A vez de Alex Karev.
É notável a intenção de Shonda Rhimes em trazer de volta à
Grey’s Anatomy aquele sabor de frescor de suas primeiras temporadas e, um dos
modos de fazê-lo, é trazendo vida a personagens que ficaram por muito tempo
numa espécie de suspensão, existindo, porém sem serem essenciais para nenhuma
trama.
Uma das poucas figuras masculinas que sobrevive ainda, ao
lado de Richard, é Alex Karev. Aliás, do grupo de homens da primeira temporada
temos apenas os dois como verdadeiros heróis da resistência. Richard sempre
teve seus momentos, em todos os anos da série, mas Karev, há um bom tempo, é
figurante de luxo. Perdido entre muitas tramas românticas mal sucedidas, ele
criou empatia com o público ao se tornar um cirurgião pediátrico, unindo o
charme do bad boy estilo lobo solitário com a doçura do homem que se dedica a
salvar a vida de crianças.
Para mim, pessoalmente, Karev nunca foi lá, um personagem
favorito, mas em episódios como esse, ele mostra seu potencial para emocionar.
É absolutamente impossível segurar aquela lágrima teimosa ao vê-lo diante do
dilema dos gêmeos. Ter que decidir qual bebê deve viver, ter sangue frio pra
performar a cirurgia e segurar o pequeno Daniel no colo, em seus minutos finais
de vida. São características muito próprias dele e que fizerem dessa semana
extremamente bonita e emocionante na série.
No meio disso tudo, ficamos com Jo pressionando sobre filhos
e futuro. No começo, quando dão a falsa dica de que ele poderia estar grávida,
até tive alguma compaixão, mas depois... Honestamente, chega a ser irritante.
Karev tomando decisões de vida e morte e ela criando caso com sêmen congelado. Não
é à toa que ninguém que eu conheça goste de Jo.
Nesse mesmo patamar de chatice, temos April, que parece ter
regredido um pouco. Admiro a luta dela pelo casamento, de verdade, pois vivemos
tempos em que é fácil abandonar tudo e seguir em frente, mas, por outro lado,
ela já fez isso. Não dá para dizer que Avery não estava ao lado dela no pior
momento do casal, afinal de contas, então essa mágoa dele é perfeitamente cabível.
Só não dou mais importância porque realmente esse casal logo volta, de alguma
forma.
Para não perder o costume, e feminismo volta com tudo nessa
semana em que Grey’s Anatomy fala de igualdade salarial. O recado é claro:
Mulheres têm que lutar por seus direitos e não apenas esperar que o mundo as
trate de modo justo e correto. Meredith e Bailey ilustram essa questão de forma
brilhante e pontual, sem vitimismo. Meredith merece mais e deve exigir mais
também, em contrapartida. Fica a preciosa lição pra todas nós.
As cenas da carona, devo acrescentar, têm sido especialmente
cômicas. Nunca vou esquecer que Amelia não usa calcinha e que os filhos de
Meredith não devem, jamais, lamber os bancos do carro. Também não dá para
esquecer o maravilhoso surto de Maggie. Personagem apenas maravilhosa, que cita
Battlestar Galactica e chama Meredith de Cylon. Foi dramático e engraçado ao
mesmo tempo e traz aqueles questionamentos tão comuns para a maioria de nós. No
fim, bato palmas para ela em sua investida com o novo interno. Boa decisão,
impulsionada por muita coragem líquida.
P.S* Vocês fizeram cocô? Só podem sair da review depois
disso. Sem discussão.