domingo, 13 de janeiro de 2013

Grey's Anatomy 9x10: Things We Said Today


 Assédio sexual ao contrário.

Todo mundo sabe que a ‘showrunner que não deve ser nomeada’ adora uma tragédia, então, não foi realmente com surpresa que recebemos os acontecimentos do episódio anterior de Grey’s Anatomy, que recebe uma boa continuação nesse retorno pós hiatus de final de ano. Ganhamos mais um bom episódio que - mesmo com mais um defunto entrando para a lista de assassinatos cometidos por nossa serial killer televisiva mais temida - consegue ser muito balanceado em drama e humor.

As situações mais notáveis em comédia vieram da interação entre residentes e internos. A coisa foi bem desenvolvida nas histórias de Avery, Kepner e Karev e cada um deles teve como acompanhante um de seus alunos. April é acusada de assédio sexual e depois desse episódio acessou o Orkut (alô 2004!) para entrar na comunidade “Sou legal. Não estou te dando bola”. Avery se aproxima da aluna só para que a moça possa saber se ele tem olhos verdes ou azuis, mas acaba sendo atacado no banco de trás de um carro, enquanto Karev e Jo dividem mazelas infantis e choram para poder invadir quartos de hotel.

Tudo isso funcionou muito bem para amenizar as demais situações, como a de Callie e Arizona, que foi dramática, apesar da esperança de uma continuação mais feliz.  A conversa entre as duas é muito franca e muito bonita ao mesmo tempo. Gostei de ver que Callie não esqueceu quem foi que ficou ao lado dela depois do acidente de carro e mais ainda por Arizona admitir que não pode viver focada apenas na falta de uma de suas pernas.

Gostei também do caso dos motoqueiros e conseguiram sim, me enganar. Sou público cativo de Sons Of Anarchy e logo esperei que o clube mostrado em Grey’s fosse de criminosos inescrupulosos e não focado na ideia de família e amizade. A presença dos motoqueiros trouxe mais do que agitação para a sala de emergência, mas também ajuda Owen a perceber que seu relacionamento com Cristina não pode continuar como era antes. Não sei como um simples divórcio pode mudar as coisas, afinal, assim como o casamento, não deixa de ser um pedaço de papel, mas vou pagar para ver. Temos no meio a questão do processo judicial, que não deve ser esquecida.

Achei curioso o fato de que se passaram apenas cinco horas no episódio e também por ver todo mundo trocando de roupa e indo da festa para o hospital (e vice versa) com a maior facilidade. Deve ser muito bom sair de um casamento, trabalhar no meio de um monte de sangue e ainda poder voltar para o Buffet, linda e maquiada. A única que realmente enfrentou mudança no visual foi a noiva, que aparece bem menos glamurosa no final, para finalmente se casar.

O modo como Adele se vai é bem diferente de outras mortes da série. Não precisamos ver para entender ou para achar o momento bonito. Confesso que não me importava com ela (nem minimamente), mas gosto de Richard e, de certa forma, fiquei feliz por ele poder seguir com a vida, embora haja nele uma boa dose de arrependimentos e de mágoa por ter deixado a esposa (mesmo que por recomendação médica).
A situação ali é complicada de entender e só quem já viveu perto de alguém com Alzheimer pode entender os sentimentos controversos de culpa e alívio, que surgem ao mesmo tempo. É por isso que Meredith é a pessoa perfeita para chorar ao lado de Richard, sem alarde e sem grandes discursos sobre perda. O momento dela com Derek é, talvez, um dos mais tocantes do episódio, evidenciando a força desse casal e trazendo de volta o medo constante que Meredith tem de ter um fim parecido com o da própria mãe.
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Rafinha disse...

Como sempre tocando nos pontos mais importantes do episódio de forma clara e objetiva. Muito bom seu texto Camis. Gostei muito desse epis. Dessa vez achei que Shonda seria ainda mais maléfica causando mortes e o abandono de noivos no altar. Me surpreendi com o casamento de Bailey, mas dessa vez foi uma boa surpresa.