Quase enfiando uma estaca em
nossos corações.
Demorei um pouco para ver esse
episódio de The Vampire Diaries e, por isso, acabei lendo comentários
revoltados antes de mesmo de poder opinar com propriedade. Todos diziam que
essa foi a pior Fall Finale de TVD, que a trama estava péssima e que não se
aproveitava nada dos 40 minutos dessa semana. Não duvidei dessas pessoas em
momento algum, mas talvez por esperar algo tão terrivelmente medonho, eu não
tenha achado esse episódio um total desperdício.
A trama ainda está deixando muito
a desejar, com desenvolvimento lento e muito pouca informação que nos dê uma
noção (ainda que distante) do que vem por aí. TVD, que antes era uma série
sobre vampiros, cheia de twists e mitologia sendo desenvolvida virou apenas uma
melodrama. Por isso é que tenho saudade do comando acertado e ritmado de Kevin
Williamson. Minha impressão é a de que Julie Plec pensa que está criando um ‘Crepúsculo
para a TV’ e não é isso o que queremos (com todo respeito a Crepúsculo).
Um personagem que ninguém parece
ser capaz de estragar é Klaus. Sempre com comentários interessantes e atitudes
extremas. Para mim, ele é o destaque desse episódio, mostrando que quando uns
estão vindo com o fermento ele já voltou com o bolo. Klaus é um cara
experiente, com centenas de anos a mais que qualquer newbie em Mystic Falls,
então, eu não esperava que ele caísse nas gentilezas de Caroline ou na
conversinha de Stefan.
Também não esperava que Hayley
fosse usá-lo para o sacrifício dos 12 híbridos agora e, embora a sequência
tenha sido pura poesia, ainda acho um erro imenso não explicar para que diabos
os doze vampiromens precisavam morrer. Nós
nunca ficaríamos assim, às cegas, nas temporadas anteriores e isso cheira a
enrolação. Não adianta dizer que “ainda vão explicar”. Todo mundo sabe que vão
explicar, a questão é que essa demora toda descaracteriza TVD como a série ágil
que sempre foi. Cada semana uma surpresa e um tapa na cara da sociedade.
A parte boa nisso tudo foi ver
Klaus possuído pela pomba gira, usando a espada para destruir e aniquilar os “revolucionários”
do grupo de Tyler. A musiquinha natalina deu aquele tom de cretinice de
outrora, então é difícil não gostar dessas cenas, inclusive daquela em que
Carol Lockwood é cruelmente afogada na fonte municipal, como a cereja no topo
do bolo sabor vingança de Klaus.
Em contrapartida, a movimentação
de Stefan e Caroline deteriora ainda mais os personagens. Stefan, até que está
com desvantagem menor e achei a reação dele à noticia de Damon e Elena dormindo
juntos bastante natural. O ponto negativo não é nem culpa do ator ou do personagem
em si, mas do texto imbecil. “Klaus não é tão ruim, só que ele é pior porque
não tem família”. Essa frase não faz nenhum sentido. Nenhum. Inclusive porque,
na cabeça de Stefan e Caroline, Klaus é mais gente que Damon, por exemplo, e
fica difícil encontrar lógica nas atitudes e opiniões dos dois sobre quem é o
vilão dessa história.
Caroline chega a dar nojo.
Futriqueira, fazendo insinuações maldosas e achando que é o arauto do bom
senso. Ela nunca foi assim, desculpem. Quando ela vai fofocar para Stefan sobre
Elena e Damon, parece até aquelas vizinhas que a gente odeia e que sempre tem
um comentário ruim para fazer de qualquer um do bairro, quando ela é incapaz de
olhar para o próprio rabo. A aproximação de Caroline e Stefan é tamanha que,
honestamente, só acho que dá para salvar se inventarem um romance entre os
dois, porque essa amizade passou do ponto e eles já parecem um casal que não
sabe que é casal.
O que se desenvolveu na cabana
vai provando que a trama de Jeremy é o que ainda salva a série, embora eu
esperasse mais do que essa terapia babaca para ele não matar Elena. Notem que
funciona por causa de Damon e que pelas maravilhosas ideias do Professor
Abobrinha, Elena tinha tudo para sair da cabana como defunta (pela 2ª vez).
Engraçado é que Jeremy tem esse ódio da irmã, mas não tentou pegar Damon
nenhuma vez. Detalhe bobo, mas mesmo assim, vale registrar.
Apesar de não comprar muito esse
lance de Jeremy usando Bonnie para segurar seus novos instintos naturais, a
história não me incomoda tanto. Só repito que está na hora de elevarem a trama
do Professor Abobrinha a um nível relevante, porque até agora são fatos soltos
e a história de Silas sendo contada pela segunda vez. A desculpa esfarrapada de
Hayley, porém, não tem conserto mais. “Quero descobrir onde está minha família”.
Quem é lobo mesmo, fareja. Corre atrás. Não precisa colaborar em um massacre
para conseguir um pen-drive com endereço do cemitério onde todo mundo foi
enterrado. Aliás, Hayley, como um todo, deveria ser banida de TVD, por se
inútil.
Ela só não é mais inútil que
April, que - BOMBA – agora não pode ser compelida a esquecer do que viu. Lógico
que a reação natural de qualquer humano é se enfiar num calabouço frequentado
por vampiros, lobos e híbridos, atrás do corpo petrificado da melhor amiga da
vida que ela acabou de conhecer. Pelo menos isso promete o retorno de
Rebekenga.
Para completar, temos a situação
de Damon e Elena que é bem complicada, mas vai provando que ela não é apenas
ligada a ele por causa do sangue, mas por sentimentos reais. Isso é bom e nesse
episódio a coisa foi levada com bastante leveza. Foi uma despedida para ambos,
e vale registrar que Damon afasta Elena também por respeito a Stefan. Enquanto
isso, vai ficar de olho em professor Abobrinha e em cada abobrinha que esse
homem fala com a maior naturalidade e ajudar Jeremy a matar vampiros, completando
a tatuagem e guiando todos até a cura. Se isso não é prova de amor abnegado,
não sei como definir.
P.S*TVD volta no dia 17 de
janeiro. Faço votos de que o rumo das coisas seja diferente em 2013.
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