Isso é uma galinha e ela não morreu atravessando a rua.
Como as opiniões se dividiram em relação ao potencial de
Partners, não resta dúvida de que esse episódio (e provavelmente os próximos
dois ou três) são essenciais para decidir quem fica assistindo a série. Por
diversos motivos, resolvi que seguiria pelo menos até o quinto episódio, mas
não precisei me forçar a isso. Já havia curtido moderadamente a estreia e confesso,
gostei ainda mais do episódio dessa semana.
Assumo que ele começa um pouco devagar, mas depois que a
coisa engrena, muitas (senão todas) piadas funcionaram. Como tenho a tendência
de não me divertir com sitcoms em formato clássico, fico ainda mais surpresa.
Alguma coisa em Partners me fisga e estou achando que é Michael Urie e todos os
exageros deliciosos de Louis. Ele é, obviamente, o grande destaque nesses dois
episódios iniciais, talvez porque os exageros, como eu chamei antes, soem muito
naturais. Urie é um ator de caras e bocas, inegavelmente e seu estilo acaba
sendo perfeito para o personagem.
As dobradinhas dele com Sophia Bush são impagáveis. Ri muito
com todos os diálogos dessa dupla, seja sobre sexo, sobre frango ou sobre
aquela que não deve ser nomeada: Renata, a assistente. Que criatura bizarra!
Mas não tão bizarra quanto o tratamento de Ali com sua cliente, mandando a
mulher embora da loja pra pegar o embrulho 10 minutos depois. Não é de se
espantar que o comércio de joias seja restrito se isso é um padrão.
A presença sempre efusiva de Wyatt também foi ótima. Nunca
vi alguém interpretar um robô tão bem, porque não existe alternativa. A falta
de expressão do ator é incrivelmente bem aproveitada e transformada em piada e
ele nem precisa se esforçar para ser engraçado.
Nisso tudo, quem fica em último lugar é Joe, muito restrito
a cenas no escritório e fazendo o papel de “chato” da relação. Tudo de
divertido que vem de Louis é barrado por Joe, muito embora as discussões de
casal idoso dos dois sejam bacanas. “Você nunca faz nada por mim”, acabou
rendendo bastante, inclusive momentos bonitinhos. As manobras dele para evitar
a academia ao lado de Wyatt são dignas de imitação.
O que funcionou muito
bem foram todas as interferências de Louis no relacionamento amigo. Aliás,
parece até que Ali passa mais tempo com Louis do que com Joe, porque ele está,
o tempo todo, tentando fazer alguma coisa para “melhorar ou ajudar”, sempre
daquele modo bem intrometido que, em apenas dois episódios, já se transformou
em algo inesquecível.
P.S* Não consigo ver graça na assistente de Joe e Louis
querendo esfregar os peitos em Wyatt o tempo todo.
P.S* Piadas de depilação escrotal em alta.