Os textos serão escritos de forma
bem mais sucinta, sem tantos detalhes técnicos das produções, mas sempre mantendo
aquela honestidade marota, porque no final das contas, ajudar os fãs de séries
a fugir das bombas já é considerada uma função social de alta importância e
estou sempre pagando mais uma prestação do meu terreninho no céu.
Como não poderia deixar de ser,
essa temporada começa antes da hora (afinal, o inicio oficial da Fall é em 20
de setembro) com os tradicionais “vazamentos”. Foram três comédias estreantes –
nenhuma delas engraçada, diga-se de passagem – que já podemos riscar da lista
de tarefas do Projeto Fall Season. Vamos às ditas cujas:
Back In The Game 1x01 – Pilot
A Premiere oficial de Back In The
Game, da ABC é apenas em 25 de setembro, ou assim deveria ser. De qualquer
forma, é um alívio imenso o fato de que, para mim, pelo menos, o pior já
passou, porque não existe a menor chance de eu voltar para um segundo episódio.
O episódio não é engraçado, tem atuações terríveis e reforça preconceitos e
conceitos toscos sobre homossexuais usando crianças para tal.
A história em si até parece que
tem algum espaço para crescer, mas o Piloto não ajuda em nada. A protagonista,
Terry Gannon (Maggie Lawson), uma ex - jogadora de baseball/softball falida,
sofre de “daddy issues” fortíssimos e passa o tempo todo cobrando o pai, “The
Gannon” (James Caan) pelo abandono ao longo da vida e pela falta de presença
desde sempre. A relação dos dois se torna chata logo de cara, tamanha a
histeria que envolve e The Gannon é tão nojento que o desejo maior é que ele
saia de cena logo.
Depois de tanto sofrer nas mãos
de um pai tão terrível, Terry quer fazer diferente com seu próprio filho, Danny
(Griffin Cluck) e se envolve bastante na vida do garoto, a ponto de se oferecer
para treinar um time de baseball infantil, só com os pequenos perdedores que
não entraram no time principal.
Vale dizer que o elenco infantil
é sofrível e que é deprimente ver o que fazem com um dos meninos (estou sendo
legal e escolhendo apenas um), que passa o tempo dançando e rebolando,
cantarolando “Born This Way” para reafirmar que é gay e afetado. Uma péssima
escolha de roteiro, que tenta fazer rir usando os piores estereótipos. Porque
todo menino gay passa o dia se retorcendo de forma esdrúxula ao som de Lady
Gaga.
Claro que Terry terá um romance
cheio de probleminhas idiotas com o técnico do time oficial, porque afinal, essa
é uma comédia que está decidida a apostar em tudo que existe de mais previsível
e sem graça, embora eu faça uma ressalva para a cena em que Danny beija o
colega babaca, na tentativa de assustar o moleque (que, é CLARO, é filho do técnico
do outro time, né? Série clichezenta dos infernos).
The Goldbergs 1x01 – Pilot
A pessoa que se enganou achando
que The Goldbergs seria parecida com The Wonder Years ou que a ambientação nos
1980 seria um grande trunfo já se enganou em 200% (pelo menos). A comédia da ABC
estreia oficialmente em 24 de setembro, mas é recomendado fugir desde já.
Nenhuma piada funciona, embora a
gritaria e os personagens sejam baseados em fatos reais. Sim, no final vemos as
cenas da vida real que viraram inspiração para o seriado e essa é a parte mais “empolgante”
da coisa toda. Seria justo dizer que o sensor de vergonha alheia explode ao
final dos vinte minutos de gritaria e péssimas atuações do elenco todinho, mas
com destaque especial para Barry (Troy Gentile), o irmão do meio.
De longe, o pior e mais caricato dessa
família muito unida e também muito ouriçada, já diriam por aí. Murray (Jeff
Garlin) é o pai que precisa de tradução simultânea para tudo que diz (e não,
esse elemento não agregou em nada e não foi divertido em momento algum),
Beverly (Wendi McLendon-Covey) é a mãe escandalosa com excesso de sombra nos
olhos, Pops (George Segal) é o avô com jeito de garanhão de gafieira, Erica
(Hailey Orrantia) é a filha mais velha sem função prática alguma e Adam (Sean
Giambrone) é o caçula que filma tudo e nos obriga a ver uma série ruim sobre
sua família, algumas décadas depois. Fujam para as colinas se puderem.
Trophy Wife 1x01 – Pilot
Apesar de não ter um Piloto maravilhoso,
Trophy Wife, da ABC – chegando à grade oficialmente em 24 de setembro - é a
estreia “menos pior”, por assim dizer. Dentre cenas vergonhosas com vira-vira
de vodka e a morte de hamsters gêmeos, o que se nota é que o elenco tem
qualidade e pode encontrar o tom para essa comédia familiar, o que já é um
imenso elogio.
Destaque para Bert (Albert Tsai)
o filho adotivo chinês, que se destaca facilmente por sem extremamente
despachado e natural, mesmo quando está manipulando as pessoas para ganhar
brinquedos caros. Kate (Malin Akerman) precisa baixar um pouco o tom para não
se tornar detestável rapidamente, mas no geral, ela leva bem a função de ser a
esposa de um homem mais velho cheio de bagagem familiar.
Pete (Bradley Whitford) é o marido que seduz
mesmo de nariz quebrado, Diane (Marcia Gray Harden) é a primeira ex-esposa com
cara de quem cheirou pum, Jackie (Michaela Watkins) é segunda ex-esposa hippie
e doida, Meg (Natalie Morales) é a melhor amiga de Kate que (sabe-se lá porque)
é obrigada a levar os filhos de Pete para aulas de música, Warren (Ryan Scott Lee)
faz o adolescente tarado com talento para escrever contos eróticos e Gianna
Lepera faz a filha adolescente não citada na lista de elenco, mas que adora uma
boa dose de vodka.