, mas
deveriam criar uma base melhor para esse twist que, do modo como foi
apresentado (com aquela reação idiota dos dois personagens) evidencia problemas
sérios de roteiro, continuidade e direção.