domingo, 25 de janeiro de 2015

Glee 6x04: The Hurt Locker: Part 1


Dureza é saber que vem aí a segunda parte.

 Glee não fez um bom episódio com The Hurt Locker. Até imagino que alguns fãs tenham gostado, mas no geral e até em quesitos técnicos, essa semana pecou e o resultado final foi um episódio arrastado, onde o humor se perdeu na sobrecarga de exageros e na falta de sentido. Geralmente nada disso me incomoda em Glee, pois as doses são pequenas. Dessa vez, no entanto, resolveram que seria boa ideia focar em Sue e em seu plano para destruir inimigos, enquanto tenta ser a “garota das flores” no casamento que ela mesma idealiza para Kurt e Blaine. Junte-se a isso a escolha de quatro músicas executadas com frieza e pronto. Quarenta e tantos minutos de Glee que fazem sofrer.

Como os episódios anteriores já deflagraram, Glee está voltando às origens e a eterna briga entre Sue e Schue é inevitável, mas não faz sentido nem mesmo para quem está num hospício. No começo, até achei interessantes as loucuras de Sue elevadas à máxima potência, afinal, um garfo pode detonar uma guerra, como bem aprendemos, mas o grande plano de Sue já aconteceu e já deu certo, afinal, ela conseguiu tirar Will de sua vida. Ele está em outra escola, com outro coral e o novo inimigo natural da personagem é Rachel Berry. Consegui esboçar leves sorrisos às piadas internas de Glee com personagens sumidos e inúteis que já passaram pelo elenco e foram até esquecidos, menções à Game of Thrones e The Hunger Games, mas depois de uns vinte minutos de longos diálogos de agressividade paspalhona eu já estava farta.  Fui uma vítima quase fatal da overdose de Sue e caí num tédio hipnótico, como Sam.

Aliás, gosto bastante da proposta de juntá-lo com Rachel. Sam é fofo e bobalhão na medida e fez o que sabe fazer bem nesse episódio: ser um galã galhofa. Rachel estava bastante suave em sua primeira tentativa de romance depois de Finn e dois fatores contribuem para a aceitação desse casal potencial: tempo e fofura. Foi importante esperar passar a comoção que a morte de ator e personagem causou na série, mas a história continua e Rachel não pode ser uma viúva amarga aos 20 anos. Como ela é uma presença forte, a doçura de Sam traz equilíbrio, basta ver a performance de A Thousand Miles ( a mais bacana dessa semana, não que  isso seja algo a se louvar) para comprovar. Vamos ver se isso realmente vai adiante ou se Sam ficará eternamente preso à meta de tirar a virgindade de Mercedes.

Falando em casais, como escapar de Klaine? Até um ursinho foi permanentemente danificado psicologicamente para que fizessem a piada sobre Karofsky curtir os gordinhos peludos e barbudos. O fato de Sue ser a maior fã desse casal dá uma dica sobre o quanto esse tema já se tornou um aborrecimento e uma grande perda de tempo. Sabemos que eles vão ficar juntos e essa certeza tirar toda a graça do processo de assistir à série e se surpreender com os acontecimentos.

As músicas do episódio foram terrivelmente medíocres. Bitch, entoada por Sue, foi até uma boa escolha em termos de encaixe com a personagem, mas só. As apresentações do Vocal Adrenaline são tão qualquer nota que fica difícil acreditar que alguém se impressione. O líder, Clint, não canta bem (ou não mostrou a que veio) e tirando as coreografias mirabolantes, o grupo é feito de robôs. Competições de coral são sobre canto e não exigem que o grupo seja o Cirque Du Soleil. Embora a harmonia coreográfica também conte na apresentação, o principal é cantar bem e criar um link emocional entre o grupo e o público, por isso não venham me dizer que a música da lagosta, Rock Lobster, ou Whip It são maravilhosas, porque foram duas performances chatas e sem brilho.

A única coisa boa, se é que podemos chamar assim, foi ver Will sendo esfolado pelos alunos, depois de seu tradicional “pep talk”, mas nem mesmo isso justifica a falta de caráter e profissionalismo em sequer considerar o pedido de Rachel, de fazer uma apresentação ruim, para não assustar os novatos do New Directions, o que nos traz uma questão: Porque não estão aproveitando o talento descomunal de Roderick e dos demais novatos? Glee cai no erro de apostar no canto de Sue, em vez de colocar esse pessoal bacana para cantar músicas que queremos ver e ouvir na série.

