Em clima de ‘Valentines Day’, The Mindy Project confirma,
com esse episódio, o que apenas os personagens ainda não perceberam: Mindy e
Danny, tão absurdamente opostos, são perfeitos um para o outro e, embora o
clima de romance esteja longe de ser desenvolvido entre os dois, pelo menos as
partes hilárias da construção desse relacionamento estão em alta.
Muita gente (e eu me incluo na lista) tem reclamado da falta
de alguma coisa na série. O elenco é ótimo, então, talvez, o problema ainda
esteja no texto. Acredito que as coisas estejam amadurecendo e acho que esse
episódio pode até servir de exemplo, mas ainda não chegamos lá. Essa não é uma “comédia perfeita”, por assim
dizer, mas ela está longe de ser ruim. Quando The Mindy Project acerta,
consegue divertir e mostrar situações interessantes do universo das comédias
românticas mais clássicas.
A obsessão de Mindy com o Empire State Building não deixa
mentir. Ela até vira alvo da segurança do local e aproveita para flertar com os
guardas (nunca se sabe e não está fácil para ninguém!). Ela sonha em encontrar
seu amor naquele local (e imagino que um dia isso aconteça, se a série durar) e
fantasia loucuras, como sempre. É por isso que o pé no chão de Danny cai bem,
porque o lance da pior pizzaria da cidade ser um local muito romântico foi um
ótimo contraponto. Os dois acabam passando o Dia dos Namorados juntos (e
definindo outro casal), mas sem fazer ideia de isso já está contribuindo para
algo mais. Mindy quer um príncipe encantado inexistente e Danny tem muita
bagagem (recente e antiga) para resolver.
Sem as meninas da recepção por perto, podemos perceber que elas
realmente não fazem a menor diferença, mas Morgan e Jeremy conseguem segurar
bem a onda naquelas lições de sedução. Soltei uma gargalhada alta quando ouvi
que o “Dia dos Namorados é como a Bósnia”, porque tudo pode virar uma ameaça, a
qualquer momento e fiquei perplexa com a utilização de uma Barbie decapitada no
processo de atrair a garota que trabalhava no necrotério. Essa duplinha
dinâmica funcionou muito bem, mas eu adoro as cenas ridículas de Morgan, então
sou suspeita. Como Jeremy é muito menos utilizado, acho que vale o elogio. O
personagem tem potencial e conseguiu chamar a atenção de forma positiva.