terça-feira, 23 de março de 2010

Nip/Tuck 7x09 (Series Finale): Hiro Yoshimura

Há alguns anos, quando descobri Nip/Tuck, a série era sinônimo de ousadia e inovação. Hoje, sete temporadas depois, a produção é apenas um arremedo daquilo do que foi um dia. Acabou. Aliás, passou da hora de acabar. Não vou sentir falta de Nip/Tuck, de verdade. Mas quando olho para trás e penso nas primeiras temporadas, vejo que conseguiram realizar o toque de Midas às avessas. O que era ouro virou apenas um pedaço de pedra, sem brilho algum.

Poucas pessoas continuaram fiéis à série até o final. Os tropeços no caminho foram fazendo desistentes, episódio após episódio. Eu resisti. Sofri, é fato e sobrevivi para ver um final pífio. A morte de Nip/Tuck foi lenta e dolorosa. Dessas que dão na gente uma sensação de alívio quando finalmente acontece. Não houve nenhuma gota de dignidade nessa Series Finale, foi tudo pobre, sem emoção, sem propósito e nada chocante. Sou saudosista. Sinto falta de ficar de queixo caído depois de ver um bom cliffhanger ou uma cena forte, como muitas que Nip/Tuck nos proporcionou.

O caso da vez, que ajudou a dar o tom ordinário ao final da série. O ator pornô senil, estrela de filmes adultos japoneses é um caso real, adaptado para a ficção. Ele, que só queria se livrar de uma cicatriz de cirurgia cardíaca, morre do coração, e não poderia ser num momento mais clichê.

O desfecho de Sean e Christian era óbvio. Há muito tempo se falava no assunto e eu não esperava nada diferente. A separação era a única saída para eles, que há tempos tentam seguir rumos diferentes, mas sempre estiveram agarrados um ao outro.

Sean sempre foi dependente. Christian sempre foi carente. O resultado é que um não queria partir e outro não deixaria ir. No final, é Christian quem corta o cordão umbilical e liberta Sean para uma vida longe dali, quem sabe, realizando o desejo de cuidar de quem realmente precisa e deixar os implantes de silicone de lado.

Christian não quer mudar. Para ele, essa é a vida perfeita. Por isso, ele continua onde é seu lugar e onde realmente pertence.

Liz, que finalmente conseguiu se tornar sócia, precisa fazer Sean entender que o fato de ter doado esperma não faz dele o pai da criança que ela espera. Mais uma vez, a distância é essencial e mais um motivo para a decisão de Christian.

Julia segue a vida. Vai casar, morar na Inglaterra e levar Annie e Connor junto. Matt, mesmo rejeitado por Ava, faz sua cartada final ao oferecer a ela o que sempre sonhou: a oportunidade de ter uma vida perfeita, sendo mãe de Jenna e tendo um homem que a adora a seu lado.

O pequeno Rafael, que virou moeda de troca nas chantagens de Christian, é abandonado, mas encontra em Sean uma família muito melhor e um amor incondicional.

No final das contas, a grande família McNamara/Troy, foi despedaçada e convenhamos: depois de doses maciças de amor, ódio, sexo, traição, mentiras, intrigas e mortes ninguém poderia resistir.
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