Rachel – Freaking – Berry.
Glee tem sido pontual em sua missão de fazer funcionar dois núcleos diferentes ao mesmo tempo. Quando um deles está em foco, o outro serve para divertir e fazer certas brincadeiras, e o roteiro segue bem trabalhado, dividindo bem histórias e destaques.
No episódio dessa semana isso se torna bastante evidente. Embora divididas, as atenções não se perdem e, no fim, conseguimos apreciar a influência de uma trama na outra, ainda que de forma leve. O que fica inegável é o poder que Lea Michelle tem de roubar acena quando a mandam simplesmente ficar em pé e cantar e, por isso mesmo, ela merece muitos e variados elogios, porque sim, ela é incrivelmente talentosa, mas isso se evidencia ainda mais quando ela canta uma música natalina tradicional (e daquelas que ninguém aguenta mais) e transforma em algo soberbo.
Lembro de ficar arrepiada com a apresentação de ‘Don’t Rain in My Parade’ e desde então, nunca mais tive uma música de Rachel que me pegasse de jeito. Acho que ‘O Holy Night’ vem para marcar a memória, sem querer desmerecer ‘Being Good Isn’t Good Enough’, que é maravilhosamente executada e tem na letra um significado amplo do que aquele momento significava para a personagem. Tudo ali representava a evolução de Rachel como artista e até como mulher.
O núcleo de NY tem sido muito bacana de aproveitar e até não tenho reclamação alguma, mas vale atentar para o fato de que é preciso fazer algo mais com Cassandra. A personagem é um ótimo contraponto para Rachel (adorei o duelo delas com o número de abertura de Chicago), mas a coisa não sai disso. Chegamos a um ponto em que, depois de nove episódios, ou ‘vai ou racha’. Kate Hudson continua tendo apenas uma nota para levar Cassandra em frente e mesmo que todo mundo ame uma boa ‘bitch’, uma hora o uníssono cansa. Estamos quase chegando a isso, infelizmente.
Apesar de não ser uma fã das cantorias de Kurt, creio que estava na hora dele ter espaço e uma canção inteira só dele. Não foi nada emocionante como o que Rachel fez, mas foi bonito de ver e confesso certa alegria por vê-lo entrando em NYADA. Esse episódio teve muito disso. De trazer a dúvida, os medos e as inseguranças e depois mostrá-los sendo superados. Um final bonito para cada história, que me deixou com um sorrido leve no rosto quando o episódio chegou ao fim.
Em Ohio, voltamos ao melhor plot de Glee: não ter espaço para ensaiar. Dou risada e relevo, mas minha memória não me engana. April Rhodes (personagem de Kristin Chenoweth) COMPROU um espaço de ensaio para o New Directions. Ela não alugou, ela COMPROU. Cadê essa propriedade que não aparece e obriga os alunos a ensaiar no pátio, diante uma nevasca?
Claro que não estou aqui cobrando muita lógica de Glee, porque o lance é esse mesmo. Destruir o Glee Club sempre vai ser um elemento de roteiro e devemos rir disso. Só por terem perdido as Sectionals eles perdem a sala de ensaios e o direito de existir como clube até o fim do ano. Pergunto a vocês que tipo de prêmios garante a continuidade do clube de Paintball de cristãos, judeus e muçulmanos, porque aquilo só pode ter levado o Nobel da Paz.
Mas se por um lado a situação é levada com esse humor exagerado (e que é cara de Glee e de Ryan Murphy), de outro, temos Finn sendo, por assim dizer, o responsável pelo encerramento do Glee Club. Sue só precisou esperar um pouco e a coisa se afundou sozinha. Se ela planejasse não daria certo.
Não deixo de pensar que a culpa de tudo é de Kitty, a cheerleader velha, que fez Marley passar fome e desmaiar com seus conselhos de amigona. Todo mundo acaba culpando a própria Marley, que quase morreu de inanição apenas por ser burra e o New Directions começa a se dissolver, o que todo mundo sabia que não iria durar.
Blaine e Tina como cheerios? Unique jogando hóquei? Artie na banda? Só rindo muito das cenas de bambolê da cintura, tombos com patins e penachos na cabeça. Aliás, fiquei me perguntando por que ninguém entrou para o ‘Sue Du Soleil’, porque isso sim vai dar super certo. Vale dizer que as cenas do “futuro” também foram muito boas, com Artie doando as pernas para a ciência sendo o auge.
Faz um tempo que ficou a insinuação do blond-power entre Sam e Britanny. Achei o número musical deles fofinho, mas longe de ser bom de verdade. Temo, realmente, pela integridade dos lábios de truta de Sam, quando as lésbicas enfurecidas forem atacá-lo pelo fim de Britanna. Sério. Já estou esperando os protestos nas ruas e coisas do tipo, mas pessoalmente, aprovei o casal, unido pelo humor único das imitações de Sam e pelo fato de ele ser loiro o suficiente para entender como Britanny pensa.
Já que esse é um episódio que marca o recomeço para praticamente todos os personagens, acho que vale terminar indagando qual será o futuro de Brad, o pianista. Depois de ser chamado de “apenas mobília” por Santana e sofrido bullying em variados níveis dos membros do New Directions, ele se libertou, mas será que sobreviverá na natureza selvagem? Confiram sexta-feira, no Globo Repórter.
P.S* Tinha competidor de The Glee Project 1 assistindo a apresentação de Rachel e Kurt. Conseguiram ver a Ellis? Ela estava na primeira fila e aparece várias vezes.
P.S* Triste por The Walking Dead não ser baseada numa história real. #SAD
P.S*Ainda inconformada por Deloris/Carmem não cantar as músicas de Mudança de Hábito (ou qualquer música, na verdade) em Glee.
P.S* Rachel teve pegada fraca com Brody. Assim fica difícil superar a bunda incrível de Cassandrinha.
P.S* Ainda solidária à Becky por ela ter assistido Prometheus.
P.S* Trilha de ' The Breakfast Club' rolando não passou despercebida. Nice touch!
Músicas no episódio:
"All That Jazz" - Chicago: Rachel (Lea Michele) e Cassandra (Kate Hudson)
“Something Stupid” – Frank Sinatra: Sam (Chord Overstreet) e Britanny (Heather Morris)
"Being Good Isn’t Good Enough" - Hallelujah, Baby!: Rachel (Lea Michele)
"O Holy Night": Rachel (Lea Michele)
"Being Alive" - Company: Kurt (Chris Colfer)
"Don’t Dream It’s Over" - Crowded House: Finn (Cory Monteith) e New Directions