Muita chuva para lavar o sangue
derramado.
Os dois últimos episódios de Game
Of Thrones tem uma coisa em comum: ambos são muito bons. Sempre há quem
discorde, especialmente quando o assunto é “The Rains Of Castamere”, que promove
o que eu chamo de “limpeza na inutilidade”. Tudo o que aconteceu nessas duas
semanas, foi bem feito, arquitetado e funciona perfeitamente para o andamento
da temporada.
Em Second Sons, o clima de bodas
toma conta da série e vemos o tão esperado (menos pelos noivos, registre-se) casamento
de Tyrion e Sansa. História bem trabalhada e permeada por momentos em que a
crueldade de Joffrey fez a diferença. A humilhação de Tyrion e o medo de Sansa
vieram na medida certa e os dois atores estiveram muito bem.
Tywin é sempre um show à parte e
seus diálogos foram sensacionais, autoritários, como se ele mesmo fosse o rei
(e Joffrey já percebeu isso). Olena Tyrell em suas divagações sobre relações
familiares alegrou o dia, como sempre. A cena entre Cersei e Margaery também
merece destaque e não pode ficar de fora dos elogios.
A ação envolvendo Daenarys também
deu as caras. Impressionante como um cabelo platinado faz sucesso em Westeros,
porque ela consegue muitos aliados só pelo interesse sexual e isso fica claro
no modo como ela se alia aos Second Sons. Nessa mesma toada sexual, mas com um
toque doentio para apimentar, temos a sequência entre Melisandre e Gendry, que
acaba com Stannis percebendo que há algo de podre no reino (e não estamos nem
na Dinamarca), liberando Sor Davos do calabouço e buscando conselhos (ou apenas
se certificando) de como agir daqui em diante.
Ainda nesse episódio, é preciso
citar a cena final, com a morte do White Walker. Fiquei triste, porque achava
demais o gráfico do personagem, mas valeu a pena pelo resultado e pela
descoberta de que o objeto encontrado por Sam tem utilidade para a luta contra
a legião de defuntos gélidos que avança a cada dia.
No episódio seguinte, continuamos
acompanhando a trajetória de Arya, cada vez mais perto de reencontrar a
família. E só por isso todo mundo já deveria estar sabendo que teríamos
tragédia à vista. Confesso que fiquei
mais chocada com a reação das pessoas ao que aconteceu com que aconteceu de
fato. Acredito piamente que, depois da morte de Ned Stark, uma coisa ficou bem
clara: Ninguém está seguro em GOT. Ainda mais personagens que, com o perdão da
palavra, não tem qualquer utilidade prática na trama desde a Season 1.
Pois é. Não entendo o apego com
Robb (a não ser que a desculpa sejam as cenas em que ele mostra a bundinha),
porque ele só ficou gritando que era o Rei do Norte e fazendo uma má escolha
atrás da outra. As tais vitórias dele são tão importantes que sequer foram
mostradas de verdade, então ninguém pode dizer que a história se perdeu. Na
verdade, a melhor coisa de toda existência de Robb e seu romance (fajuto e que
nunca empolgou) com a enfermeira sujismunda foi o desfecho do casal. Sequência
boa e, até certo ponto, surpreendente, pelo teor de crueldade que conteve. Veio
ainda com o bônus de levar junto a pior personagem da série, Catelyn Stark,
pagando de mãe cheia de honra até o último segundo.
Robb e Catelyn provaram que são
farinha do mesmo saco e que compartilham de uma burrice sem igual. Numa terra
onde a honra é lavada com sangue, era muito provável o desfecho que vimos
acontecer. Detalhe interessante é que a música que toca depois que os noivos
vão para as núpcias dá nome ao episódio e é uma espécie de prenúncio de morte.
Como não gostar de algo tão pensado? Honestamente, só os muito chatos não
gostaram desse episódio, por motivos de pura infantilidade. E meu “se liga” vai
para quem achava que Robb Stark era protagonista da série, de alguma forma.
Nessa toada, Arya tem mais é que
ficar feliz e embarcar nessa vidinha mansa de comer pé de porco ao lado do
Hound. Melhor coisa, porque os Stark estão em extinção. Foi por muito pouco que
Jon Snow escapou e não perdeu os olhos, que deveriam ter sido comidos por aquele
pássaro. Sim, eu esperava muito que isso acontecesse. Jon é outro que pouco fez
até agora, mas começa a sair do ostracismo das longas caminhas na neve. Pelo
menos agiu da de forma correta e deixou Ygritte com a cara no chão, ao deixá-la
para trás. Eu até acredito que ele volte por ela (amor de pica faz dessas
coisas), só que não sei se ela vai topar dar uma segunda chance depois dessa.
Destaque justo para as habilidades
de Bran, que se mostraram úteis pela primeira vez e o marasmo chato, que rodeava
as andanças com Hodor, Osha e os demais teve um fim. Para Daenarys, mais
conquistas e muitos olhares insinuantes vindos de Daario Naharis, um cara que,
por algum motivo, não consigo levar a sério. Devem ser as terríveis falas sobre
fazer amor que saem da boca dele, ou algo assim.
P.S* Velho George R.R.Martin sabe
como nomear um grande evento. E você aí pensando que Casamento Vermelho era
porque a noiva usaria vestido dessa cor, né?
P.S*Esfaquearam a barriga da
enfermeira imunda e logo o pequeno Ned Stark teve que dar RT no vovô. RT@NED:
também morri.
P.S*Argumentos de que “no livro é
melhor” são inválidos para mim. Qualquer pessoa que não conhecia a história
previamente gostou dos acontecimentos, então parem de reclamar e fazer mimimi
de PNC. Ninguém mandou ler a história toda antes e criar expectativas irreais.
Para a TV, a coisa funcionou muito bem e é isso que conta.
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