"Não temos tempo para finais mal-concluídos". Essa frase não é minha ou de algum fã revoltado. Essa frase foi retirada do Piloto de Lost e vocês podem comprovar acessando a
Lostpedia, onde há uma página dedica à tradução dos sussurros. Então, Lost, se o que você diz é realmente a sério, é bom que a Season Finale seja de cair o queixo, porque até agora está difícil de acreditar que teremos algo além do medíocre.
Minha insatisfação continua, como todos podem ver, com o agravante de que eu sinto, de verdade, que perdi 40 minutos irrecuperáveis. Pode até parecer que eu gosto de ser “do contra”, mas a verdade é que eu sempre amei Lost, acreditei na série e agora, estou frustrada.
Quando eu li essa frase com a qual inicio o texto, ri da profunda ironia que ela representa. Parece piada de mau gosto, até. Pretendia usá-la em algum momento por aqui e sinto que chegou a hora.
Sejamos honestos: O que "What They Died For” trouxe? Pelo menos uns 20 minutos muito parados e sem conteúdo e algumas mortes interessantes. Para mim, esse é o resumo da ópera.
Minha esperança (que ainda existe e parece mesmo ser a última que morre) está nos flashsideways. Nunca imaginei que diria isso, mas quando a Ilha te dá um compilado de frases bregas para guardar no caderninho, resta esperar que a grande reunião que Desmond pretende promover seja estupenda. Aliás, quero que guardem essa palavra. É preciso algo estupendo para me convencer de que essas seis temporadas valeram. Obviamente, a trama que se desenrola fora da Ilha foi mais interessante e Desmond se consagra como o grande destaque da série, roubando o lugar que já foi de Benjamin Linus. Até porque, ele é a última cartada eletromagnética desse jogo onde eles fazem as regras e nós nem podemos perguntar quais são.
À parte das estratégias do Brotha e da nossa expectativa em ver o que vem depois disso, não houve grandes novidades nesse arco também, além da intenção de mostrar que é tudo obra do destino e que não há como fugir.
Dentre as aparições, tivemos Danielle, quase irreconhecível depois de tomar um banho e pegar emprestada a chapinha do Sayid. Pior, se engraçando para cima de Ben e querendo arrumar marido com doutorado. Ana Lucia também retorna para uma aparição rápida, sem grandes consequências, servindo apenas para satisfazer os fãs saudosos da personagem.
Na Ilha, gostei de ver a morte estúpida de Tina Fey, digo, Zoe. Prazer inenarrável ver uma garganta sendo cortada. A eliminação de Widmore selou a vingança de Ben e Richard Alpert... morreu? Até agora achava que ele fosse imortal, mas vai saber.O único esperto foi Miles, que correu pro matinho e se escondeu nos arbustos.
E então, voltamos ao grande mote da série: A LUZ. Ainda inconformada com essa saída cretina dos roteiristas, assisti Jacob explicar a grande pergunta do episódio: afinal, por que eles morreram? A resposta é simples sim, mas continua vazia. Todos morreram para proteger a LUZ que existe dentro de cada homem, e é apenas isso que precisamos saber.
Foram momentos vergonhosos. Cheguei a corar com o discurso cafona de Jacob sobre livre arbítrio e vidas solitárias. Teria sido muito mais honesto ele virar para Jack, Kate, Sawyer e Hurley e mandar cada um escolher seu destino pela sorte no palitinho. Depois, vem a grande hora de tomar a poção dos ursinhos Gummy e conhecer o caminho para a LUZ.
Fiquei perplexa. Jack, médico cirurgião, deixa a carreira de lado para aceitar um trabalho não-remunerado de alta periculosidade, sem direito a férias, plano de saúde ou aposentadoria, para , basicamente, cuidar de um lampião.
Isso sem falar na desculpa ótima para riscarem o nome de Kate: ela virou mamãe! E a Sun era o quê? Babá? Jin não poderia ser considerado pai porque só viu a filha por foto digital? Simplesmente não existe lógica nesse roteiro.
Agora que Jacob foi do pó ao pó e o pó que havia foi destruído, Jack tem que impedir que Lockezilla retorne para a grande fonte luminária e sei lá, destrua a humanidade de uma vez por todas? Essa seria a única razão para alguém aceitar essas condições de trabalho escravo. Eu, por enquanto, fico com mestre Hurley e estou feliz que o emprego não seja meu.