Num episódio tão dispensável e que – ainda por cima – tem continuação, o que fica mesmo é a imagem de Figgins. Os dois. Irmão e Irmã, numa vida dedicada à administração escolar e à árdua tarefa de desgrudar chicletes mastigados na parte de baixo das cadeiras do auditório.

Músicas no episódio:
"Bitch" - Meredith Brooks: Sue Sylvester
"A Thousand Miles" - Vanessa Carlton: Rachel Berry and Sam Evans    
"Rock Lobster" - The B-52's: Clint and Vocal Adrenaline              

"Whip It" – Devo: Clint and Vocal Adrenaline   
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

Willian disse...

Em geral eu curto muito quando os roteiristas de Glee resolvem se chapar loucamente, mas, como você mesmo disse, as doses de craziness - nos bons episódios, diga-se de passagem - são normalmente moderadas. The Hurt Locker Part 1 foi, na realidade, o ápice da loucura: a tentativa de simular o humor negro da primeira temporada de Glee se dissolveu numa das coisas mais chatas da série há tempos. E uma coisa que eu não perdoo em Glee é a chatice; o episódio pode ser medíocre ou até ruim, mas chatice não guento.
Pra piorar, o roteirista desse episódio (que volta no próximo e, provavelmente na finale, junto com Ryan e Brad) sempre foi o meu preferido dos três criadores da série. Os episódios mais divertidos de toda a série foram escritos por ele: Blame it on the alcohol, The Spanish Teacher, Props (como esquecer a hilariante troca de corpos) e Dynamic Duets. Pois é: é triste saber que o cara se despede na temporada final, nos entregando um episódio tão boring e dispensável. Sue estava too much, Klaine ninguém suporta. A única coisa que prestou foi Rachel e Sam.
Por fim: êta potencial desperdiçado! Com novatos tão losers, fofos e engraçados, sonhei que os roteiristas iriam dedicar tempo pra performances e storylines incríveis. Só que até agora... nada.
Só nos resta que o próximo episódio passe logo. Porque, sério, acho que não vou aguentar um The Hurt Locker part 2.

Wellington Laurindo disse...

Ao mesmo tempo que entendo o seu ponto de vista e concordo com algumas coisas, também discordo. Gostei do episódio exatamente por tudo o que você falou. O exagero e a falta de senso me divertiram como há tempos não me divertia vendo a série. Glee pecou em estender demais os textos de Sue, dar espaço zero para os novatos e ainda trazer duas apresentações seguidas do Vocal Adrenaline, que por mais sincronizadas que sejam, não chegaram nem perto de serem boas.
Ao contrário do que Sue pensa, Kurt e Blaine são muito melhor separados. Nesse episódio mesmo em que vemos Kurt tentando seguir em frente as coisas fluíram bem melhor do que nos últimos três.
Samchel tem muito mais química até mesmo numa cena de 30 seg, do que SamMerda em toda a terceira e metade da quinta temporada. Espero que continue!

Lucas disse...

Gostei das bizarrices do episódio, mas dentre todas elas a pior foi: Kurt e Rachel largaram a escola e os alunos para ir junto com Blaine pro apartamento dele com Karofksky. DEPOIS DE UMA DISCUSSÃO. Ai meu Glee. huehueuhue
Enfim, concordo: Sue falou demais e aquela história do garfo foi completamente "WTF?" na minha opinião. As performances do Vocal Adrenaline foram legais de se ver, mas as músicas foram beeeeeem chatinhas de ouvir. Pelo menos, a história da hipnose serviu pra alguma coisa no final e, de qualquer maneira, temos um pequeno cliffhanger. A cara de "fodeo" dos novatos ao ver o VA performando foi idêntica à cara do Old Glee no piloto, e gostei da referência. Estou ansioso pelo que Rachel (e não Kurt, que só sabe reclamar) irá fazer com seus 4 alunos. MAIS DOS NOVATOS POR FAVOR.
Sue shippando Klaine prefiro não comentar.

João Paulo disse...

Enquanto isso os novatos só aparecem em participações relâmpagos, vai entender esse povo. Episódio realmente fraco, a anterior tb foi, depois dos dois primeiros episódios ótimos.