Pode confessar: desde criança você sonha em ter uma profissão glamurosa e em conquistar o mundo como comissária de bordo. Não? Tem certeza? Então Fly Girls pode te fazer mudar de ideia.
Para começar, não entendo bem quem foi o executivo que teve um insight tão genial. Honestamente, quem se importa com a vida badalada de uma aeromoça? Ok. Eu sei que o termo correto não é aeromoça, mas vamos manter no popular. Fly Girls, para quem ainda não conhece, é mais um reality show da temporada, produzido pela CW e com apenas 8 episódios. O objetivo é realmente mostrar o quão legal pode ser a vida de quem trabalha atendendo passageiros em aviões e, no caso de Fly Girls, os vôos são todos da Compania Virgin America, que deve ter investido uma nota preta para ter suas profissionais estrelando o programa.
Como todo “reality” dessa linha, Fly Girls é uma ode à futilidade. Verdade seja dita, a profissão fica de lado, embora elas sempre repitam o quanto amam essa vida aérea. O que fica em foco são os bons e velhos problemas pessoais, as intrigas, as fofocas, as brigas e as tentativas de uma roubar o macho da outra.
Sinceramente, eu gostei. É o tipo de coisa que a gente assiste para esvaziar o cérebro e curtir, nada além. É sensacional vê-las em guerra. Numa das cenas, Nikole, a mais grosseirona de todas, faz uma jogada “de mestre” para conseguir a confiança de uma das novas colegas de quarto. No meio de um evento importante, esconde o discurso do presidente da Virgin America para, logo em seguida, aparecer com a maior cara de heroína, salvando a pele da colega que deveria cuidar para que o papel estivesse no púlpito a tempo.
Além de Nikole, que também vive às voltas com o namorado e adora berrar com as pessoas, temos Mandy, que chega a ser uma figura quase infantil de tão bobalhona, com cara de apresentadora de programa para crianças. Tasha, que vive afastada do filho por conta do trabalho; Farrah, que busca uma posição mais estável nos escritórios da empresa com o objetivo de arrumar marido e filhos e Louise, de família coreana que insiste que ela deveria fazer enfermagem e largar essa vida de vagabunda das nuvens. Aliás, é preciso dizer, as aparições da família de Louise são ótimas e sempre rendem ofensas do nível que acabo de descrever. Tradicionais, eles têm a visão super moderna de que a filha ser aeromoça é sinal de que ela está se prostituindo por aí. Vale a pena ver.
Por trás de toda essa imagem vazia que a série tenta passar, existe o lado profissional, que infelizmente, não é muito valorizado. Então, se não for por essas pequenas encrencas que não nos acrescentam em nada, veja mesmo assim. Servirá para conferir que os tempos estão mudando e que as aeromoças não precisam mais se maquiar como palhaças.