Finalmente, amigos.
Numa tentativa de compreender porque Nashville não emplaca
de verdade, apesar de estar ‘sobrevivendo’ a seu primeiro mês de exibição, tentei
avaliar os mais variados comentários. Quem gosta e acompanha têm apego pelos
personagens, pela música, pela história como um todo. Quem já abandonou ou
continua vendo, apesar de insatisfeito, tem apenas uma coisa a apontar: a trama
não anda.
Parece que é extremo dizer algo assim e, embora eu enxergue
inúmeros pontos positivos na série, uma análise breve prova que os que lançam
essa crítica não estão completamente errados. De fato, ao olhar cada personagem
isso vai se evidenciando. Rayna, por exemplo, continua vivendo sua crise,
dividida entre Deacon e Teddy e tentando alavancar a carreira novamente. Em
cinco episódios, essa é a nota única da personagem.
Com Juliette o problema é menor. A relação dela e Deacon
evoluiu, mas continuam mostrando os problemas dela com a mãe e insistindo que a
personalidade abrasiva é fruto de traumas passados. Juliette também vive em
crise, praticamente desde que a série começou, e o desenvolvimento disso tudo é
muito pequeno.
São apenas dois exemplos que tangem às principais figuras de
Nashville, mas que dão uma ideia boa dos motivos pelos quais o público não
embarca de vez na produção. Falta um pouquinho de agilidade e de capacidade de
fazer acontecer. Não dá para insinuar e deixar morrer todos os assuntos que são
interessantes.
Por exemplo, está na hora de o casamento de Rayna e Teddy sofrer
um baque. Difícil de aturar esse homem perdendo debates e armando falcatruas
com o sogro, sem que nada tenha alguma consequência. Não sou exatamente fã
dessa “pegada política” da série e passaria muito bem só com os dramas pessoais,
canções e dilemas artísticos, mas sei admitir que uma coisa funciona, mesmo que
não faça meu estilo. Não é o caso.
Ficamos diante do pai
de Rayna com cara de vilão de desenho animado e Teddy agindo feito um paspalhão
que se acha muito esperto por confiar nas pessoas erradas. Ainda por cima, Teddy
é um personagem detestável e assim, fica complicado temer por ele ou não torcer
contra. Sabemos que vem chantagem por aí, mas ainda temos de passar pela
eleição inteira antes disso. Está chato.
Até compro o lance da mãe drogada de Juliette, mas não me
emociono com a relação das duas. O que segue bem é a aproximação dela e Deacon,
que aproveita o momento para seguir em frente ou para fingir que está deixando
para trás suas esperanças sobre Rayna. Aliás, belíssima a música que ele canta
no Bluebird, com letra relacionada perfeitamente a essa situação. Gosto muito
desse detalhe da trilha sempre complementando a história.
Fiquei curiosa para saber se vão explorar o vício de Deacon
em drogas e bebidas, mas no fundo, espero que não cheguem a esse ponto. A mãe
de Juliette já dá conta do recado ao comandar o núcleo “chapado” da série.
Também fico esperando que Scarlett acorde de seu conto de
fadas e dê um pé na bunda de Avery. O cara é podre. Ofende-se quando tentam
ajudá-lo e tenta se promover em cima da namorada logo em seguida. Avery não faz
nenhum sentido, me desculpem. Gunnar já fala logo a verdade para ele, depois
daquela gafe na apresentação, mas Scarlett parece não entender. Dá para notar
que Gunnar gosta dela, mas ele não faz nada de concreto para minar a relação
com Avery, por isso acho até ofensivo que Scarlett chegue ao ponto de avisá-lo
de que tem namorado, pela milésima vez. Gunnar sabe. Nós sabemos. Está aqui
mais um assunto de Nashville que não deveria mais ser repetido.