Eu só escuto elogios sobre a 3ª temporada de Friday Night Lights e não nego, achei essa Season Premiere muito boa, de verdade. No entanto, não posso deixar de falar dos enormes furos na história, que se renovou e resolveu ignorar a memória do espectador.
Não tem explicação, simplesmente. Não adianta me falar de greve dos roteiristas, que realmente afetou todas as produções em 2007. Foram muitas falhas e muito graves, em minha opinião. Talvez, quem assistiu no ritmo normal e não em maratona, como eu, não tenha se chocado tanto com as mudanças absurdas. Mas não pude ignorar o fato de que os roteiristas resolveram passar a borracha em tudo o que foi feito na temporada passada. É como se os personagens acordassem e percebessem que foi tudo um sonho.
Algumas coisas, admito, foram positivas. Por exemplo: Santiago. Não entendi porque ele surgiu, para inicio de conversa e agora, que fazem de conta que ele nunca existiu, acho até bom. Livraram-se, aparentemente, da Lyla evangélica e seu namoradinho pastor. Coisa boa, claro. O problema é que pularam direto para ela e suas confusões amorosas com Tim Riggins. Ou seja, perdemos todo o processo de aproximação e conquista, que eu acho que seria importante. Mas, já que os dois estão juntos e são a maior química da série, nem posso reclamar. O lance deles em crise, logo de inicio, porque Tim Riggins é Tim Riggins parece clichê, mas vou esperar para ver o que acontece.
Matt, que está com problemas para desenvolver seu potencial em campo e corre o risco de ser substituído por JD McCoy, um novato na escola, parece mesmo ter perdido importância na trama. O interessante é que JD mesmo não tem lá grande destaque. É o pai dele que veio para ser o novo tormento de Eric Taylor, presenteando e opinando onde não é chamado.
Jason, por enquanto, ainda não apareceu e não senti falta do drama na cadeira de rodas e do filho miraculoso que ele fez na garçonete.
Landry também foi deixado de lado e Tyra ganha destaque individual, lutando para sair de Dillon e entrar numa boa faculdade. Achei um crime o que fizeram no cabelo dela, que era lindo e moderno antes e parece o de uma boneca de porcelana velha, agora.
Julie continua chatinha e manhosa, fazendo o que quer e gerando confusões desnecessárias para Tami e Eric. O casal está mesmo dominando Dillon. Tami é a nova diretora da escola e precisa lidar com uma repentina falta de verba para professores e material de trabalho. Tanto que resolve usar a doação polpuda de Buddy Garrity, para um telão no campo de futebol para outros fins.
Eric, tem seus próprios problemas para lidar. Continua sendo execrado por ter ido para a TMU e precisa formar um time forte, já que Smash se formou na escola e não pode mais ajudar. E aqui que moram todos os meus problemas em relação ao episódio.
Para começar, resolveram inventar um problema no joelho do jogador. O fato realmente aconteceu, mas na 1ª temporada e nunca foi desenvolvido ou citado. Como é que, mais de um ano depois, Smash luta para contra os prognósticos médicos, que nunca o atrapalharam antes. Além disso, quero saber o que aconteceu com o campeonato de 2007. Quero dizer, os Panthers levaram o Estadual de 2006. A 2ª temporada acaba às vésperas dos playoffs, com Smash suspenso por 3 jogos, só podendo voltar para as finais. Do nada, estamos em 2008, certo? Quem levou a taça do outro ano? Como chegamos ao verão de 2008? Um furo imenso. Ainda maior se pensarmos que o verão americano tem seu auge entre junho, julho e agosto, se não me engano. Pensei nessa possibilidade para entender o salto no tempo, mas continuou sem sentido.
Além disso, Smash não tinha conseguido uma bolsa de estudos completa na Withmore? Como assim agora ele trabalha na lanchonete e não pode estudar por causa da lesão imaginária no joelho? Foi uma saída escrota e mal feita para manter o personagem na série, porque nada tem justificativa.
O mais engraçado é que, depois de tudo isso, eu ainda gostei do episódio. Tenho fé que será uma temporada incrível, como sempre. Mas, sinceramente, espero não topar com mais surpresas como essas, daqui para frente.
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