Bombshell.
Depois de muita especulação, eis que o nome do musical foi escolhido. É simplesmente perfeito. Descreve a vida de Marilyn e coloca em perspectiva as situações em que as mulheres envolvidas nesse projeto se encontram. Parece que o espírito de Monroe está afetando cada um delas.
O episódio foi ótimo. Bom desenvolvimento de dramas, boa utilização das músicas e muita especulação sobre o futuro desse show, que sempre parece encontrar mais pedras pelo caminho. Mais do que nunca, a produção está estacionada, tudo é incerto, mas Eilleen, que se transformou na personagem mais pontual, não vai deixar seu primeiro projeto morrer dessa maneira. Tanto é que ela manipula colunistas de fofoca e finge interesse em outros diretores, só para fazer Derek compreender que Marilyn não pode esperar.
A determinação de Eilleen tem proporcionado alguns dos melhores momentos em Smash, mas meu favorito, até aqui, é o maravilhoso esbrega que ela deu em Ellis, nesse episódio. A coisa foi tão sublime que superou a sequência de “Manhattans na cara”. Como não ser fã da mulher que coloca Ellis em seu devido lugar, atendendo ao telefone?
Foi lindo demais, até porque, a cara de tacho dele valeu tudo. Ellis está achando que produzir um musical desse porte é coisa para iniciantes e até faz michê para conseguir trazer uma atriz de cinema para participar. Nessa hora, quando ele vende o corpo em troca de uma reunião foi que mais senti nojo dele. Não é que não aconteça (deve até ser comum), mas quando aliamos isso a um personagem de carisma zero, esse é o resultado.
Quem mostrou muito bem a que veio foi o marido de Julia. Frank foi firme ao descobrir as pistas sobre a traição, sem esperar que o problema fosse muito mais antigo. A reação dele foi clássica. Tirou satisfações com Michael, que ganhou um soco na cara, e fez as malas. Tive de respeitá-lo por isso, porque afinal, ele é a vítima da situação. Foi traído duas vezes, enquanto passava o dia fritando bacon para uma família que não se dá ao trabalho de sentar e apreciar o café da manhã dos campeões.
Como sou muito fã de Julia, fico com pena do sofrimento dela, mas não dá para dizer que ela não seja a culpada. O interessante é que a própria Julia sabe disso e não se coloca na posição de vítima e de mulher abandonada pelo marido.
Outro relacionamento que deve entrar em conflito é o de Tom e John. Vidas diferentes, visões políticas diferentes e claro, a presença de Sam para atrapalhar. É estranho notar como a questão do ambiente de trabalho pode fazer a diferença. Tom pode ter muito mais diferenças com Sam, mas os dois são do mesmo universo e trabalham com as mesmas pessoas. Além do mais, ambos estão nessa posição de “pais” de Ivy, fator que colabora para aproximá-los.
Ivy, aliás, é minha favorita e não tenho mais qualquer dúvida. São os conflitos internos dela que mais chamam a minha atenção, porque realmente entendo que os problemas dela são os problemas de Marilyn. Para as duas o caso é de autoestima. Querem fama, poder, reconhecimento e quando descobrem que nem isso é o bastante, caem nas drogas.
Claro que Ivy Lynn entrou nos medicamentos por outros motivos, mas o resultado é o mesmo. O que aconteceu com ela no meio da apresentação de “Heaven On Earth” foi a prova de que ela precisa resolver essas questões, antes que sua carreira se perca.
Adorei a aproximação entre ela e Karen, especialmente no quesito musical. Não espero que elas se transformem em melhores amigas, mas que compreendam o que acontece na vida uma da outra. É natural que Ivy enxergue uma ameaça em Karen, afinal, ela consegue os melhores comerciais vergonhosos de suco de laranja e está em inicio de carreira. Como muito bem explica Derek, o mundo teatral é estranho e não existe regra ou receita de sucesso que a experiência possa impor.
Músicas no episódio:
"The Higher You Get, the Farther You Fall" - Original: Norbert Leo Butz and the cast of Heaven on Earth
"One More Kiss Upon the Brooklyn Bridge" - Original: Frank Houston
"Cheers (Drink to That)" - Rihanna: Karen Cartwright and Ivy Lynn