Fase 1 da Operação ‘Old Lady’ –
Completa.
Estamos chegando àquele ponto na
temporada de Sons Of Anarchy em que as atitudes dos personagens não têm mais
volta. É quase o final, então se preparem para fortes emoções e muitas
surpresas, elementos que têm dado o tom dessa excelente temporada e que na
verdade são a marca registrada da série como um todo, não vamos esquecer.
Embora esse pareça ser um
episódio mais “calmo” quando comparado a tantos outros, esse é daquele tipo de
roteiro necessário e que permite a previsão de que teremos tempestade à vista.
As coisas vão se desenhando ao poucos, nem sempre de acordo com a vontade dos
personagens e as consequências seguem a mesma linha. É aí que entra o ‘fator
surpresa’ de que estou falando. Muitas vezes é impossível prever o que vai
acontecer segundos á frente, durante uma das boas sequências criadas para essa
semana.
O foco continua nos problemas
internos do clube e a situação ainda está dividida. Duas ou três pessoas
compreendem que o articulador é Clay, enquanto o resto prefere culpar negros ou
agentes externos. Fora de qualquer grupo temos Juice e o futuro dele é um dos
mais incertos. É estranho ver como ele é incapaz de assumir para si mesmo que o
caráter de Clay é duvidoso, para dizer o mínimo.
Mas Juice, que já tentou suicídio
e já traiu o clube pode se beneficiar de sua proximidade com o nêmesis de Jax.
Pois é. Não sei se o fato de ele ser considerado um rato vai repercutir assim,
mas estou imaginando que Jax possa usá-lo para provar quem Clay realmente é.
Outros ratos que já apareceram na série foram torturados e execrados do clube,
mas Jax está indo atrás de Juice sozinho. Talvez seja isso mesmo, mas trair os
Sons é imperdoável. Juice não vai sobreviver nem que tente se redimir.
Muito mais do que a caçada a
Frankie e sua morte, me interessei pelo diálogo entre Clay e Bobby. Jogo de
gato e rato. “Espero que você seja tão esperto quanto acha que é”. E Clay faz
aquela cara de “wathever”, de dono da situação, de quem acha que é
inalcançável. Não acho que ele esteja errado, mas seu ponto fraco pode estar,
sim, no que eu batizei de ‘Operação Old Lady’. A única hora em que Clay faz
cara de paspalho é perto de Gemma. Não é a toa que os caras repetem, sem casar,
que boceta diz tudo sobre um homem.
Outra coisa que chama a atenção é
a resistência de Gemma, que começa a temporada em orgias e se vê praticamente
apaixonada por Nero. O cara realmente a assumiu. Apresentou ao filho e chegou
ao ponto de comprar passarinhos para que Gemma se sentisse em casa naquele
bordel e ela sabe que prosseguir com o plano vai matar esse relacionamento
antes mesmo que ele comece. Ou não. Nero tem se mostrado como um cara muito
compreensivo, até nas situações mais extremas e aí, quem sabe, a história seja
outra.
O que ninguém esperava, de
verdade, era a sequência entre Tara e Otto. Aquilo me assustou terrivelmente.
Minha reação foi a de pausar o episódio, tamanho era meu medo de Otto reagir de
forma insana, matando Tara ou coisa do tipo, só pela ousadia de levar o perfume
de Luanne até ali. Jamais cogitei que ele se masturbasse e chorasse ao mesmo
tempo, com Tara ali, presente e acariciando seus cabelos, numa tentativa de
dizer que tudo iria ficar bem.
Seria de se imaginar que ela sentisse
nojo, rejeitasse a situação, mas não. Tara avisa que faz tudo por seu homem. Só
não sei se a cena final, um tantinho perturbadora, também foi em homenagem a Jax.