Mais um episódio dramático de Skins, que definitivamente perdeu aquele tom de picardia. O centro da história é Emily e suas descobertas sobre Sophia, a garota que cometeu suicídio dentro da boate e que tem uma estranha ligação com Naomi. Antes de falar do que está acontecendo com a personagem, quero comentar sobre o panorama geral de Skins, já que algumas pessoas me perguntam por aqui ou via twitter se vale a pena apostar as fichas na série e voltar a acompanhar.
Por mais que eu adore Skins, tenho que ser sincera: não é mais a mesma coisa. A culpa não é dos novos personagens, ao contrário do que muito pensam. O problema é que a identidade da série se perdeu bastante e o que antes chocava, hoje varia entre dramalhão e um tipo estranho de comédia. O grande lance de Skins sempre foi a ousadia, aquela coisa de jogar sal na ferida aberta. Cenas de sexo e adolescentes usando drogas não chocam mais ninguém. Eu, pelo menos, não acho que isso seja um grande paradigma da sociedade ou um tabu. O segredo das duas primeiras temporadas da série não eram esses recursos, eram as personalidades controversas pelas quais nos apaixonamos. Um resquício disso, seria Effy, mas ela simplesmente não cumpre o papel e em vez de misteriosa e taciturna, ela parece uma imbecil que gosta de brincar com os sentimentos alheios, sem conseguir realmente chamar a atenção. Por isso, não existe resposta certa. Eu continuo vendo Skins porque, embora eu sinta que a qualidade caiu, não chegou a um ponto insuportável para mim e eu ainda gosto de assistir aos episódios. Em caso de dúvidas, não custa tentar e tirar suas próprias conclusões.
Agora sim, voltando a falar de Emily, o que é notável, é a mudança em seu comportamento e suas atitudes. Ela saiu de vez da sombra da irmã gêmea e vive plenamente seu romance com Naomi, assumindo de boa sua homossexualidade.
Em casa, as coisas estão turbulentas. Crises de família e a falta de aceitação da mãe ao fato de ter uma filha lésbica, são alguns dos problemas que Emily precisa enfrentar. O que ela não esperava era descobrir tanto sobre a morte de Sophia, que aos poucos, vai se revelando uma espécie de maluca perseguidora, completamente obcecada por Naomi.
Apesar da culpa por ter vendido drogas á Sophia, Naomi quer deixar isso tudo para trás, o que demonstra que é hora de Emily ir mais fundo na história para saber a verdade. O que vem depois é a descoberta de que o namoro perfeito, de perfeição, não tinha nada. Naomi finge bem, mas se sente aprisionada. Conheceu Sophia e acabou traindo Emily, além de mexer com a vida e os sentimentos de uma garota que já estava num estado crítico de fragilidade. Deu no que deu. Sophia pulou para a morte e acabou com todo seu sofrimento, deixando para trás alguns resquícios de sua dor e seus pedidos de socorro mudos, registrados em papéis cheios de histórias pessoais e desenhos para representar cada detalhe.
O resultado é que o mundo de Emily muda e ela começa a questionar todas as certezas que tinha antes e a rever suas atitudes em relação à Naomi. Assim como ela, Cook está atormentado pelo retorno de Effy, que se joga nos braços de Fred e deixa a terceira ponta desse triângulo cheia de ciúmes. Mais uma vez, Effy serve apenas para trazer tumulto e acrescentar quase nada e os resultados dessa crise sentimental em Cook serão vistos no próximo episódio que promete ter brigas, prisões e muita confusão.