quinta-feira, 13 de junho de 2013

Game Of Thrones 3x10 (Season Finale): Mhysa

 
Um rei que precisa dizer “Eu sou o rei.” não é rei de verdade.

 A briga pelo trono de ferro continua, mas se tem uma coisa que esse episódio final de Game Of Thrones nos mostra é que as rixas entre as famílias nobres serão pequenas diante do problema maior que se aproxima, vindo das regiões geladas.
 É claro que, a julgar pelo ritmo dos acontecimentos, a invasão dos White Walkers deve demorar muito (isso, é claro, considerando que ela vai mesmo se concretizar), mas quem acompanha a série até aqui já está até acostumado com o modo como as histórias se desenvolvem e já está com a paciência preparada para esperar.
 Apesar da minha crítica constante a respeito desse problema de ritmo que parece incomodar cada vez mais gente, acredito que a terceira temporada tenha sido incrivelmente superior à segunda. Personagens marcaram presença mais forte e a construção dos diálogos fez toda a diferença. Mesmo nos episódios mais calmos, a intensidade do texto conseguiu impor o clima de tensão e expectativa de que a série precisa para sobreviver.
 Os maiores detentores de grandes diálogos ainda são os Lannister. Tywin, em especial, é dono de 30% dos bons momentos dessa temporada. Os outros 70% eu dividiria entre Tyrion, Jamie, Cersei e a forasteira Olena Tyrell. Esses quatro personagens fizeram a diferença (Cersei numa escala muito menor que os demais, sejamos justos) e comandaram quase tudo o que aconteceu ao longo da Season 3, em termos de emoção e de estratégia.
Lord Varys também merece ser lembrado como articulador e por revelar sua história. Mesmo aparecendo aqui e ali, tenho a impressão de que ele é mais importante e interessante do que muito personagem que outros fãs consideram como principais (podem ler aqui todo clã Stark, que serve pra quase nada desde a Season 1).
 Como não poderia deixar de ser, é muito boa a cena em que Tywin impõe sua vontade sobre o cruel Joffrey. Continuo pensando que essa relação irá se inverter, mas talvez seja apenas meu desejo de ver Tywin numa situação diferente. A grande questão, no entanto, é se a taxa de sobrevivência de Joffrey ainda está alta, porque todos sabem que matar personagens não é realmente um problema para o autor da saga ou para os roteiristas. Sei que Joffrey vai morrer e é apenas questão de tempo, mas essa é a impressão de quem continua sem ler os livros (e pretende continuar assim, para manter a surpresa com a série), talvez boa parte dos que já conhecem a história fiquem rindo das expectativas de quem sabe muito menos.
 Como já é costume, essa Season Finale vem bem mais calma que seu episódio anterior, mas algumas histórias se reposicionam, como por exemplo, o retorno de Jamie a King`s Landing, o resgate de Jon (pós ira de Ygritte) na muralha, a partida de Bran e seus amigos ao encontro dos White Walkers ou a consagração de Daenerys como a mãe do povo e a grande libertadora dos escravos.
Aliás, a história de Bran e seu encontro breve com Samwell, dá vontade rir. Sam, sendo muito honesto ao dizer que não é uma boa seguir em direção aos White Walkers e o pessoal ali achando que tem alguma missão muito importante a cumprir. Não dá para entender muito bem o que quatro pessoas vão fazer para mudar a situação ali, mas enfim, já é mais animador do que andanças sem sentido, como aconteceu por muito tempo com esse núcleo.
Sam, por incrível que pareça, acaba sendo a pessoa responsável pelo alerta de que o perigo está chegando (Winter também is coming, mas enfim). Isso reflete para Davos, salvo de última hora por Stannis e Melisandre.  Difícil aturar a ideia de Stannis como rei, por ser tão volúvel. Tudo bem que Davos simplesmente libertou Gendry, livrando-o do sacrifício certo, mas ainda assim, é notável que Stannis nunca se decide a respeito do que fazer e de seus fiéis conselheiros.
 As viúvas e viúvos de Robb Stark devem ter ficado revoltados com a cena quem vemos seu corpo com a cabeça do lobo. Mais um requinte de crueldade muito bem notado por Tyrion, que observa incrível teatralidade desse assassinato em massa. Arya, é claro, vai ficando cada vez mais brutalizada com tudo isso, mas já é possível notar que existe até certa cumplicidade entre ela e Hound.
Sobre Theon, há quem diga que tudo a respeito dele tem sido inútil e bobo. De fato, há zero de utilidade prática nas cenas em que ele é torturado e aturamos piadas que envolvem salsichas e pênis. Foi meio “do nada” que a irmã de Theon resolve reunir seus melhores assassinos para salvar um irmão com quem ela mal conviveu, enquanto o pai não dá a mínima, inclusive porque seu único filho homem acaba de se tornar eunuco.
Para completar, Daenarys conquista cada vez mais seguidores e a sequência final impressiona visualmente. É claro que ainda acho que esses avanços dela vêm em passos mais lentos do que seria o ideal, mas repito, é questão de se acostumar com o modo como os roteiristas decidiram contar essa história. Não descarto a ideia de que um pouco mais de objetividade faria muito bem à trama de Game Of Thrones, mas se a impressão geral sobre a temporada é positiva, há mais acertos do que erros no saldo atual.
 P.S* Sansa dando boas ideias para Tyrion, ao sugerir o golpe do coco de ovelha embaixo dos colchões.
P.S*Gostei muito de Lord Varys falando com XXXX sobre viver sua vida e deixar Tyrion livre. Pena que ela não entendeu bem a intenção.
P.S*Parem de ver GOT como se fosse conto de fadas, onde existem bonzinhos e vilões. Os personagens aqui não são rasos a esse ponto
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Ana disse...

Honestamente Camis leia os primeiros 2 livros Got voce vai ver como a adaptação ficou muito boa, mas tio Martin nos livros consegue fazer voce se importar até com o cachorro do primo do seu vizinho. Eu como aborrescente passei a amar Politica, anões e "Pedofilia" após esses livros. Eu não sei mas esse ano não curti muito suas reviews talvez seja os olhos de quem ve mas enfim, tive que expressar minha humilde opinião.