Sei que é chato repetir a mesma
coisa, mas o episódio dessa semana de Emily Owens M.D. me faz sentir ainda mais
pela perda dessa série. Divertido e dramático ao mesmo tempo, o roteiro
conseguiu fazer rir enquanto mostrava problemas realmente sérios. Isso sem
deixar de lado aquele jeitinho bizarro de Emily em lidar com sua vida pessoal,
que é algo que conquistou a todos os que ainda assistem a série, só para ver
até onde a história vai.
A partir do momento em que começaram a levar os personagens
para a vida além do hospital, a coisa melhorou bastante, sem perder o foco. O
que acontece no ambiente de trabalho ainda é o principal, mas também é bacana
mostrar que existe mais do que isso, inclusive porque as situações acabam sendo
impagáveis, como essa do encontro de Emily. Primeiro, gostaria de saber se
alguém alérgico pode quase morrer por beijar outra pessoa que acaba de comer
uns três amendoins, porque sinceramente, eu ri muito, mas foi porque achei que
fosse total exagero.
Emily aproveita sua fantasia de mulher confiante para dar
aquela cutucada em Will e tudo funciona. De leve, mas funciona. O que ela nem
imagina (ainda) é que a roupitcha da vez, unida à sua personalidade de ‘melhor
amiga da galera’ acaba atingindo Micah em cheio, a ponto de ele dispensar a
japinha para sempre. Obviamente a situação entre os dois envolveu mais do que
isso. As coisas que Emily diz, sobre sentir a falta de Micah e sobre a mãe dele
também o deixam ter ideias que vão além da amizade. O problema é que ela nem
notou que Micah é uma boa possibilidade, porque perto de Will é difícil enxergar
qualquer outra pessoa. Não restam dúvidas de que Emily ficará bem dividida e
não a culpo, porque nem eu consegui escolher um lado, ainda.
Os casos médicos foram interessantes e muito bem conectados
com o que rolava na vida particular de cada personagens. Gina Bandari viu o que
pode acontecer com mulheres que trabalham além da conta e que se esquecem de
deixar um tempinho para si mesmas. Isso,
aliás, valeria para qualquer pessoa que exclui vida pessoal em nome da
carreira, mas afinal, essa é uma escolha de cada um (e gente assim com certeza
não assiste séries de TV). Para Micah, o
caso de câncer caiu como uma luva e ficou bem misturado com a situação de sua
mãe. Ele sempre é um cara compreensivo, mas perder uma paciente daquele modo
repentino trouxe novas perspectivas.
O mais legal, porém, é o caso em que Emily e Will trabalham,
tratando do grande rei dos elfos, ferido em batalha. Achei a abordagem
sensacional. Fez #denúncia de preconceito contra os amantes de LARP, colocando
a sanidade mental do paciente em destaque, quando, em verdade, o problema dele
era crítico e super comum. Digo isso por experiência própria. Não vou entrar em
longos relatos médicos, mas há menos de 10 dias tive exatamente o mesmo
problema que o rei dos elfos. Única diferença é que fui pro hospital sem tinta
dourada no corpo e sem fantasia.
Justamente por isso, pude perceber que, pelo menos esse caso
específico, foi tratado com bastante veracidade, o que leva a crer que haja o
mesmo cuidado nas demais situações médicas mostradas na série. Só sei que está
impossível não lamentar e não reclamar, mas infelizmente, séries com Emily
Owens M.D nunca serão salvas por um canal avulso, causando surpresa para os
fãs. Resta apenas aproveitar os quatro episódios finais.