Depois de meses de incertezas, chegamos àquele fatídico momento de assistir aos dois episódios finais de Life Unexpected. Se essa curta jornada valeu a pena de verdade? Você só descobre lendo esse texto de despedida na íntegra.
Não é fácil dizer adeus. Acho que já usei essa frase por aqui, durante o período em que não sabíamos (ou sabíamos, mas preferíamos não acreditar) sobre o futuro de Life Unexpected. Exatamente um ano após sua estréia, em 18 de janeiro de 2010, é hora de dizer tchau e aproveitar os últimos minutos desses 26 episódios e duas temporadas breves.
Pessoalmente, eu gostei da série desde o início. Tinha lá seus problemas e seus exageros, mas qual série não tem? Tudo isso não era algo que me incomodasse a ponto de deixar de acompanhar e por isso, cá estou eu, de fato triste, por saber que acabou e que não verei mais nada inédito daqui para frente.
De qualquer forma, valeu. Fiquei muito satisfeita com o que os roteiristas foram capazes de fazer para encerrar a trama sem desrespeitar o público que permaneceu fiel. Havia muitas pontas soltas, creio que nenhuma foi deixada de lado e chego a dizer que foi um milagre o que fizeram nessa hora e meia. Poucas séries encerradas às pressas terminam assim.
Como era de se prever, a trama seguiu o estilo da série. Um drama sim, mas sempre propenso ao final feliz. Pode ser clichê, pode ser bobo. Eu não ligo. Gostei de ver cada coisa em seu lugar, como teria sido, se Life Unexpected tivesse durado mais alguns episódios.
A relação tumultuada entre Lux, Baze e Cate permaneceu até o final. Não tentaram forçar a barra colocando-os como pais perfeitos ou uma família perfeita. Eles sempre foram disfuncionais e cheios de dramas, especialmente Lux e Cate. Essas duas tiveram nesses episódios as discussões mais sinceras e necessárias de toda a série. Cate compreendeu seu papel de mãe e Lux teve de encarar a própria imaturidade.
O fechamento do namoro de Lux e Eric foi até diferente do que eu esperava, mas de um jeito muito bom. Não dava para aceitar aquilo como uma coisa normal. Outro encerramento ótimo foi o de Emma. Colocando-a como ex-amante do pai de Baze todo o andamento da trama se justificou e o sumiço da personagem e de seu filho, Sam, não foi nada absurdo. Essas coisinhas me preocupavam. Eu não queria que simplesmente saltassem no tempo e resolvessem de forma fácil. É claro que eu sabia que era impossível fugir desse recurso, mas a questão é quando e como ele foi utilizado.
Apesar do pouco tempo para resolver tudo, foi possível chegar a um consenso sem uma corrida insana contra o relógio. Os problemas realmente importantes tiveram atenção, como a relação de Baze com o pai, por exemplo. Cate e Ryan também. Ninguém mudou as coisas de uma hora para outra. Ninguém teve de se tornar vilão. Numa situação como essas, é quase impossível não recorrer a muletas no roteiro.
Infelizmente, o tempo era curto e, portanto, nosso maior inimigo. O salto de dois anos nos minutos derradeiros teriam me irritado em outras circunstâncias, mas não quis me apegar a um detalhe do qual não posso fugir.
Sinto muito por não podermos acompanhar de perto cada trama que teria nos levado a esse mesmo desfecho, mas aí, a imaginação ganha lugar. Penso em como Cate e Ryan lidaram com a gravidez da outra, em como se separaram, como se tornaram os bons amigos de sempre, superando tudo isso. Como Lux e Tasha lidaram com o fato de que ambas gostam de Jones. Como Math e Alice se conheceram e mais importante, como Cate e Baze finalmente ficam juntos.
Sei que é cafona, mas eu adorei. Sei também que muita gente deve estar revoltada por isso e porque era do Team Ryan até o fim, mas não adianta reclamar. Creio que nunca houve outro modo de encerrar essa história tão fofa que não fosse com um gigantesco e açucarado final feliz.
Obrigada pela companhia, pelos comentários e pelo debate durante a temporada. Nos vemos por aí!
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