Ao longo dos anos, Dallas se consagrou como um bom “salseiro
familiar”. Desculpem o termo, mas é assim que se descreve melhor tudo o que
acontece a cada semana. São muitas surpresas e reviravoltas, mas algumas coisas
(poucas), não mudam. Uma delas é a teimosia de John Ross e sua incrível
capacidade de fazer o que não deve e se meter onde não é chamado.
Pelo visto, ele se apegou rapidamente à jovem Pamella Barnes
e fica na cara que suas intenções vão além do simples interesse em conseguir
ser sócio majoritário na Ewing Energies, tanto é que J.R., sempre sábio e
astuto, pontua isso claramente. Mal sabe John Ross que está colocando o pai em
perigo ao se aproximar do arqui-inimigo, Cliff Barnes. Nem mesmo J.R. chega a
esse ponto, até porque, ele é o cara mais esperto do pedaço e sabe que não se
deve tripudiar em cima da família, especialmente em favor de gente que só quer
destruir os Ewing.
Com suas atitudes de menino mimado, John Ross ajuda a piorar
o que já não está bom para o tio e o primo. Além do mais, faz do próprio pai um
inimigo, porque J.R. não vai deixar essa traição por isso mesmo. Sem dúvida
ainda falta muito para que o filho seja como o pai e isso é bom e ruim ao mesmo
tempo. Engraçado ouvir Suellen dizer que John Ross também tem metade dos genes
dela. É verdade. E talvez os vacilos venham daí.
A história toda com Ashkani foi mirabolante, para dizer o mínimo.
Sinto um prazer imenso em ver Christopher se ferrando nesse assunto, só fiquei
sem entender as caras de susto de Pamella no tribunal. Ela não poderia estar
surpresa por Ashkani assumir tudo sobre a morte de Tommy e a irmã, com aquele
suicídio em seguida, poderia? Achei que papai Cliff a alertaria. Ou aquilo foi
encenação, algo que ela domina bem.
O que nunca vai ter graça ou importância – e já me acostumei
com o fato – é o que acontece com Elena. Então ela está tentando perfurar a
camada de sal com a ajuda do irmão? E ela dá um ataque de pelanca quando Drew
demite o funcionário que estava fazendo besteira? Lógico que John Ross está no
meio, mas surpreende que ela não note o cheiro de armação nisso tudo.
Aliás, armação boa é de Bobby e Ann, que tem em Harrys um cúmplice.
Não sei se ele combinou algo com a mãe (que, insisto, tem a mesma idade que o
filho), mas pareceu tudo muito redondinho. Acho que pode ser porque ele quer
que Ann fique indefesa, afinal, ela já provou que nem para matar alguém
direito, serve. Não me conformo com isso. Como é que ela deixou Harrys
sobreviver?
A desculpa que Bobby usa é ótima: “vou assumir para que sua
filha não te odeie.” Mas tudo foi bem furado, porque afinal, bastava o
testemunho de Harrys para acabar com a mentira. A sorte (ou o azar) é que as
coisas aconteceram em favor do que Bobby contou para a polícia. Agora, só com
J.R. comprando algum juiz mesmo, porque senão, fica complicado. Ou não. Afinal,
Bobby tinha cacife para bancar uma fiança de um milhão de dólares, então, de
repente, tudo é possível.