Karma is a bitch.
Fechando o ano com altos níveis de qualidade em todos os episódios até aqui, The Good Wife conseguiu, mais uma vez, caprichar na intriga e nos jogos políticos que assolam Cook County. Parece que o menor dos problemas agora é a vida sexual de Alicia, colocada em pausa por tempo indeterminado.
O lance do momento é a virada fenomenal de uma personagem menor, mas que promete ser o pesadelo de muita gente pelo resto da temporada. Wendy Scott-Carr, que quase derrotou Peter Florrick nas eleições para promotor e se transformou em sua “inquisidora” oficial, promovendo uma verdadeira caça às bruxas entre advogados e juízes que confraternizam com Will Gardner.
Era algo previsível até, considerando o fato de que Wendy tem se mostrado uma mulher que calcula seus movimentos e que derruba os adversários sempre com um sorriso angelical no rosto, mas não deixa de ser menos genial por isso. A cena em que ela abre o jogo com Will, deixando claro que Peter é seu alvo, mas que eliminará qualquer um que não esteja disposto a colaborar é exatamente assim. Wendy sorri daquele jeitinho que mistura candura e maldade, me fazendo pensar no quanto ela será valiosa para a trama daqui em diante.
Vale lembrar que a sequência em que ela acusa o juiz de suborno e ao mesmo tempo o ameaça veladamente é sensacional. Wendy se mostra implacável, o que não quer dizer que ela seja indestrutível.
O modo como toda essa estratégia política influenciou o caso da semana foi muito bem conduzido. A melhor parte é que The Good Wife não precisa, necessariamente, explorar apenas julgamentos, mas também flui por outros entraves da prática do Direito. Criaram uma tensão excelente, nos prendendo na tentativa de descobrir como Alicia, Kalinda, Diane e Justin conseguiriam anular aquele julgamento. No fim, depois de investigações profundas, lixo remexido e horas explorando o maravilhoso mundo dos botões, o Facebook foi o algoz que fez o caso ser anulado e julgado novamente.
Quem surpreende a cada dia, apesar de tudo, É Cary. Espero qualquer coisa de Dana, qualquer coisa mesmo. Os piores golpes baixos e armações, fofocas e traições, mas por algum motivo que nem eu mesma consigo entender, ainda tenho expectativas de “bondade” em Cary.
Entretanto, cada passo nessa jornada dele pela promotoria me leva a desistir disso tudo. Não é que ele seja mau caráter, ele apenas faz de tudo para ter sucesso em seu trabalho, até mandar prender Kalinda e colocá-la num hospital.
No meio disso tudo, Alicia percebe que está solitária e sem amigos. Mais ainda: admite não estar apaixonada por Will e apenas gostar de “pegada” com ele. Por mais que eu tente fazer de conta que ela está inventando tudo isso, numa espécie de negação ética maternal, acho que ela foi bastante sincera naquela conversa com o irmão, o que explica as atitudes “sem compromisso” de Alicia, enquanto Will já planejava a cor das almofadas no novo sofá do casal.
A fuga de Grace para seu batizado, no final, até que serviu para alguma coisa. Esperei muito pela brecha que reaproximaria Alicia de Kalinda e eis que chegou a hora. As duas não voltaram a ser melhores amigas, mas aquele clima terrível começa a amainar. No mesmo setor das BFF’s temos Diane, numa abordagem bem suspeita com Alicia. Até acredito no viés profissional da coisa, mas desconfio que ela queira mesmo ficar de olho em cada passo de sua associada, especialmente no que diz respeito a Will.
P.S* The Good Wife retorna no dia 15 de Janeiro.
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