Aprendi a não esperar nada menos que o sensacional de Breaking Bad e esse retorno fez jus às expectativas. Inicio de episódio rastejante, no sentido literal, dá uma ideia do que podemos esperar dessa 3ª temporada onde o sentimento de culpa pode mudar a história de Walter e Pinkman completamente.
Aliás, já mudou. Depois do acidente com os aviões é impossível para os dois não sentirem que suas ações determinaram o destino de centenas de pessoas. Se Walter não produzisse metanfetamina, Pinkman não a teria, Jane não teria morrido de overdose e o pai dela, Donald, não teria perdido o controle do espaço aéreo e causado o imenso acidente que deixou toda a cidade chocada e traumatizada.
Pinkman, que perdeu a namorada, se interna numa clínica de rehab e tenta se recuperar e aceitar quem é o que aconteceu. Walter lida com a separação de Skyler e chega a queimar dinheiro, num acesso de loucura temporário. Agora, ela já sabe que o marido é praticamente um chef de cozinha das drogas, mas promete se calar se ele mantiver distância. Desesperado, Walter decide largar o negócio e recusa até mesmo uma oferta de 3 milhões de dólares em troca de seus dotes culinários por 3 meses.
Fiquei com a impressão de que Walter ficará num beco sem saída, obrigado a voltar ao mercado das drogas por questão de sobrevivência. Aliás, esse é o tema de um edificante discurso que ele faz na escola, falando com a sensibilidade de um mastodonte como os seres humanos superam tragédias e seguem com suas vidas, como se nada tivesse acontecido.
Ainda vemos vestígios das cenas tão conhecidas por nós nas duas primeiras temporadas, construídas em cima dos fatos revelados na Season Finale passada. Por isso, parece óbvio que as cenas iniciais, onde dezenas de pessoas rastejam pelo deserto até uma espécie de templo, façam parte do futuro que está começando a se desenhar e que, sem dúvida, promete ser chocante.
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