Aquilo que Gus faz.
Mais um episódio impressionante de Breaking Bad surge para subir o nível das séries da semana, trazendo sua intensa carga psicológica para cima de nós. Mais uma vez, não é exatamente o que acontece no episódio, mas o clima que ele impõe.
Depois da demonstração de poder e violência gratuita de Gus, o que vimos são as reações ao assassinato frio de Victor. O pavor toma conta das mentes de Walter e Jesse e os dois, cada um a sua maneira, simplesmente começam a enlouquecer. É exatamente isso o que Gus deseja.
Para ele, é importante ser temido e, por isso, respeitado. Ao mostrar que é capaz de tudo e que ninguém está seguro, Gus mantém a situação sob controle, mas até quando? Até mesmo Mike está fora de sua zona de conforto com Gus.
Uma coisa valiosa a se notar em Breaking Bad é que o jogo sempre vira em favor de Walter, de um jeito ou de outro. Talvez, a compra daquele revolver não tenha sido a decisão mais sábia, mas eu realmente acredito que ele irá prevalecer, mais uma vez, seja por sorte, seja por sua coragem desesperada. Tudo o que sei é que será surpreendente.
A reação de Jesse é sempre mais intensa. Enquanto Walter surge com planos descabidos como o de atacar Gus na casa dele, Pinkman recorre às drogas. Sempre que a situação piora ou algo de impacto acontece é assim que ele responde, entorpecido. Como sempre, Aaron Paul domina a cena de forma exemplar e acredito que há poucos atores jovens com tanto talento na TV.
O resto do elenco também merece elogios. Hank está, provavelmente, em seu melhor momento na série. Aquele lance de policial fodão perde feio para o drama que ele está passando agora. Até mesmo Marie, sempre deixada como personagem muito melhor, tem mostrado forte carga dramática em sua relação com o marido.
Skyler também está saindo daquela mesmice de mulher revoltada que trai o marido para se mostrar uma empresária potencial e astuta.