Agora vai.
O retorno de The Good Wife marca
também a chegada de muitos reforços no elenco, ainda que de forma temporária.
Não importa. Nesse momento, a única preocupação é virar o jogo e fazer dessa
uma temporada memorável, mas pelos motivos certos. Os defensores da série podem
dizer o que quiserem, mas é impossível comparar a qualidade dos três anos
anteriores com os episódios fraquíssimos que, até agora, deram o tom da Season
4. The Good Wife se transformou numa série péssima? Claro que não. Mas também
não dá para negar a queda na qualidade dos roteiros, que até então eram nada
menos que exemplares.
A boa notícia é que parece que
chegamos a uma virada na trama, com as ameaças se potencializando para a
Lockhart/Gardner e também para Eli Gold. Alicia, como sempre, fica no centro da
ação, sendo agente de cada acontecimento, de forma direta ou não.
Não dá para negar que a presença
de Michael J. Fox fez imensa diferença. A química (ou tensão) existente entre
Canning e Alicia é incrível. Os diálogos são sempre afiados e surpreendentes,
porque um personagem instiga o outro a ir além. É, talvez, a melhor dinâmica da
série, que funciona bem em doses homeopáticas. Se a presença de Canning fosse
muito recorrente, acho que ele perderia um pouco de seu poder, assim como
aconteceu com Eli Gold. Como estamos vendo que Canning é o novo credor da
Lockhart/Gardner, é hora de aproveitar a presença do personagem para fazer a
série se tornar mais interessante, o que já acontece nesse primeiro momento. Os
olhares preocupados de Alicia dizem tudo e ela sabe que as próximas cinco
semanas devem decidir a vida e morte da firma.
A divisão de núcleos funcionou
muito bem e imprimiu bom ritmo ao episódio em que vimos um caso de dengue ter
muitas reviravoltas e acabar com Alicia manipulando um banqueiro doente para
evitar que a notícia de sua doença chegasse aos acionistas. Isso casa muito bem
com o que Will diz durante a mediação para que ele e Diane se mantivessem na
direção do escritório. Grandes casos se resolvem por acordos e não no tribunal.
Com Hayden no encalço de Diane e
Will (além da mágoa por Cary que deve se acumular), parece óbvio que a situação
ficará complicada já a partir do próximo episódio. Inclusive porque temos ainda
a presença de Wendy Scott-Carr, que volta para atormentar Eli, que quase é
forçado a abandonar a campanha de Peter. As ameaças entre Diane e Wendy também
foram algo a se notar e a torcida para que Wendy quebre a cara novamente já
existe.
Para Eli, que saiu de sua calma
habitual para a aparência de estresse intenso, a novidade é a presença de um
jovem lobista, Jordan Karahalios, vivido por T.R.Knight. Nesse primeiro momento
ele não fez muito além de chamar Eli de velho e ocupar rapidamente a posição de
chefia na campanha, mas dá para imaginar que esse é um personagem que, se bem
trabalhado, pode gerar muita coisa boa, em termos de conflitos. Aliás, essa
parece ser a palavra de ordem para o resto da temporada. O roteiro vai investir
em conflito e quando penso na pasmaceira que testemunhamos até agora, só posso
agradecer por essa injeção de emoções para The Good Wife.
P.S*Muito bacana o momento de
Alicia e Kalinda. O marido maluco não faz a menor falta e poderia ser esquecido
para sempre.