O show tem que continuar.
Ninguém discorda que Smash fez,
no ano passado, uma Series Premiere memorável e adorável, por isso (depois de
uma queda notável na qualidade das tramas e episódios) a responsabilidade do
episódio de abertura dessa segunda temporada era grande. A série sofreu duras
críticas durante sua exibição e ainda no período de hiatus e volta com o
desafio de honrar o público que ainda a acompanha e que tem esperança de que as
mudanças de elenco e direcionamento façam Smash ser tudo aquilo o que ela
poderia ser.
Com o pé no chão e deixando a
pretensão de lado, a Season Premiere (que saiu pela metade, como amostra, e
deve ser exibida na íntegra em 5 de fevereiro) consegue agradar em diversos
aspectos. O quesito musical (exceto em pequenas exceções) nunca foi um problema
para Smash, que tem atores e cantores talentosos no elenco, além de um bom
bocado de versões e canções originais. É bom ver que por aqui, continua tudo
numa boa.
No quadro de personagens tínhamos
alguns desafetos e a maioria há de concordar que Ellis e Dev não fizeram a
menor falta no episódio de retorno e que agora só falta Frank, o marido de
Julia sair da jogada (junto com o filho obcecado por irmãzinhas chinesas) e
Smash terá se livrado de quatro pesos mortos. Sou completamente a favor de
mudanças radicais nesse caso, porque se algo não funciona (mas nem tudo está
perdido), não custa nada tentar novas possibilidades. Ainda é cedo para dizer o
que as novas adições de elenco vão trazer para a produção, mas só de saber que
estão tentando aparar as arestas, Smash já merece um voto de confiança.
Como não é possível simplesmente
esquecer certas tramas que já estavam em desenvolvimento, também vou pagar para
ver aonde o roteiro irá nos levar. Espero que seja para bem longe de futricas
dignas de séries adolescentes. Não me entendam mal, eu gosto de séries teen,
mas aqui é cada macaco no seu galho. Um drama adulto não pode ser tão raso.
A tensão entre Karen e Ivy
continua, é claro. Mas dessa vez, é Ivy quem precisa abrir os olhos para não
ser deixada de fora da estreia de Bombshell na Broadway. A parte mais
interessante desse imbróglio é quando Ivy segue os conselhos de Julia e vai se
desculpar “com sentimento” para Karen que, sendo a estrela do show, tem certo
poder nas decisões sobre o elenco. Havia certa esperança de que Karen finalmente
se imporia e ela até ensaia algo do tipo, mas no final deixa transparecer a
inocência, porque é com facilidade que ela cai na tática de Ivy. O pedido de
desculpas, sincero ou não, foi absolutamente estratégico, impossível de negar.
A partir dessa rivalidade, tudo
se desenvolver, desde o óbvio interesse de Derek por Karen, até a introdução de
novas figuras. A principal adição é, provavelmente, Veronica Moore,
interpretada por Jennifer Hudson. O poder vocal da moça é inegável e até que
sua história paralela mostra potencial. Bom para sabermos que a trama da série
pode e deve se ampliar para além de um “simples musical sobre Marilyn”.
Temos também a presença de Jimmy,
personagem de Jeremy Jordan, que vem para trazer um pouco de tempero para a
série (e, por conseguinte, Katherine McPhee, que é lindinha, mas deixa a
desejar sendo a protagonista). Jimmy tem a cara do conflito e sendo um cara que
pretende ingressar no ramo dos musicais, cantando, escrevendo, roteirizando e
produzindo, ele deve adicionar empolgação. O crescimento do elenco vai além e
mais alguns personagens novos devem aparecer nos próximos episódios. Para evitar
especulações, vou esperar para vê-los em ação antes de quaisquer comentários.
Outro aspecto importante dessa
premiere é a crise de bastidores que começa a destruir as chances de Bombshell
se tornar um sucesso. As apresentações menores têm trazido retornos positivos,
em grande maioria, mas existem fatores externos comprometendo a evolução do
show. Os comentários de Derek sobre Rebecca Duvall são apenas a ponta do
iceberg, porque ex-marido de Eileen se vinga de todos os #bonsdribnk que levou
na cara, denunciando a origem de todo fluxo de caixa de Bombshell, congelando a
produção toda e jogando um balde de água fria em todos os envolvidos. Isso sem
contar com as criticas ferozes ao trabalho de Julia (e com o escândalo que
Frank faz ao ser questionado sobre suas ‘colegas de trabalho’). Problemas
profissionais e pessoais se juntam e ajudam a afundar Bombshell ainda mais.
Como Smash está praticamente
recomeçando e corrigindo o que não saiu a contento, acho que a situação real
serve como metáfora para a ficção. Fica a torcida pra que em ambas as situações
uma onda de sucesso tome conta e possamos aplaudir de pé.
P.S* Dei uma boa procurada, mas
não encontrei uma lista das canções desse episódio disponível. Continuarei de
olho e atualizo a postagem caso encontre, mas se não rolar, coloco a listinha
na review do segundo episódio, daqui a algumas semanas.