A noiva mais feliz do mundo.
Fechando 2012 com casamento destruído
e gente cuspindo sangue, Grey’s Anatomy prova que consegue se recuperar depois
de grandes baques, mas também que tem gente (não vamos citar nomes) na equipe
de produção que adora uma boa tragédia. O comentário não é reclamação, é
constatação, inclusive, porque, no geral, essas nona temporada tem sido de
muito mais acertos do que erros.
Esse episódio de encerramento foi
muito bom e deixa um cliffhanger bom, embora já previsto. Há semanas que
circula a notícia de que um “personagem muito querido” ficaria à beira da morte
ou morreria. Foram poucos os que não pensaram no nome de Adele, que não sei nem
se é tão querida assim (na verdade, Adele nem faz diferença na atual trama da
série), mas a gente finge que sim, para não contrariar a pessoa cujo nome não
citarei para não azarar a entrada do novo ano de Grey’s Anatomy.
Apesar do final com Adele vomitando
as próprias tripas, o que tira Bailey de seu caminho certo para o altar o
episódio exala bom humor e momentos bacanas para muitos personagens. Aliás,
confesso ter gostado desse desfecho para o casamento natalino de Bailey, que já
não queria nem fazer as unhas e só precisava de uma boa desculpa para fugir,
afinal de contas. Bailey é quase a noiva em fuga do Seattle Grace, mas aposto
que depois de tudo ser esclarecido ela vai se casar num post-it ou coisa assim.
A verdade é que todo o estresse
de Bailey foi divertido. Todo mundo feliz pelo casamento e ela, a noiva,
completamente contra a ideia de aproveitar esse momento. Chandra Wilson mandou
bem, especialmente na cena em que Kepner avisa que por motivos de Avery não
poderá atender ao evento. Cada conversa com Callie ou mesmo com Richard valeu a
pena e adorei essa nova técnica de convidar damas de honra: basta proibir a
mulherada de sentar e pronto.
No começo da temporada, quando
começamos com o drama de Arizona, a atriz já havia avisado que essa trama era
sobre amor e sensualidade e não sobre gente perneta. Demorou, mas parece que
chegamos ao ponto em que Callie dá um basta no chororô e faz Arizona notar que
a vida continua. Aliás, uma dica boa: não poder usar salto alto é uma dádiva,
não um problema grave. Por isso é que gosto de Callie cada dia mais. Ela sempre
surge com comentários pontuais e uma ironia bacana, mesmo que isso demonstre
que ela passa por uma fase de amargura.
É legal notar que Callie está em
muitas histórias ao mesmo tempo. Além da convivência com Arizona, ela tem
estado próxima à Bailey e continua no comando da cirurgia de Derek, que
continua muito bem dosado, ao lado da gravidez de Meredith. Vale ressaltar a
presença de Neve Campbell, mais uma vez. As conversas honestas dela com
Meredith serviram para aproximar a família, sem dúvida. Tomara que a mão de
Derek fique boa novamente e eliminemos mais uma das consequências da queda do
avião.
Outro assunto relacionado é o
divórcio de Cristina e Owen. Engraçado como sempre que os dois voltam a ficar
juntos é numa cena de olhar fixo seguido de agarração. Gosto dessa resolução e
também gosto de ver que a relação de Meredith e Cristina, embora ainda forte,
vai deixando de ser tão absurdamente dependente. Do jeito que era antes seria difícil
para qualquer uma delas manter um casamento, essa é a verdade.
Dei bastante risada com Kepner
ciente de que é muito sedutora num vestido ‘tomara-que-caia’. O arranjo dela e
Avery, obrigando os novos internos a ir ao casamento como escudo foi bem
absurdo, mas de um jeito bom. Também é um modo de aproveitar melhor esse elenco
de novatos que, tirando o episódio passado, ficam só andando e recebendo
ordens. April, ao que tudo indica, vai ter concorrência na briga por Avery.
O interesse de Karev por Wilson é
tão óbvio que nem dá para culpar o pessoal por fazer piadinhas. Ele obviamente
gosta dela, mas dou um desconto porque também enxerguei ali a tentativa de
ensinar. Quando ele e Arizona falam sobre isso fica bem claro que Karev está
querendo formar bons médicos, mas deu uma escorregada no método, por ser novo
nessa função. Não nego que achei Wilson muito errada em denunciá-lo daquele
modo, sem antes tentar entender o acontecido e sem esfriar a cabeça. Pelo
menos, a briga entre eles só faz aumentar a tensão sexual o que nos dá a
entender que, quando Grey’s Anatomy retornar, em 10 de janeiro, os
relacionamentos amorosos devem ganhar ainda mais foco.