Reunião de família nas Ilhas de Ferro.
Depois de nove anos como “protegido” de Ned Stark, Theon Greyjoy achou que poderia voltar para o seio familiar como herói, digno de uma grande recepção e das glórias de um filho pródigo – o último sobrevivente - da linhagem de Balon Greyjoy.
Esse pequeno núcleo foi, talvez, o grande destaque do episódio de Game Of Thrones, mais uma vez muito interessante, afinal, é notável a obsessão do autor dos livros por incesto e a execução de sequências tão polêmicas continua impecável.
De alguma forma, eu sabia que a arrogância de Theon seria esmagada, mas não imaginei que seria pela descoberta de que estivera bolinando a própria irmã. Imaginei até que aquela fosse a esposa do pai dele, então, imaginem minha surpresa durante a revelação. Sacanagens à parte, acho que isso diz muito sobre a personalidade dessas pessoas. Theon tem necessidade de provar sua capacidade de líder. É orgulhoso e tem sede de poder. Balon é um homem quase irascível e de princípios muito fortes. A irmã, por outro lado é manipuladora e age com frieza. Com uma família tão receptiva assim, fica fácil de arrumar mais problemas numa situação que já fervilha.
A cada momento surgem mais “Reis” e a divisão política aumenta. Tyrion Lannister sabe muito bem disso e se preocupa com as ações de Cersei (e de Joffrey, que está literalmente reinando), regente do reino e com as pequenas manipulações que acontecem em King’s Landing.
A trajetória dele ao longo da primeira temporada se reflete em cada reação agora, como a Mão do Rei. Tyrion, antes inconsequente, parece ser dos poucos a notar o grande problema à sua frente e canaliza sua inteligência em esforços para minimizar os conflitos, sem muito sucesso, infelizmente. Tyrion bem que gostaria de entrar em algum tipo de acordo com Robb Stark, mas suas intenções, no momento, ainda se perdem pela falta de poder.
A caminho da Muralha, Arya sente medo de ser descoberta e imagino que, futuramente, essa amizade dela com Gendry possa render bastante. Seria ótimo vê-la como a primeira mulher a ser treinada como Knight Watch, até porque, as habilidades dela, a coragem e a intransigência provam que ela tem potencial. Isso, sem falar no fato de que ela nunca será uma lady, como sua mãe e Sansa.
Arya seria uma grande adição para Jon Snow, já que Sam, nosso gordinho camarada, a cada dia que passa, toma decisões mais espertas. Ele não entende que não pode tocar nas filhas/esposas do homem que o está abrigando, e logo coloca Jon no problema. Lógico que ninguém fez Jon um ser tão curioso, a ponto de se embrenhar no gelo e no mato, no meio da noite, para descobrir o destino dos bebês de sexo masculino, nascidos naquela “comunidade”.
Outra frente que deve se tornar destaque é a de Stannis e Melisandre. Ela, principalmente, é muito intrigante, com seus poderes e seduções cheios de interesse guardado. O problema, apenas, é que a série está pecando em explicar certos detalhes que devem ser importantes mais para frente.
Todos que já leram os livros confirmam que a impressão de que algumas histórias estão “jogadas” e sem um fio condutor mais forte não é apenas impressão. Esse é um defeito que impede GOT de se tornar a grande produção do momento, afinal, a série deve ser 100% compreensível para todos, inclusive para aqueles não estão atualizados com a parte literária da obra.
Nesse caso, o problema não é do público, mas do roteiro. Ninguém precisa que a produção seja didática a ponto de ser imbecil, mas em alguns momentos, falta direcionamento e alguma referência para o público se situar entre tantos personagens, interesses e situações paralelas.
P.S*Mindinho tocou o terror no próprio puteiro. Conversa dele com a puta chefe foi maravilhosa.
P.S* Pena de Daenerys, suja e faminta no meio do deserto. O dia que os dragões crescerem, essa história muda.
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