Cara a cara.
Nas duas últimas semanas, acabei deixando Pretty Little Liars
acumular, mas a boa notícia (será?) é que agora podemos comentar tudo em dose
dupla, até porque, os dois episódios estão bastante conectados. Mesmo assim,
confesso, fiquei um tanto perdida e nem lembrava o que havia acontecido no segundo
episódio dessa temporada. Nessa hora, o agradecimento fica para quem inventou o
“previously”, que certamente é algo útil e que resume bem apenas o essencial,
especialmente em séries como PLL que assumem a embromação como principal tática
para manter o interesse do público.
A novidade do momento é o desejo abrasador de –A em destruir
as famílias das Pirulitas. Ela conta, portanto, com a ajuda do quarteto de
meninas mais burras de Rosewood para que seu plano dê certo e até aqui, tudo
parece promissor. Nem mesmo os novos detetives que chegaram à cidade são
capazes de estimular Aria, Spencer, Emily e Hanna a abrir o jogo e falar que
estão sofrendo ameaças de morte há pelo menos dois ou três anos (no tempo da
série, claro), porque na cabeça delas a melhor estratégia continua sendo a autoincriminação
e as mentiras absurdas para conseguir informações cada vez mais vazias.
Enquanto menino Mike não volta (só continuo por conta dessa
promessa estimulante) um importante foco é família Montgomery, já que Ella vai
ter que viajar junto com o namorado padeiro para que ele não queime a rosca em
Viena. Aria é sempre muito compreensiva e vê aí uma chance de salvar a mãe das
garras de –A. Além disso, ela passa dois episódios enganando o PROFESSOR de
artes marciais, o que nos faz notar que existe aqui um padrão. Aria tem fetiche
com educadores, minha gente. Só isso justifica trocar um professor por outro,
mas até aí, tudo bem, porque essa nova opção está bem interessante. O moço,
inclusive, não deve ter muito que fazer da vida ou a mulherada está escassa
para ele, porque só isso justifica tanta paciência com as atitudes babacas de
Aria, que quer um namorado pedante e não
tem medo de assumir.
Escolhi começar com a trama mais fraca do momento porque ela
é, pasmem, a que tem mais sentido nessa temporada. Todas as demais beiram o
ridículo da falta de noção dos roteiristas, a começar pela de Emily. Então ela
vai ao médico e insinua que já tomou um remédio e só por isso chamam o serviço
social? NAONDE? Se Ezra não foi preso até hoje por pedofilia não é um
comprimido (ou sete) para dor que vai fazer algum mal à família de Emily.
Depois surgem com a desculpa de que alguém viu a discussão com a mãe a achou
fora do limite ou dizem que uma discussão normal de família é motivo de
polícia. Desculpem, mas não dá para aceitar nada disso. E para deixar tudo
ainda mais crocantemente sem sentido, Emily vai ter que abrir mão do sonho de
ser nadadora profissional e de morar com Paige (sim, aquela que tentou matá-la
afogada, não canso de repetir) num dormitório de faculdade.
Dando continuidade à completa falta de lógica, temos Hanna
andando livremente pela delegacia local, testemunhando revistas em cofres de
bancos e tentando manipular detetives.
Ao mesmo tempo, Ashley dá a maior pinta de culpada e Caleb toma bronca
por trazer as únicas informações importantes sobre o que poderia ter
acontecido. Mãe e filha produzem expressões faciais tão “EU JURO QUE NÃO FUI EU”
que eu já as teria mandado para a cadeia por má atuação.
A cereja no topo do nosso bolinho de mentiras é a incrível
descoberta de que Melissa tem culpa no cartório, mas não é –A. CEJURA? O lance
das máscaras não poderia se mais patético porque afinal, TODO MUNDO JÁ SABE QUE
ALI NÃO MORREU OU ALGO ASSIM. O que mata em PLL é que continuam insinuando
exatamente as mesmas coisas que insinuavam na Season 1 e a história central
nunca dá um passo à frente sem retroceder outros 2.
Engraçado é que –A está de olho na família de todas, menos na
de Spencer, cujo maior problema agora é discutir casacos ideais para o clima
londrino e tentar comprar uma vaga para a caçula numa Universidade da Ivy
League. Spencer, sendo a gênia que se mostrou ao longo da série, deveria ser
top 10 de Harvard, então essa história de que ela não entrou em uma faculdade é o fim da picada para qualquer um que entenda o mínimo sobre as
melhores escolas americanas.
Não dá para esquecer, ainda, que Tobinha decidiu investigar o
suicídio da mãe, que pode ter sido assassinada. Agora fica a pergunta: QUEM SE
IMPORTA? SÉRIO, QUEM? Porque eu deveria me preocupar com uma pessoa que morreu
num hospício muitos anos antes dessa história começar?
Não tem porque Alisson
ou qualquer “garota loira” ter armado um assassinato de uma avulsa, prevendo
que um dia o filho dessa pessoa namoraria uma das Pirulitas. Além disso, a mãe
de Toby deve ter morrido faz um bom tempo, porque o pai dele teve tempo de
casar com a mãe de Jenna e isso foi antes de Jenna ficar cega.
Ou seja, a menina loira, que tentam jogar como sendo Alisson
ou sua gêmea (quem sabe?) teria que ser PIRRALHÍSSIMA. E aí pergunto: o que uma
criança estava fazendo num asilo mental junto com adultos desequilibrados?
Pretty Little Liars continua zoando nossa cara e zombando da nossa
inteligência o tempo todo e o pior é que essa história ruim vai se reproduzir
em muitas mais, assim que Ravenswood fizer sua triunfal estreia.
P.S* Desculpem o atraso, mas nem acumulando dois episódios havia assunto para uma review inteira.
P.S* Saudade de quando, na Season 2, a gente só se divertia com PLL e seus absurdos.