segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Smash 2x02: The Fallout


Um brinde a quem está completamente ferrado.
Dando continuidade à Season Premiere de exibição dupla (que acabou tendo a primeira parte sendo liberada na internet, o que se transformou um tiro no pé), Smash apresenta “The Fallout”, episódio que não vai além do mediano e continua mostrando que há mais para corrigir do que se pode imaginar. Não foram apenas os personagens enxotados os responsáveis pela decadência prematura da série, mas o direcionamento geral. Embora seja possível perceber a luta para transformar os rumos da trama, Smash ainda não é capaz de inserir certos recursos de forma orgânica e assim, ganhamos mais sequências absolutamente forçadas e que parecem não pertencer ao universo que a série construiu.
É em momentos assim que percebemos que além de um problema de texto, a produção carece também de direção de arte e bom senso. É simplesmente patético que um musical não consiga inserir números musicais com naturalidade. Sim, estou falando da cena péssima que deu origem a “Would I Lie to You”. Desconfortável de assistir, arrancou de mim um “WTF”, simplesmente porque a música e a intenção não foram bem incorporadas. Números que começam “do nada” são absolutamente normais, mas por algum motivo, não caem bem nas tentativas de Smash em usar a ferramenta. Não consigo lembrar de uma cena dessas (exceto nos três episódios iniciais) que tenha sido bem sucedida.
Mas é claro que esse é apenas um detalhe dentro de um episódio inteiro, e a segunda parte da reestreia da série ainda deixa a desejar em outros quesitos. Apesar de eu gostar da ideia da decadência geral em torno de Bombshell, há coisas que simplesmente não fazem sentido. Por exemplo: o drama monstruoso sobre o quão ruins são as músicas de Julia. Sério? As músicas? Se tem uma coisa irretocável nessa série são as canções e melodias originais, que na ficção são com música de Tom e letras de Julia. Não consigo aceitar um plot desses porque ele é absolutamente furado e sem sentido. Ainda mais com o papinho furado de que o marido babaca está destruindo a imagem de Julia. Quem se importa? Quem, realmente, se importa se ela dormiu com outro homem e está se divorciando? Não estamos em 1950. Não tem porque fazer disso um cavalo de batalha.
Enquanto Eilleen percebe que vai ter de usar a grana do ex-marido, também encaramos a sucessão de acusações de assédio sexual contra Derek. Pelo menos essas duas histórias continuam dentro de uma linha racional e podemos encará-las numa boa. O que não cai nada bem é Karen bancando a grande estrela da Broadway, sendo considerada influente. Sério? Ela nem chegou lá ainda. Teve uns elogios em críticas teatrais e é só. Não se consagrou ainda e já banca a mecenas? Gostei bastante de Jimmy na primeira parte da Premiere, mas minha opinião foi mudando. Olho para Jimmy e Karen e penso que ele os dois não funcionarão como casal. É deprimente de constatar. Já Ivy Lynn mostra que tem tudo a ver com Derek, embora ele tenha escolhido outra musa.
Também não entendo a necessidade de ligar pra as atrizes no meio da noite e pedir: “filhinha, vem cá dar uma canja”. Se Karen não atende ao telefone na primeira tentativa, todos correm para Ivy, já expulsa da produção. Não tem lógica, ainda mais se pensarmos que ela aparece no evento voando, toda arrumada e já sai cantando. A música é boa, sim, ninguém há de negar, mas a situação é absolutamente forçada, o que faz pensar se Smash ainda tem solução.
Apesar de eu ter visto os episódios separadamente, não entendo a decisão executiva de exibi-los juntos. Essa não foi uma Premiere dupla, onde tudo se encaixa, inclusive porque muita coisa apresentada na primeira parte sequer é citada nesse episódio. Smash, nesse momento, não cria boas expectativas em termos de desenvolvimento da história e dos personagens e o que prende mesmo são os números musicais, que sopram esperança no coração do público. SE isso será suficiente? Nas renovações e cancelamentos iremos todos descobrir, mas o palpite inicial não pende para o lado positivo.
 
Músicas no episódio:
"Cut, Print... Moving On" – Original: Karen Cartwright
"Mama Makes Three" - Original: Veronica Moore
"Let Me Be Your Star" – Original: Karen Cartwright, Jessica, Beth and Joy
"On Broadway” - The Drifters: Karen Cartwright and Veronica Moore
"Don't Dream It's Over" - Crowded House: Ivy Lynn
"Broadway, Here I Come!" - Original: Jimmy Collins
"Would I Lie to You" – Eurythmics: Karen Cartwright and Ivy Lynn
"They Just Keep Moving The Line" – Original: Ivy Lynn
"Caught in the Storm" – Original: Karen Cartwright
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

Fabiene disse...

Olha aquela cena de "Would I lie to you" foi terrível! Não tive força pra assistir inteira.... A vergonha alheia era tanta q passei pra frente.
É uma pena, mas tenho q admitir q Smash está indo pro buraco a passos largos.

Priscila disse...

Esse foi o meu último episódio de Smash. Deletei a série da minha lista!

Raul Ribeiro disse...

Que constrangimento naquela apresentação de "Would I Lie to You", o Derek caindo e se jogando o tempo inteiro. Patético. Mas eu gostei da música (só da música).

A música da Karen achei chatinha, a da Ivy Lynn foi ótima (mas concordo que foi forçada). Quantas músicas inéditas de Bombshell ainda restam?



Ô Camis, pelo que eu entendi, os críticos apontaram o texto da Julia como ruim, não as letras das músicas. Por exemplo, na temporada passada o povo não tinha odiado o musical terminar em suicídio e tiveram que mudar pra uma música? Então, entendi que o problema estava no roteiro. Mas eu posso estar enganado, não presto muita atenção nas cenas da Julia e do Tom pq são as mais boring.


A única coisa que eu tinha gostado era esses dois bartenders, mas esse episódio já jogou um balde água fria nisso aí.

Essa temporada tem 18 episódios. Não gosto de abandonar as séries pela metade, mas no caso de Smash, não sei se vou querer ver por muito tempo.

Salete disse...

Só uma questão: A crítica ao trabalho da Júlia é quanto as letras? Pois eu estava entendendo que o problema era o roteiro escrito por ela... Enfim, sim, muito a acertar e só eles não vêem que o novo casal afundará vergonhosamente.